Inconsciente

Estava à noite em casa quando em pensamentos distantes adormeci sobre a mesa da cozinha e acordei em uma praça infestada de crianças correndo e se divertindo em todas as direções.

Fiquei um pouco assustado por que alguém segurava minha mão, chamando-me para brincar...

Meu Deus! Era Sofia, a filha que eu vivia idealizando...

Mas o que deveria ter acontecido, se nos últimos meses não tinha me relacionado com ninguém?

Bem, pouco me importava o que estava acontecendo, o que queria mesmo era aproveitar minha pequena Sofia, brincar, sonhar, fazer a vida se tornar perfeita.

O dia foi quase eterno, quando todos começaram a se dispersar e sobrar apenas duas pessoas, naquele mar de euforia, de não querer mais parar...

Não havia cansaço, nem solidão, mas para onde iriamos, se não tínhamos direção?

Sofia pediu que fossemos para casa de uma amiga minha, seu nome era Candê, tinha 34 anos, um amor de pessoa, mulher perfeita para casar...

Quando chegamos, ela nos recebeu de forma festiva, não parava de olhar no fundo dos meus olhos, me deixando a cada segundo, desconcertado.

Coloquei Sofia para dormir e pedi que fossemos até a cozinha, lá sentei e me debrucei sobre a mesa, acabei contemplando olhar sincero de Candê, quando fui adormecendo aos poucos e ouvindo ela me falar, “sempre estive com você meu amor”, logo em seguida acordei assustado com o barulho da chuva tocando a janela...

E olhando para os quatro cantos da cozinha, imaginei Candê, Sofia e minha fantasia, guardadas no meu inconsciente, lugar que só eu posso visitar...

Rogildo de Oliveira
Enviado por Rogildo de Oliveira em 26/04/2011
Reeditado em 27/05/2011
Código do texto: T2932291
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