A VINGANÇA DA ARANHA

A VINGANÇA DA ARANHA

Ela imóvel em sua teia a espera de algum inseto de sua cadeia alimentar. Repousa de baixo de um robusto pé de manguba onde a sombra fresca me fez chegar por debaixo dela.

Observei aquele quadro insólito que não me incomodava em nada.

Derrepente, não mais que derrepente eis que aparece um majestoso beija flor ziguezagueando por entre as folhas verdes da majestosa árvore.

Passou uma, duas, três vezes pela aranha ambos observados por mim. Não a incomodou, pensei:

- Certamente não faz parte de a sua cadeia alimentar...

Saiu dali como chegou com batida célere das asas...

Ficamos eu e o aracnídeo.

O ônibus não vinha e o inseto ainda de cabeça para baixo. Pensei:

- Vou incomodá-la ou incomodá-lo...( O feminino é para a aranha e o masculino ao aracnídeo).

Trazia uma pasta de couro com alguns documentos.

Irracionalmente joguei a pasta tentando acertar o fio que sustenta a teia. Naquele impulso hostil errei meu impulso animal...

A pasta aberta que estava, pois o zíper estragado não a fechava. Naquele ato de jogar e instintivamente pará-la, eis que os documentos são arremessados ao chão, respingado pelo sereno matutino.

Alguns até que se molharam...

Quando me ponho a catá-los no chão olho para a tranqüila aranha na teia.

Não falou nada, mas observei em seu semblante a sua critica ao meu ato humano e impensado:

- Viu papudo...

Goiânia, 24 de novembro de 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 24/11/2010
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