O menino

Lá estava você em meio aquele rio num barco pequeno remando sem parar

E remava e remava e sozinho em meio ao nada tentava sair daquele lugar

E quanto mais força fazia ia se esvair indo, se desgastando , tudo inútil.

E eu numa margem do rio imaginava o que sentia ali no meio do nada, só!

Em certo momento cansado de remar em vão olhou para a margem e assim me avistou

Uma mulher plácida e com esperança nos olhos

E sem pestanejar quando me viu sorrindo acreditou ser uma saída, decidiu se aproximar

Pulou impetuosamente no rio e começou a nadar, a corrente forte e ele a nadar.

Você lutando contra as águas vinha nadando, e aos poucos se aproximando.

E vinha chegando acreditando que consegue ria se salvar daquela solidão

E quando já estava próximo veio uma onda forte e as águas te empurraram de novo

E então estava novamente mais próximo daquele pequeno barquinho do que de mim.

Desistiu então de continuar, já estava tão exausto, já não mais agüentava.

O cansaço não lhe permitiria lutar contra aquela distância em que estava.

Resolveu então voltar para o barco, e remar novamente

Tentou, tentou em vão, tentou e tentou...

E já decepcionado não sabia o que fazer, começou se sentir triste

Não sabia como sair daquele lugar, se sentia perdido e solitário.

Já sem forças e quase se entregando ao rio olhou a outra margem do rio

E na ponta contrária viu uma linda criança com lágrimas no rosto.

Em meio este desespero quando avistou aquele rostinho angelical tão triste percebeu!

Percebeu que precisava ir até lá, aquela criança, aquele menino precisava dele.

E assim resolveu cair novamente no rio e ir nadando e nadando.

Nadou, quase perdeu as forças e assim aos poucos quase se afogou, mas pensar naquele rosto lhe deu forças, o menino estava sozinho.

Nadou, bateu os braços e quase não mais agüentando chegou do lado do rio , a margem.

Exausto caiu na beira do rio em terra firme e seu primeiro movimento foi procurar o menino.

Olhou para o lado, nada!

Olhou para o outro, nada!

E de repente ele vê um homem se aproximar vindo detrás de uma árvore andando vagarosamente.

E a cada passo que o homem dava, ele tinha relances de sua vida e quando enfim pode olhar seu rosto percebeu que aquele homem era ele.

Sem pestanejar e antes que pudesse indagar algo aquele homem idêntico a si se jogou no rio e nadou , nadou e quase não agüentava .

Avistou então o barco subiu e começou a remar

Naquele mesmo lugar lá estava ele remando...

Lírio Azul
Enviado por Lírio Azul em 07/06/2010
Reeditado em 07/06/2010
Código do texto: T2305076
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