O cavalo-de-pau
O Pacheco só tinha um pé, mas mesmo assim ele corria, corria e corria sem parar. Era o mais ligeiro; o mais veloz cavalo do mundo.
Tiquinho, montado no Pacheco, levantava o braço e lhe batia com uma varinha e lhe ordenava que corresse mais e mais, e ambos saiam velozes pra cima e pra baixo dando coices, pulos, upas e freadas. O menino ficava feliz e muito admirado com o tamanho das marcas das freadas na areia.
O melhor amigo do Tiquinho era o Chiquinho, que também tinha um lindo cavalo-de-pau chamado Trovão.
Os dois amigos apostavam dúzias de palmadas pra ver qual dos cavalos corria mais, ou quem chegava primeiro nas marcas das freadas. Chiquinho disparava na frente com o Trovão, mas sempre chegava atrasado e perdia. E depois que ele tomava uma dúzia de palmadas fazia cara de choro, e se desculpava dizendo que o Trovão era um cavalo muito gordo e lento, e ambos riam às gargalhadas.
Assim os dois meninos se divertiam todos os dias, até o pôr-do-sol. E quando a noite chegava, eles iam dormir sonhando com seus cavalos pastando, saltando e relinchando felizes mas, quando o dia amanhecia, lá estavam eles, novamente, a brincar de cavalgar.