A personagem - Primeiro ato -

*Prazeres

Depois de espalhar seu fogo pelo corpo do amante, ela se afasta. Não é tática, nem mania, é a sua filosofia. Não se envolver de maneira nenhuma, nunca!

Depois de saciado seu desejo Beta Castellaña diz para si mesma, nem as batidas desse coração por cima do meu corpo eu quero ouvir.

Para não se apegar a nenhum sentimento ou emoção de qualquer espécie, sem nenhuma intenção de comprometimento, ela se retira da situação, sem o menor constrangimento, sem dar nenhuma satisfação.

Assim a vida escolheu o seu viver, sem caminhos cruzados, sem rumo fixo, sem solidificação.

Após sair da casa de Carlos Alberto, Beta entra num ônibus qualquer e viaja pelos bairros da cidade de São Paulo, uma metrópole de cidadãos inconstantes, devido ao número de pessoas que circulam neste cenário diariamente. É um vai e vem de pessoas, que estão até nas mais belas letras musicais de grandes compositores brasileiros.

Olhando os nomes das ruas pela via principal da Av. Celso Garcia, Beta admira inúmeros prédios, parecidos com tantos outros por onde já passaram seu olhar. Desde escolas a igrejas universais, pessoas circulando, num dia frio de domingo.

São Paulo é capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul do mundo, São Paulo é também a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). Mundialmente conhecida, ela exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. (De Wikipédia, enciclopédia livre)

Depois de percorrer algumas ruas de ônibus, Beta desce na Praça da Sé e atravessa outros bairros. Do centro de São Paulo segue direção da zona norte à zona sul, viaja pelo metrô. Nesse percurso tem estrada, tem subsolo, tem gente entrando e saindo dos trens.

Imagens que vão e vêm, de lugares opostos e impostos pelo mecanismo humano, delimitado e castrando, engolindo a própria natureza humana. O concreto está por toda parte, até no olhar das pessoas, que pouco se vêem, em estado rígido passam uma pelas outras sem nenhum interesse de proximidade.

Por entre estranhos ela vai também, reconhecendo tudo ao redor, registrando tudo em sua mente carregada de imaginação. Nesse imenso jardim de indivíduos, num mundo de sensações tão desiguais, sua mente percorre ou corre de si mesma.

O sumiço de Beta dura duas semanas, esse foi o tempo de espera de Carlos Alberto. Ao ligar para ele, que preocupado pergunta onde Beta esteve, ela simplesmente responde, quero vê-lo hoje.

Nesse novo encontro ela mais uma vez programa sua mente para só sentir prazer, sem nenhum contato emocional, ela condiciona seu cérebro, comanda seu corpo para a satisfação, e nada mais.

Por uma, duas, três vezes acontecem os encontros com Carlos Alberto, até que outro sujeito apareça em sua misteriosa vida.

*O conto continua ... C@s*

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 23/09/2011
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T3237232