UMA AVE ESTRANHA...
UMA AVE ESTRANHA...
Sergio Pantoja Mendes
Uma ave estranha, passou por aqui...
Não tinha penas, nem bico
e não era de carne ou metal,
o seu corpo esquisito...
Veio assim de repente,
como quem não quer nada
e foi passando devagar,
como que vacilando
e sem saber ao certo pr’onde ir...
Era cor de amarelo na cabeça
e azul-esverdeado no corpo gozado...
Planando sobre o mar, revoluteou
e bailou uma dança maluca qualquer...
As nuvens, muito claras,
espiavam aquilo, sem nada entender...
Gaivotas, ainda cheirando a peixe,
voavam discretas, fingindo não ver...
Todos porém, são convidados a olhar,
já que as rádios conclamam.
As pessoas, mesmo temerosas,
se espremem umas às outras,
quase todas, sem nem saber porque...
A ave então, faz mais um volteio
e voa, em direção ao horizonte...
Os que chegam de longe, mesmo apressados,
já não mais podem vê-la,
que se foi planando mar adentro...
Era uma ave estranha,
o que passou por aqui...