ENCANTAMENTO!

O vento soprava o frescor da maresia.

O dia abriu os olhos, despertando a alvorada.

Num ato contínuo, ondas corriam do mar,

Indo esparramar-se na areia.

A vida cantava melodiosa nostalgia.

Do alto, gaivotas namoravam seus peixes.

Ao longe a leveza das brumas.

No ar a malicia dos dias quentes.

Extasiado, contemplou os raios dourados,

Salpicando nas águas a luz das suas chamas.

Num ímpeto de pura rebeldia...

Quebrando o próprio pudor e a hipocrisia,

Ficou nu!

Abriu os braços, sentiu o vento!

Entregou-se ao sol por um momento.

Inspirou enchendo o peito de mar.

Mergulhou... Nadou... Nadou...

Tentou tocar o horizonte sem encontrar.

Só viu mar, abraçou ondas...

Ancorou no mar, sem jamais retornar.

O hálito da terra ficou na lembrança.