Uma Carta.

O pobre homem perturbado cavalgava tão rápido quanto seu velho e cansado animal aguentava, claro que não desejava cansar mais seu amigo de tão longa data, contudo era necessário! Com uma das mãos segurava firme as rédeas que prendiam no seu cavalo e na outra, segurava fortemente e amassava uma carta lida há dias, que lhe pareciam intermináveis. Cada pausa, cada retardo em sua viagem fatigava-o. O coração apertado sofria, já não era o mesmo rapaz que fora quando jovem cheio de agilidades e vigor.

Um dia antes de chegar à cidade, acordou cedo para tratar de preparar o velho amigo para o resto da viagem, seu coração sofreu ainda mais! O pobre cavalo que já estava doente morrera durante a noite, em silencio próximo a seu dono, como quisesse se desculpar e despedir.

-Adios amigo mio!- Falou gravemente o homem com lágrima nos olhos que tardou a viagem para enterrar o cavalo com as honras que merecia, por ter sido tão fiel sempre.

Era tarde quando acordou afinal, a cidade estava em péssimo estado, ainda subia fumaça das casas queimadas há algum tempo, andou rapidamente pelas praças da cidade, correu de casa em casa até a que era seu destino.

-Helena!- Berrou ele, sem resposta, passara por toda a cidade em busca de sua amada, nenhum sinal. Não havia nada, nenhum sinal de vida na cidade.

Cansado e sentindo-se culpado, o aviso sobre o assalto à cidadela lhe fizera recordar de tanto, buscou e levou consigo uma carto de tanto tempo atrás.

Foi até a praça principal da mesma, onde desamassou uma carta com muitos anos de idade; seu olhar passou sobre uma única frase que lhe por sua culpa.

-Você deveria deixar de viver em busca de tantos tesouros! Eu estou aqui. Sua cidade é muito longe para que possamos nos ver! Não precisamos de tanto dinheiro, temos nosso sentimento!