O SAPO

Lá vai o sapo a pular pela lagoa.

Todo verde, às vezes se confunde com a paisagem.

Sapo danado é esse.

Muitos já tentaram capturá-lo,

Mas qual o que, ele é esperto.

Camufla-se entre as folhagens

Que na lagoa, tem em abundância.

Sua fome, ali sacia; sua sede também...

Mas, não consegue saciar, o desejo de ser normal!

Quem o vê pulando e alguns mosquitos degustando,

Não imagina o que ele foi...

Ele já foi um homem, é um homem com “h”.

Tinha tudo e sobre todos governava;

Era rei naquela localidade.

Seu nome: Aproveitador Vaidoso!

Tirava proveito de sua beleza e corpo escultural,

Além do seu tino intelectual...

Não vou dizer que era malandro,

Apenas usava seus dotes para conseguir o que queria.

Seu orgulho o levou à posição em que se encontra.

Já tinha tudo: fama; dinheiro; mulheres; nome; etc.,

Mas ele queria mais...

Se engraçou com o que não devia, conclusão,

Veio-lhe a maldição: “sapo por toda a eternidade...”

Mas como tudo na vida, ainda lhe havia uma saída.

Ser beijado por uma mulher, onde,

A pureza d’alma, resplandecesse em seus atos!

Foi dessa forma que esse sapo verde

Veio parar no lago que circunda, o mundo dos alagados...

Comendo seus mosquitos e se escondendo entre as folhas,

Lá vai ele circundar o mundo.

Numa dessas suas voltas quem sabe encontrará

Essa pureza em pessoa, e com seu beijo,

Volte a ser o que era...

Muitos anos já se passaram; na verdade, mais de cem.

Ela ainda não apareceu!...

Nas noites quentes de verão

Sobre alguma folha forte, fica ele a pensar.

Então nessas reflexões, intenta através de sonhos,

Uma nova vida ou como seria a antiga

Se seu nome fosse simplismente: Verdade.

Um dia, num ano que não sei,

Não é que uma linda moça pela lagoa se achegou

E com graça e ternura suas roupas, lá, lavou...

O sapo verde com os olhos esbugalhados e fitos nela

Escutava sua voz melodiosa a entoar uma canção

Enquanto a roupa lavava...

Parecia voz de sereia, hipnotizava, fazia tremer o corpo.

Ele disse para si – é ela!

E num pulo, que ganharia uma olimpíada

Estatelou-se às seus pés...

Ainda um pouco tonto pelo esforço,

Pode perceber o susto da moça.

Mas, percebeu também, a luz de amor no olhar dela.

Com ternura, carinho e amor; pegou o verde sapo

E com o seu dedo, o acariciou.

Ele tremia, via sua oportunidade ali;

Só que ele não falava, só coachava.

Quando ela viu que ele havia se recuperado,

Em seu inocente altruísmo,

O colocou de volta no lago para viver feliz; ao lado dos seus!...

(PEREZ SEREZEIRO)

José Roberto Perez Monteiro - SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 05/11/2010
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