SONHOS DO CORAÇÃO

SONHOS DO CORAÇÃO

MARCELO - Tarde quente dos dias de verão, o calor abate nossa disposição trazendo-nos a sonolência e o desejo de momentos de reclinar a cabeça em um bom cochilo reparador.

No embalo do sono me achei livre e voava como uma pluma. Só pisei a terra quando passou por mim uma formosa donzela;

MARCELO - Formosa donzela a que te trás a tão distante do teu luxuoso e bucólico conforto? Do brilho de teu palácio almofadado e de opulentos bajuladores e vassalos? Dos tapetes luxuosos para amortecer o teu pisar e descer a tão grosseiro lugar onde seus pés poderão se ferir?

MARIA-- viver tão somente queria, mas a trama já esta urdida e pronta para lançar-me no cativeiro a me privar o amor que nutrindo vem o meu coração desde minha adolescência.

= o que importa tamanho luxo, se a alegria lá não posso encontrar! viver com alguém cujas cãs já esta a se mostrar e o trato é de grosseira sem par, vendo-me como um objeto e oferecendo um a fortuna como dote ganhando a graça de meu pai...

MARCELO – faço votos que os olhos de seu pai possam ver no horizonte as nuvens negras que possam desabar sobre esse arranjo seja malogrado e o amor de seu coração venha a te cultuar com liberdade e o reconhecimento de teus progenitores.

MARIA – diz que este capricho deixa cheia a mente, sendo ludibriada pela paixão insana pela altivez deste rapaz, que nada tem para te oferecer a não seu próprio corpo.

O que mais tenho eu a desejar se tenho no peito um amor tão grande e a paixão me consome e queima no meu peito?

MARCELO - Ó loucura o amor. O cupido é brincalhão, gosta de acetear corações que aparenta nada ter e nada poder, para fazer sofrer, para depois tornar possível com a prova da persistência chegar ao fim da luta e o sangramento do coração, levar o balsamo, curando as feridas e derramando a felicidade.

MARIA – ainda que estamos num palco de flores, como teto um caramanchão de primaveras em flores exalando seu perfume, o sol brilha com tal intensidade que ilumina todo castelo, projetando sua sombra no lago e que também nos protege do riscos de uma insolação.

Porém, não consegui rivalizar com o fogo, cuja lenha é o meu corpo, as labaredas a minha paixão, que nem mesmo a sombra do castelo conseguiu amenizar.

MARCELO – Ó bela Maria, teus sentimentos e tua dor, nesta imensa planície a procurar diante de ti o horizonte que possa dar-te esperança, continui sua caminhada, e resignada até que tudo se desvaneça e possa contemplar a vida que almejas nos braços do seu amado.

Nesta noite que se faz sua vida, acender uma vela que pudesse te nortear, vem-me o desejo de ve-la feliz e que tudo aconteça para aliviar sua dor e acalentar seu corpo e o fogo apagar no seu coração, nos braços do seu querido.

JARBAS M.POVOA -- 16-11-10

MARQS
Enviado por MARQS em 16/11/2010
Código do texto: T2619016