Sangue de Dragão - Cap. 17
--- Os Sangue de Dragão Avançam ---
Orogi e os outros sangue de dragão eram acompanhados de perto pelos seus mestres ou magos controladores, como eram chamados entre eles, e também pelo pelotão de jovens membros da centúria. Já tinham singrado um bom caminho por entre a mata densa através de uma trilha escavada pelos soldados para facilitar a locomoção na perigosa região que ligava o acampamento do exército do norte e os postos avançados.
A patrulha contava com um total de quinze pessoas, sendo cinco soldados comuns, cinco sangue de dragão, com seus respectivos mestres e cinco centurianos, sendo que Azura era um deles.
Num determinado momento Farmenis, o mago mais experiente do grupo, ordenou eu todos parassem e fez um sinal para os demais magos controladores.
---- O rio vermelho fica a uns cem metros a nossa frente. Fiquem atentos, pois a partir de agora entramos numa área onde a probabilidade de confronto é maior --- ele olhou para os seus companheiros magos.
---- Vamos iniciar a varredura. Posicionem seus sangue de dragão.
Farmenis colocou Orogi a sua frente. Os outros magos fizeram a mesma coisa com seus pupilos. Azura observava com atenção o que acontecia, e os soldados, como se já soubessem o que significava aquilo, seguraram os cabos das espadas, prontos para sacá-las.
---- Atenção! --- gritou Farmenis ---- os sangue de dragão farão uma primeira investida na área. Assim que eu der o sinal partimos em seguida.
O coração de Orogi parecia que ia sair do peito de tão forte que batia. Pelo que entendeu das ordens do mestre Farmenis, ele e os demais garotos iriam entrar na mata. Pior, poderiam encontrar inimigos preparados para emboscá-los. Mas que tipo de resistência, pensou, ele poderia oferecer apenas vestindo uma armadura de couro simples e sem arma nenhuma?
Orogi sentiu a mão do mestre Farmenis tocar em sua nuca com firmeza. O que aconteceu a seguir morreu no mar do esquecimento.
---- Acessar a Marca! --- ordenou Farmenis.
Um brilho vermelho saiu das mãos dos magos controladores. Algum tipo de energia era liberada e entrava pela nuca dos sangue de dragão. Uma espécie de tatuagem se formou no local onde a energia era sugada. O desenho lembrava a cabeça de um dragão.
---- Atenção! --- gritou Farmenis ---- Liberar!
Uma energia furiosa percorreu os corpos dos sangue de dragão, os fazendo se curvarem gritando. A partir daí uma transformação ocorreu. Unhas cresceram até virarem garras, presas brotaram das bocas e os olhos eram agora de répteis. Aqueles pequenos garotos inofensivos se pareciam agora com feras agressivas e prontas para atacar.
Os jovens membros da centúria acompanhavam tudo nervosos. Azura, que já tinha provado a agressividade de Orogi quando se transformou no pátio da ala de detenção, observava compenetrado.
“São realmente umas aberrações”, pensou Azura. “Mas não há como negar, sua fúria é poderosa”.
Os magos afastaram as mãos e, assim que sentiram isso, entendendo como um sinal, os sangue de dragão partiram com extrema velocidade pela mata adentro, saltando por pedras, escalando árvores e se pendurando em galhos.
A cento e cinqüenta metros dali o movimento dos sangue de dragão não fora despercebido.
---- Eles estão vindo. São ao todo cinco --- disse o Licantropo farejando o ar. Ao seu lado, posicionados nas árvores, um grupo composto por quatro Elfos desembainhavam suas belíssimas espadas.
---- Muito bem, sejam rápidos e precisos --- disse um dos elfos ---- Por Greenmória!
---- Por Greenmória --- responderam os demais.