Corpo Fluídico

Sentada no ultimo vagão, esperando você passar, esperando o tempo viajar mais rápido.

Flutuando em tudo o que sou, no corpo surreal criado por Ele, com uma finalidade que certamente não foi usada. Não obedecem, corpo e mente.

Flutuo até não conseguir mais voltar, sem querer nada de maior valor.

Me diga o que não sei, me diga o que sou!

Eu não posso te dizer nada.

Tudo o que sou, sou.

O corpo flutua.

Saindo de um vagão para o outro, minha alma fluídica sai e se esvai.

Vai voar, vai ser feliz.

Vai sendo, só sendo.

Perco pulsação.

O trem expresso passa do local.

Se move como uma aeronave em pane.

Saio de todos os vagões, liberando todo tipo de memória resguardada. Pego o corredor, a luzes vão me guiando para casa.

Nós passamos um pelo outro, com a cabeça cheia de preocupações. Não podemos nos olhar, não podemos parar, não podemos pensar.

Nosso coração luta contra nossa razão.

Estamos presos em nossos padrões pré-formatados.

E é assim que irá terminar, até o fim.

Thabata Guerra
Enviado por Thabata Guerra em 15/09/2006
Código do texto: T241006
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