FÁBULA NA FAZENDINHA

Surgiu uma polêmica entre os habitantes da fazendinha. Cada um achava que estava com a razão e se justificava com motivos favoráveis a si mesmo ou, pelo menos, aos da sua própria espécie.

Tudo isso por conta da estiagem que assolava aquelas terras e uma mina que surgiu, de repente, alegrando, porém dividindo opiniões.

O pato dizia: " Eu preciso dessa água pra nadar, assim como todos da minha espécie. Enfrentamos essa seca sem um mergulho sequer!"

Já o porco opinava: "De jeito nenhum! Essa água é pra fazer lama, onde eu possa chafurdar com meus companheiros e manter a fama que temos."

Ao que o boi retrucava:" Mas aqui será que ninguém pensa? Claro que essa água é pra nossa sobrevivência, precisamos dela para beber. Essa é a lei maior da vida. Ninguém irá usar essa água com outra finalidade."

Mas o velho galo também não poderia ficar de fora e saiu-se com essa: "A melhor solução é fazer um moinho, onde podemos moer os grãos de milho para alimentar nossos filhotes."

O mais engraçado foi o burro, com jeito de integrante de ong, lutando para preservar a natureza, dizendo: "Não vamos mexer em nada. O que está no lugar, fique lá. O que é da natureza, deixe com ela."

Por fim, o bode, já velho, de barba branca, quis rememorar alguns fatos do passado e contar seus causos. Falou, falou, mas não concluiu nada.

E nisso, passaram-se dias, sem ninguém chegar a um acordo; só conversas que não levam a nada, conversas paralelas, quase chegando à agressão.

Então, para acabar essa discussão, chegou o dono da fazendinha, trocou a borrachinha da torneira do curral, que deixou de pingar.

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 12/09/2010
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