A menina que tinha tudo...

Leninha era uma menina bonita, ainda jovem, com 9 anos, ela tinha tudo o que uma criança podia ter. Morava o pai e a madrasta num castelo encantado na cidade de Encantolândia. Era princesinha do castelo, e seu pai era o rei. Sua madrasta Mafalda era uma pessoa boa, e Leninha costumava dizer a todos que Mafalda era a única madrasta boa no mundo. Era coberta de joias e ouros. Mas ela se dizia feliz. Estudava no castelo, longe das outras crianças da cidade, o que afastava das pessoas comuns. Tinha um quarto enorme de tão grande, com um espelho todo de ouro brilhante. Seu pai costumava dizer que este espelho era pra ela se olhar e se sentir mais linda. Mas não sabia o mal que fazia à menina dando-lhe tantas coisas materiais e afastando-a das pessoas comuns e simples da cidade.

Mas naquela redondeza morava uma senhora boa, uma velhinha caseira. Era a dona Xiquita, que morava perto do castelo. Dona Xiquita gostava de ler, fazia biscoitos aos netos, como toda avó. Ela via tudo que acontecia no castelo, inclusive os muitos mimos à pequena princesinha. Xiquita achava um absurdo o rei fazer isso com a filha, já que ela não tinha idade pra ser a princesa.

Num dia, caminhando pelo castelo, Leninha vê a senhora regando as poucas plantas de sua varandinha. Leninha se interessa pela senhora e caminha até lá. Toda exibida, achando que Xiquita ia recebê-la com cortejos e respeito: se enganou! Foi recebida como qualquer outra pessoa.

- Olá, senhora. - Diz a princesinha, curiosa.

- Oi, pequena, como vai? Sei que você é a filha do rei. E sabe o que eu acho do seu pai? Acho que ele está muito errado, sabia? - Diz a senhora, parecendo experiente no assunto.

- O quê? Meu pai, por quê?

A senhora explica a menina o porquê. Faz com que ela entenda que tudo aquilo não lhe faria bem no futuro.

- Menina, você tem tudo: roupas bonitas, cadernos pra estudar, cabelos boonitos... Mas e o amor? Seu pai lhe dá amor? Sua mãe lhe dá amor?

A menina fica encafifada com isso, e fica em dúvida em relação ao amor. O pai e a madrasta davam carinho, mas amor não. Eles não levantavam de manhã, dizendo "Filha, eu te amo". Eles não iam ao quarto da pequena ler uma história, cobri-la e dar um beijo de boa-noite. Tudo isso não fazia parte da rotina do rei e da madrasta.

Um dia, depois de ter frequentado bastante a casa da velhinha e ter aprendido muito com a mesma, Leninha chega aos pais e diz a eles:

- Pai, mãe, eu não quero mais nada!

Assustado, o pai exclama.

- O quê?! Como assim, filha?!

- Pai! Eu fui criada com muito mimo, mas e o amor? Eu ganho coisas, mas isso não vai me ajudar lá no futuro. Como eu vou ser uma grande pessoa, ficando na barra da saia de vocês? De hoje em diante, eu não quero ser a princesinha e nem quero muito conforto. Apenas quero ter o que comer e onde estudar. O resto, pai, é comigo.

Os ensinamentos da senhora ajudou Leninha a ser uma pessoa. Passa-se o tempo e Leninha já adulta se torna a princesa de Encantolândia. Mas quer ser a princesa do povo, bem simples. Leninha cria leis e decide criar uma ágora para o povo discutir a democracia, como os gregos faziam. Num destes dias, Leninha visita a casa de Xiquita e depois de anos da velhinha ter partido, Leninha faz uma coisa especial. Leninha faz uma homenagem a Xiquita e cria uma cerca para proteger a casa da senhora, preservando os ensinamentos da velha, com os livros e poesias que ela fazia.

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Lucas Vinícius
Enviado por Lucas Vinícius em 09/11/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T3326302
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