Num lugar simples e belo (Parte 2) - 2

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Momento 12

Saíram da taverna ao começar a escurecer.

Luna sentiu um pouco de medo ao andar pelas ruas. As pessoas que passavam por eles pareciam pouco amistosas e ela achava que algum deles poderia lhes querer fazer algum mal. Se agarrou ao braço de Jonas e continuou com ele, pouco a vontade e observando todas as sombras. Sentia-se sim um pouco mais segura, mas pensava também no que ele poderia fazer caso os malfeitores atacassem em grupo. Seguiu. Não tinha o que fazer. Jonas parecia bem seguro de si. O jeito era pegar um pouco dessa segurança e simplesmente se deixar levar. E rezar para que nada acontecesse.

Jonas levava Luna pelos caminhos mais movimentados da cidade, sempre alerta para com os transeuntes. Tinha medo do que poderia acontecer com ela e não consigo mesmo, por isso tentava captar todos os movimentos e todos os sons que ocorriam ao seu redor. Mas ainda assim tinha que se mostrar confiante, como se não se importasse com o que acontecia a sua volta e que tinha a certeza absoluta de que chegariam ao destino sem problema nenhum. Luna agarrou-se mais em seu braço e ele a olhou com o canto dos olhos, observando-a enquanto ela olhava tudo atentamente tudo o que acontecia ao redor. Era uma cena até mesmo um pouco cômica, mas também graciosa. Jonas queria abraçá-la, demonstrar-lhe carinho, mas aquela não era a hora. Apertou um pouco a mão de Luna, só para mostrar que estava ali, atento às reações dela.

Momento 13

Ao chegar à festa, Jonas reencontrou velhos amigos, pessoas que ele mesmo não imaginava rever e esposas de todos os tipos e gostos que seus companheiros coletaram pelo mundo. Quase todos pareciam felizes, quase todos tinham sorrisos verdadeiros de pessoas que se sentiam realizadas. Jonas se alegrou por isso; ele também se sentia realizado, sabia que ainda havia muitas coisas a se fazer, mas também que com seus 21 anos já havia feito muito mais do que a maioria das pessoas já sonhara em toda a vida. Agora só lhe restara conquistar uma coisa que a maioria dos seus amigos já haviam conquistado: o amor de uma mulher realmente especial para si.

Apresentou Luna a todos, não acrescentou o fato de que eram somente amigos, mas com certeza todos entenderiam a situação com o tempo.

Luna nunca havia visto tantas pessoas diferentes em um só lugar e também tanta animação entre amigos ao se reencontrarem. Tentou ser o mais simpática possível com todos. Alguns, quando a cumprimentaram também se dirigiram a Jonas para dar-lhe os parabéns por estar com uma moça tão bela e ela via que ele se limitava a um sorriso. Não era assim que achava que ele devia se portar, mas também não via porque de não aceitar, afinal tudo se esclareceria mais tarde. Gostou de alguns deles, outros achou-os um tanto quanto estranhos, mas ainda assim simpáticos e percebeu que um não parecia empolgado por rever Jonas e que se limitou somente a um aceno de cabeça ao cumprimentá-los. Mais tarde soube que o nome dele era Therra e que ele e Jonas não tinham um bom relacionamento como com os outros, mas que sempre se encontravam e se respeitavam nas reuniões por consideração ao resto da turma - disse um dos amigos que conviveu algum tempo com os dois. De qualquer forma era bom conhecer os amigos de Jonas.

- Hei pessoal, vamos encontrar alguma mesa disponível para nós - disse um dos amigos, baixinho e careca.

Quase todas as mesas estavam ocupadas, mas alguém conhecia alguém que conhecia alguém e reservou anteriormente uma mesa, grande o bastante para todos eles. Assim que se acomodaram os garçons começaram a servir canecas de cerveja para todos. Algumas das mulheres não bebiam, outras tomavam um gole ou outro e outras, como Luna, engoliam a cerveja como se fosse água. Jonas olhou para Luna espantado, não sabia que ela gostava de beber assim, mas também não achou ruim, ela deveria saber seus limites.

Após alguns copos de cerveja, Luna se sentia alegre e, escutando a música que rolava no centro do salão, sentiu muita vontade de dançar. Olhou para os outros a mesa, esperando que alguém saísse e fosse dançar para que talvez Jonas a chamasse, mas, mesmo depois de muito esperar, ou o que para ela parecia muito, ninguém se manifestou. Jonas estava muito empolgado contando e escutando sobre as aventuras ocorridas desde a época que não vira os amigos, e por isso Luna não queria chamá-lo. Percebeu que Therra nada dizia, somente escutava, assim como todas as garotas da mesa, e que também ninguém o exigia que contasse qualquer coisa. Pensou em talvez chamá-lo para dançar, mas vira como ele e Jonas se olharam quando chegaram e achou melhor não o fazer. Esperou a oportunidade para falar com Jonas e o fez quando alguém se levantou para chamar o garçom e todos os outros ficaram em silêncio.

- Jonas, vamos dançar?

Mas para sua decepção ele lhe dissera que não sabia aquele tipo de música. No momento simplesmente teve de aceitar e se deixou afundar na cadeira, mas estava mesmo com vontade e queria fazê-lo já. Pensou melhor, duas, três vezes e perguntou, por gestos, a Therra, que estava quase a sua frente, se ele gostaria de ir e esse respondeu que sim, já se levantando. Luna pediu licença a todos, pegou no braço de Therra e foram dançar.

Jonas estava muito feliz por poder rever todos. Escutava o que tinham pra dizer, sobre as aventuras que participaram. Uns tinham histórias alegres, onde eles riam até sair lágrimas dos olhos, outros tristes, mas mesmo assim eles riam e diziam para esquecerem as coisas ruins. Haviam também aqueles que se aventuravam mais do que qualquer outro, contando casos que impressionava a todos, com, claro, um certo exagero algumas vezes. Mas Jonas estava contente, poderia ficar bebendo e contando histórias a noite toda. Mas nem tudo era sempre perfeito...

Quando alguém se levantou para tentar chamar o garçom e o restante da mesa ficou em silêncio, tentando diminuir um pouco do barulho que havia naquele lugar, Luna o cutucou e meio tímida o chamou para dançar. Jonas já precisara saber dançar antes, mas nunca havia aprendido e nunca correra atrás para aprender. Agora sentia a falta que isto lhe fazia. Queria agradar Luna. Queria muito agradá-la, mas realmente não sabia e não iria pagar qualquer vexame tentando. Seria bom se agarrar com ela e sentir seu corpo gingando junto ao seu. Sentiu raiva de si mesmo por nunca ter aprendido e prometeu que, assim que voltasse para sua terra, contrataria alguém, muito provavelmente uma mulher da vida, para ensiná-lo a ser um pé de valsa. Mas no momento não havia nada a se fazer.

- Desculpe Luna, mas não sei dançar. Músicas assim nunca tentei.

Viu a decepção no rosto dela. Mas não havia nada que pudesse fazer. Decepcionou-se consigo mesmo e reforçou a promessa de contratar alguém para ensiná-lo os passos de dança assim que possível. Mas, não podendo fazer nada mais, voltou a atenção para os amigos que riam de algo que Albert contava.

Jonas viu Therra se levantar e em seguida Luna. Quando olhou para trás os dois seguiam para a pista de dança juntos, de braços dados. Sentiu-se esquentar, começando a ficar muito nervoso, forçou-se a olhar para frente para que os dois não percebessem que estava incomodado. Quase todos na mesa se calaram, percebendo o que acontecia, somente Janus e sua companheira continuavam rindo, alheios ao acontecimento.

- Calma, ela não sabe sobre vocês. Ela só queria ir dançar e ele é o único desacompanhado. - Disse Inane, tentando acalmá-lo.

- Eu sei! - Respondeu Jonas do modo mais suave que conseguiu.

Aos poucos a mesa foi voltando ao estado de espírito anterior. Somente Jonas continuava calado e dessa vez era ele quem estava alheio a quaisquer coisas que aconteciam.

Tentou, de todas as formas que podia, aliviar um pouco da raiva que sentia, mas isso não era fácil e ele não conseguia achar uma solução que não fosse a de ter seu punho fechado no rosto de Therra. Sabia que não adiantaria, que somente criaria problemas mais sérios. Mas nada disso parecia importar no momento. O que queria realmente era acertar as contas com Therra que, aliás, havia muito estavam pendentes.

Quando Therra retornou, sozinho, ficou em pé no seu lugar, esperando que Jonas o olhasse para ele, e quando o fez, sorriu e disse:

- Ela foi ao banheiro. Ah, e, ela dança muito bem, que corpo quente e bem afeiçoado. - E sentou-e, sem tirar os olhos de Jonas e o sorriso da cara.

Jonas estava prestes a explodir.

Quando chegou à pista com Therra, olhou com o canto dos olhos e viu que Jonas os olhava andando até o meio do salão, mas que, agora, retornava a postura normal, para frente, e que Inane, a garota que sentava ao seu lado, inclinava-se para lhe dizer algo, enquanto todos ficavam quietos. Voltou o olhar para Therra quando esse a segurava pela cintura e a puxava para perto de si. Ele tinha um sorriso que ela não gostou, parecia triunfante em algo, mas então, antes que pudesse pensar qualquer outra coisa, Therra a rodopiou e a levou em uma dança rápida e confortável. Ele sabia realmente como dançar e conduzir perfeitamente uma dama.

Após a primeira música terminar, e antes que Therra pudesse puxá-la novamente, Luna fugiu dos seus braços e disse que tinha de ir ao banheiro, dirigindo-se para lá a passos largos. Ficou do lado de fora, onde se encontravam os sanitários, encostada em uma parede por algum tempo, arrependendo-se do que havia feito. Viu a forma que os dois se olharam na entrada, algo de ruim tinha entre eles, e ela ignorou isso pela simples vontade de dançar, ignorou Jonas completamente. Mas, ao mesmo tempo, tinha a certeza de que era isso que deveria ter feito, que não iria deixar de fazer algo que gosta por um capriço de Jonas. Já se sentia toda embaralhada. Mas tudo bem, agora já foi, já aconteceu. Voltou para dentro do salão e observou por um momento a mesa em que se encontrava Jonas e seus amigos antes de prosseguir. Sentou-se como se nada tivesse acontecido. Therra sorriu para ela. Jonas não a olhou. Esperou alguns minutos e ainda assim Jonas continuou calado, perdido em seus pensamentos.

Quando Luna retornou não conseguiu olhar em seus olhos. Sabia que ela poderia não ter feito aquilo por mal, mas também poderia ter sido birra por ele não ter ido dançar com ela. Além do mais, não sentia-se nervoso pelas por ela, sua raiva se concentrava mais em Therra, mas no final tudo acabava se misturando e, no momento, não queria olhá-la, pelo menos até acalmar-se um pouco.

- Vai realmente ficar calado a noite toda? - Perguntou Luna, baixo, perto do ouvido de Jonas, após alguns minutos.

Jonas a encarou. Não dava para saber realmente o que ele expressava com aquele olhar. E então se levantou, pegou a mão de Luna e foram para o salão ao lado, onde uma banda se preparava para se apresentar.

Momento 14

No salão, a frente do palco, haviam várias pessoas já esperando a apresentação da banda. Foram para um canto, onde havia mais espaço. Jonas continuava calado.

Ao seu lado de Jonas, Luna ficava cada vez mais nervosa. Não aguentou o silencio que permanecia entre os dois e, após alguns minutos, se manifestou:

- Se for ficar calado a noite toda, é melhor eu voltar pra taberna. - Disse, sem disfarçar a raiva que sentia. - E pode ficar com seus amigos, talvez Therra queira me levar.

Se arrependeu imediatamente do que disse, mas já era tarde. Calou-se.

Jonas a olhou com os olhos em chamas. "É agora que ele me acerta, me dá um tapa ou fala algo para me ferir" - Pensou Luna. Mas Jonas somente continuou a olhá-la, sem fazer qualquer movimento, sem dizer qualquer palavra. Após alguns minutos, o que para Luna pareceu serem longos minutos, Jonas se levantou, dizendo-lhe que já voltaria e saiu, caminhando a passos largos e pesados, sem olhar para trás.

Nem mesmo Jonas saberia explicar o que passava consigo quando Luna disse que Therra poderia levá-la de volta. Sabia somente que havia algo dentro de si que estava prestes a explodir. Olhava para ela tentando encontrar algum conforto, tentando entender o porque daquilo, mas olhando para ela, via também o sorriso de Therra, aquele sorriso irônico e debochado, provocando-o, querendo rebaixá-lo. Mas não podia se deixar dominar pela raiva, pois sabia que tudo estava, de alguma forma, errado e que se pensasse um pouco poderia compreender melhor a situação e assim, quem sabe, tudo voltaria a ficar bem.

Respirou fundo, trancou sua raiva o mais fundo que pode e se levantou, dizendo para Luna que já voltaria, sem nem mesmo pedir-lhe o óbvio, que era para ela permanecer onde estava.

Começava a ficar nervosa, mas não de raiva, e sim de apreensão. Estava com medo do que poderia acontecer. Jonas a olhou com muita raiva e saiu sem dar explicações. Ele poderia fazer qualquer coisa. Poderia ir exigir explicações de Therra, ir embora e deixá-la ali, sozinha. A possibilidade disso acontecer, de Jonas deixá-la, a assustava. Não saíra muito de sua floresta e da vila e quando o fazia era sempre acompanhada. A ideia de pegar uma condição sozinha, junto dos lunáticos e beberrões que sempre viajavam por aquelas bandas era algo impensável. Mas pensava, e tremia com esses pensamentos. Várias outras coisas também vinham a sua mente. E se Jonas não pagasse a conta da hospedagem? Teria que ficar e trabalhar até que conseguisse pagar. Isso se a moça, ou quem que se fosse o dono a deixasse trabalhar para eles, senão teria de arrumar outra coisa com que pudesse ganhar algum dinheiro. E o que sempre havia numa cidade grande era... Muitas prostitutas... "NÃO, ISSO NUNCA!" - Gritava para si mesma. Faria qualquer coisa, poderia até fugir, mas nunca algo desse tipo. Nunca havia ido para a cama com homem algum e não seria dessa maneira, com qualquer um. Mas e se simplesmente fugisse, também não teria como pagar a condução de volta para casa. Se conseguisse voltar com Thiago poderia ser que ele a ajudasse. Mas e se não o encontrasse? O que outros poderiam exigir como pagamento?... "Jonas, seu filho de uma puta, volta, por favor!" - Implorou, falando com si mesma, mas ele ainda não voltara e para Luna já pareceu ter passado muito tempo.

Talvez Therra a ajudasse, talvez ele a levasse para casa, ou talvez não. Quando dançara com ele, teve a oportunidade de olhar em seus olhos e não gostou muito do que vira. E também não seria muito sensato pedir ajuda a ele, pois ela nem mesmo sabia o porque da briga entre ele e Jonas. Poderia ser algo perverso que Therra tenha feito, ou mesmo algum mal que Jonas tenha lhe causado e que Therra poderia aproveitar estar sozinho com ela para se vingar. Não, ele não poderia ajudá-la e não havia mais ninguém que pudesse e isso a estava deixando extremamente assustada.

Pensou várias vezes em se levantar e voltar à mesa, mas preferiu permanecer sentada um pouco mais. Mas agora tomara coragem e se pôs em pé, assustada, olhando para todos os lados e quando deu o primeiro passo, Jonas saiu de entre a multidão, que se aglomerava agora que a banda estava para começar a apresentação, e, Luna, com uma explosão que misturava alívio e alegria, pulou nos braços de Jonas, deixando-o com uma expressão assustada enquanto ela simplesmente permanecia quieta e aconchegada.

Tinha que se acalmar, era a única coisa que sabia que deveria fazer no momento e aí sim, depois, poderia deixar-se pensar. Nunca fora bom em resolver qualquer coisa quando com raiva e se tentasse agora, sabia que somente causaria mais problemas. Por isso andou, passou pelo salão onde estavam reunidos seus amigos e, sem olhá-los, continuou andando até a saída. Já fora, respirou fundo, se encostou numa árvore velha quase sem folhas e ali permaneceu. Fechou os olhos e tentou lembrar-se dos momentos antes desta noite e a imagem de Luna pulando na cama fora a primeira que lhe veio à mente, acompanhada de outras tão boas quanto e, assim, se deixou acalmar.

Já melhor, sentiu a bexiga cheia e foi para a fila do banheiro que não estava nem um pouco pequena. Quanto mais perto estava da casinha, mais difícil ficava para se segurar. A distância era inversamente proporcional a sua vontade. Tinha certeza de que se chegasse sua vez e algo acontecesse não conseguiria aguentar, por isso já procurava o melhor lugar para se aliviar em caso de emergência e as árvores eram sempre as melhores opções. Essa era uma das primeiras coisas que havia acrescentado na sua lista mental de vantagens de ser homem.

Quando sua vez chegou entrou o mais depressa possível, sem dar tempo para o azar e tomando cuidado onde pisava, pois o chão estava encharcado e não era de água. Se ajeitou na frente do buraco onde deveria urinar, afastou os pés um do outro, tanto para ficar mais baixo, quanto para evitar molhá-los em caso de acidente e deixou o jato sair. Era uma das melhores sensações que poderia sentir e duvidava que alguém discordasse. Ao terminar esperou um pouco mais para saísse qualquer vestígio de urina e chacoalhou o instrumento antes de guardá-lo.

Saiu da casinha satisfeito e muito mais feliz. O próximo da fila quase o empurrou para poder entrar, por isso simplesmente saiu da frente e deixou que ele tivesse seu momento de glória. Enquanto caminhava de volta encontrou com Therra na fila e se sentiu desconfortável, pois ele o encarava com aquele mesmo sorriso irônico, mas sem deixar que isso o prejudicasse de qualquer forma, simplesmente passou por ele e continuou seu caminho, mas não sem antes escutar Therra sussurrando "otário".

Entrou novamente no salão e foi até o balcão e pegou duas bebidas fortes. No salão seguinte chegar até Luna não foi tarefa fácil. As pessoas se aglomeravam e passar pela multidão sem derramar as bebidas havia se tornado uma missão impossível. Quando conseguiu passar pelas duas últimas pessoas somente viu Luna se aproximando rapidamente e se agarrando em seu pescoço, surpreendendo-o. Um terço de cada bebida não pode ser salvo.

Procuraram também algum lugar em que pudesse ver melhor a apresentação. Ficaram no meio das pessoas e onde estavam mais três outros casais. Se sentiam apertados, o lugar não parecia comportar tantos, por isso Jonas ficou atrás de Luna e a abraçou, utilizando os cotovelos como proteção e ao mesmo tempo como um meio de fazer outros afastarem-se um pouco. Quando a abraçou, Luna aconchegou-se, totalmente a vontade e relaxada.

A apertou e deliciou-se com o cheiro de seus cabelos e as sensações que sentia com o corpo dela junto ao seu. Deixou-se levar pelo que viesse a tona, não se importava mais se ela poderia recriminá-lo ou não, só sentia. Luna estava quente e era tão cheirosa quanto uma mulher deveria ser e isso aguçou seus sentidos. Ela friccionava o quadril abaixo de sua cintura, deixando-o excitado e, mesmo agora tendo consciência do que acontecia, não se importou, era hora de aproveitar e levar a coisa tão adiante quanto ela deixasse. Abraçou-a ainda mais forte, puxou-a ainda mais de encontro a si. Luna pareceu fácil de se conduzir e extremamente a vontade. Rebolava e o fazia respirar fundo.

Seu membro estava rígido e já havia algum tempo, mas estava numa posição um pouco desconfortável dentro da calça e pensou em arrumá-lo, mas não queria estragar o momento, não queria estragar a posição que Luna se encontrava, por isso deixou como estava e continuou a apertá-la contra si.

Luna se sentia segura e confortável nos braços de Jonas, por isso deixou-se envolver por eles. Enquanto estivesse assim, tudo estaria bem, tudo estaria... Gostoso.

Gostava da sensação de Jonas a puxando de encontro a si e de como fazia parecer estarem num mundo só deles. Seu corpo praticamente tinha vontade própria, uma vontade também compartilhada por sua mente e nenhum dos dois queria que aquele momento acabasse. Se sentia bem, quente e com comichões entre as pernas que a fazia pensar em Jonas nu, agarrando-a... Ele passava as mãos pelos seus braços, apertando-os e por sua barriga, acariciando-a. Eram mãos grandes, firmes e Luna se segurava para não se contorcer enquanto sua vontade era unicamente a de se entregar aos prazeres e se deixar levar até onde Jonas a quisesse conduzir. Enquanto ele passava as mãos por algumas partes de seu corpo, pedia, silenciosamente que também acariciasse seus seios, beijasse seu pescoço e apertasse suas coxas. E se ele o fizesse, com certeza não se oporia, somente se entregaria, mas, mesmo querendo tanto, não tinha coragem de pedir... Estava numa mistura de prazer e agonia quando se deu conta de que arrebitava a própria bunda e se esfregava em Jonas e que sentia como o membro dele estava duro por dentro da calça, o que a deixou ainda mais excitada. Com as duas mãos o agarrou pelos quadris e o puxou mais para si, jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e abriu a boca numa respiração leve e rápida. Jonas pareceu hesitar, mas logo se recompôs e a agarrou ainda mais forte, acariciando seu pescoço, pouco acima dos seios, acima da barriga e seus seios...

Nesse momento Luna se deu conta do que realmente fazia, que estava alterada por causa da quantidade de bebida que consumiu e que havia deixado se levar sem resistência alguma. Estava gostando... Adorando, mas sabia que não deveria se entregar assim. Jonas não tinha culpa, somente ela mesma. Sempre escutara que o papel do homem era tentar e da mulher impedir e ele só estava fazendo o que achava que deveria fazer e se ela simplesmente cedesse, com certeza ele iria até o fim...

Arregalou os olhos, sentiu as mãos dele apertando seus seios... Mãos grandes, fortes, ageis... E sem muito pensar virou-se e o abraçou, soltando um não que mais se parecia com um gemido de agonia ou incerteza. E assim ficou, esperando que ele parasse por ali.

Quando Luna segurou sua camisa com as pequenas mãos, o puxou e jogou a cabeça para trás, Jonas parou e analisou a situação para realmente ter certeza de que ela estava fazendo o que achava que ela fazia. Mas não se demorou pensando e logo voltou com suas carícias, agora com mais certeza de que ela gostava. Chegou com as mãos mais perto dos seios, acariciou em volta, acima e abaixo, passou a mão de leve por eles e quando sentiu que ela somente estremeceu os apertou...

Nesse momento Luna se virou e gemeu um não tímido e o abraçou. Jonas ficou sem reação. Um ”droga” silencioso se formou em seus lábios, mas se acalmou e também a abraçou, segurando somente sua cintura.

A banda começou a tocar. Os dois se divertiram como os demais no salão pelo resto da noite.

Momento 15

Ao saírem, reencontraram a turma toda reunida, que provavelmente os esperavam para poderem se despedir. Algumas das garotas estavam cansadas, com cara de sono ou escoradas em seus homens, como a garota de Janus que descansava deitada em seu ombro, enquando ele, escorado na parede, a segurava em pé.

- Hei Jonas, nós vamos embora, as garotas estão muito cansadas - disse o amigo baixo e careca.

- Sim, vamos, a festa acabou e estão todos indo embora - Disse Jonas - E onde estão hospedados?

- Alugamos uma casa e lá tem muito espaço, se quiserem ficar conosco.

- Não, obrigado, estamos ficando numa taberna até aconchegante e também quero evitar atritos.

Todos olharam para Therra, que estava escutando a conversa de braços cruzados e com cara de saco cheio.

- O que foi? Não fiz nada, não me olhem dessa maneira, o otário aqui é ele - Disse Therra e acenou com a cabeça para demonstrar que estava falando de Jonas.

- Não dá, cansei disso, não tenho o sangue tão frio para aguentar tanto. - Respondeu Jonas, já avançando para cima de Therra, com os punhos cerrados.

Luna deu um gritinho de susto por Jonas ter se soltado bruscamente de seus braços, fazendo com que quem estava sonolento acordasse no mesmo instante.

Jonas tentou dar um soco de direita em Therra, mas se encontrava bebado demais para acertar, fazendo somente com que Therra tropessasse em seus próprios pés e caísse sentado no chão. Nesse momento o amigo baixo e careca interveio e não deixou mais que brigassem.

- Bêbados - Disse Janus para sua esposa enquanto balançava a cabeça - Sempre dão um jeito de estragar a diversão.

- Você me disse que eles nunca se deram bem - Disse a garota ainda recostada no peito de Janus.

- É verdade, mas também nunca haviam agido dessa forma. Acho que o problema hoje é a garota, não é mesmo?

Ela deu um sorrisinho. Sabia muito bem do que Janus falava, pois ela mesma já fora motivo de briga na aldeia onde morava e no fim acabou fugindo com Janus, que não tinha nada haver com a briga, era somente um visitante por quem ela se apaixonara.

Therra se levantara, Jonas estava bufando, segurado por Luna, o amigo baixo e careca e Inane estavam tentando acalmar as coisas e o restante somente olhava, sem muita preocupação, afim somente de que aquilo acabasse e que pudessem ir embora.

Momento 16

Já estava cansado de continuar sozinho. Estava se sentindo rejeitado, abandonado. Tudo o que queria era o carinho, o amor e principalmente o conforto de quando ela estava por perto. Parecia que tudo isso tinha sido a tanto tempo atrás, parecia que nunca mais teria nada disso de volta. Tinha que se virar, sim, estava sozinho e não importava o quanto doesse, continuaria assim e teria que aceitar essa condição. Mas não era nada fácil. As lembranças estavam em cada canto, ainda sentia o cheiro dela em cada cômodo. E não era só isso, mesmo depois de tanto tempo ainda conseguia sentir seus abraços, lembrar exatamente do seus carinhos, de casa coisa que a agradava e desagradava. Algumas vezes a deixava fazer coisas que ele não gostava só para fazê-la feliz. Entrava em jogos bobos pois via que ela gostava daquilo. Claro, sempre haviam recompensas no final. Mas agora ela se foi e sentia falta dela como nunca imaginou sentir. Nada mais restava...

Acordou no terceiro dia com esses pensamentos. Estava triste, mas tinha que continuar. No céu o sol já passara da metade - mas ainda estava com tanto sono - e era hora de se levantar, se alimentar e continuar seus treinamentos. Comeu um pouco - sim, o nível de ração começava a ficar alarmante - e foi procurar alguma forma de aprender algo valioso.

Não haviam mais tantos ratos juntos atrás da casa. Tinham fugido e sabia que iriam demorar para voltar e os poucos que restaram eram mais corajosos, lijeiros e sabia que, por enquanto, não tinha chances de capturá-los.

Seguiu para a floresta, resolveu explorar, ir além do caminho, andar pelas árvores, conhecer as dificuldades de um lugar selvagem. já havia entrado um pouco na mata, mas nada muito longe. Gostava de saber que, caso precisasse, seria rápido e fácil voltar. Mas desta vez teria que ir longe, teria que se aventurar e descobrir o que existia além daquelas árvores, ou até onde elas iam. Caminhou de vagar, testando o terreno, pulando sobre troncos para ver se conseguia enxergar mais longe, mas a mata era muito densa e pouco conseguia ver. Então continuou, tentou subir numa árvore, mas caiu quando estava na metade do tronco. Machucou as costas e bateu a cabeça, pois havia caído de lado. Caiu muito rápido, sem ter tempo de se virar. Xingou a sorte e xingou-se por ter tentado aquela idiotice. Levantou e tentou lamber onde doia, mas não alcançava. Sentiu raiva por ser gordo, por ter se deixado a chegar naquele estado

Pouco mais além sentou num tronco cheio de musgo e pensou. Pensou que estava sendo idiota. Pensou na saudade que sentia dela. Na forma que ela o amava. Em como ela sempre voltava, mesmo depois de passar a noite longe. Estava sendo burro sim. Ela ia voltar e bem antes da ração acabar, que não estava quase no fim, mas sua gula achava que sim. Sempre que se sentia chateado ou irritado tinha de comer, e dessa forma engordava e fazia a comida acabar ainda mais rápido. Não, não deveria se preocupar com nada. Tudo oq eu tinha de fazer era voltar e dormir. Quanto mais dormisse, mais rápido o tempo passaria e mais rápido a veria.

Virou-se para o caminho de volta. Esperou que estivesse certo de que aquele era mesmo o caminho e retornou para sua soneca.

Momento 17

Voltaram para a taberna cambaleando e tropeçando nos próprios pés. Luna já não sentia mais o medo que sentira na ida e Jonas já não se preocupava mais em tomar cuidados. Estavam totalmente bêbados. Jonas voltara ainda algumas vezes para buscar mais bebida, enquanto a banda se apresentava e tanto ele quanto Luna acabaram bebendo mais do que a conta. Por isso seguiram todo o caminho rindo como loucos e fazendo chacotas de si mesmos. Na taberna tiveram um pouco de trabalho para subirem as escadas e foi a própria taberneira que lhes abriu a porta do quarto, pois faziam muito barulho ao tentar abri-la. Jonas tirou a própria roupa, ficando nu em pelo e em seguida puxou o vestido de Luna, deixando-a somente com as roupas de baixo, ela tentou relutar, mas quase não conseguia mais se mover, em seguida simplesmente caíram na cama e apagaram. A taberneira observou aquela cena sorrindo e encostou a porta atrás de si, deixando-os a sozinhos.

Luna acordou com muita dor de cabeça. Estava deitada sobre peitos de Jonas, mas não conseguia pensar direito, por isso só limpou a baba que escorria de sua boca e sentou-se na cama para pensar. Tomou um pouco de água e sentiu-se enjoada. Prometeu a si mesma que nunca mais beberia uma gota de álcool sequer e virou-se para fora da cama e vomitou dentro da bacia para lavar os pés.

Quando mais recuperada, notou que estava vestida somente com as roupas de baixo e que seu vestido estava simplesmente jogado no chão. Olhou para Jonas e ele estava nu, totalmente descoberto. Sentiu-se envergonhada e virou o rosto, como se alguém pudesse flagrá-la contemplando-o. Tentou lembrar-se do que acontecera, mas a ultima coisa de que conseguia era a briga de Jonas e Therra. Não sabia nem mesmo como tinham voltado.

Uma pontada de dor espetou sua cabeça. Cobriu Jonas, mas não sem antes contemplá-lo novamente. Vestiu uma roupa mais confortável e saiu do quarto, tomando cuidado para não fazer barulho. desceu até a taberna e viu a moça limpando o chão atrás do balcão. Sentou-se numa das cadeiras e ficou esperando ser notada. A moça largou o escovão e foi atendê-la.

- Sim?

- Estou me sentindo muito mal. Você já deve ter cuidado de muitos bêbados e saber de algo para melhorar o que sinto.

- Normalmente só jogamos eles lá no gramado, para que se virem para ir pra casa, mas as vezes meu pai também resolve beber com eles e acaba vindo reclamar para mim quando acorda. Tenho um chá que irá ajudar, espere aqui que já volto.

- Obrigada. - Disse Luna, deitando a cabeça no balcão e reprimindo outra ânsia.

Quando a moça voltou, Luna estava dormindo com a testa no balcão e ao ser chamada, acordou ainda com a mesma ressaca de antes.

- Aqui está, beba! - A moça entregou um chá a Luna, que fez careta ao tomá-lo - O amargo faz parte da cura, beba. - E fez com que Luna o bebesse todo.

Ao terminar Luna já sentia-se um pouco melhor, como se realmente o amargor ajudasse. A moça tinha voltado às suas tarefas e Luna ficou a observá-la durante algum tempo, até que começou a falar:

- Eu acho que fiz besteira esta noite. - Disse Luna.

- Com certeza, bebeu demais. - Respondeu-lhe a moça.

- Sim, mas não é só isso, acho que eu... - Exitou, não sabia como falar, tinha vergonha - Que nós... É, que nós fizemos...

- Sexo?

- É, acho que sim.

- Acha?

- Bem... Acordei e ele estava nu eu somente com minha roupa de baixo.

- Sei... - Respondeu a moça, parecendo pensativa. - Eu já não creio que tenham feito qualquer coisa. Você se lembra de algo? Estava muito bêbada, não conseguia nem mesmo se manter em pé direito e ele... Também duvido que ele conseguisse alguma coisa no estado em que se encontrava.

- É mesmo? - Perguntou Luna, um pouco aliviada e um pouco curiosa.

É mesmo. Eu vi quando ele se despiu e depois te despiu. Desculpe, a cena tinha um certo ar de comédia e acabei assistindo. E vi também que vocês dois simplesmente caíram na cama e desmaiaram. Pode ficar despreocupada.

Jonas acordou com a boca seca. Estava nu. Lembrava-se de ter tirado a própria roupa e em seguida a de Luna, pouco antes de simplesmente se jogar na cama e desmaiar. Luna não estava ao seu lado. A noite ela não conseguia nem mesmo se manter em pé direito, devia ter acordado com muita ressaca. Tomou um pouco de água e percebeu que a bacia para lavar os pés estava vomitada. Sorriu e sentiu dó, sabia pelo que ela estava passando. Quando tentou se levantar da cama, sentiu uma pontada de dor na cabeça, mas isso já era de se esperar e somente a ignorou. Se vestiu e saiu, indo encontrar Luna conversando com a moça da taberna.

As duas pareciam estar se dando bem, o que poderia ser bom ou não. Quando chegou elas o cumprimentaram. Luna com um beijo no rosto, a moça com um sorriso.

- Está bem? - Perguntou Luna.

- Sim, estou - Respondeu Jonas - Só um pouco de dor de cabeça.

- Ela tem um chá que é fantástico.

- Ótimo, acho que vou querer também.

Disse olhando para a moça, e ela saiu para buscar.

- E tudo bem contigo? - Perguntou Jonas - Vi que passou mal.

- Sim, estou, agora estou, mas acordei muito ruim, meu estômago estava todo revirado.

Jonas sorriu e Luna lhe mostrou a língua, mas também sorriu.

- Temos que ir embora, nossa hora já passou.

- Sim, temos, estou ficando cansada da viagem e estou com saudades do meu gato.

- Imagino que sim. Verei se há alguma condução que vá para lá hoje.

- A moça me disse que tem uma agora no começo da tarde, podemos ir nela.

- Sim, podemos.

A moça voltou com o chá. Jonas se sentiu melhor e foi atrás da diligência, para poderem voltar pra casa.

Momento 18

Luna chegou já procurando pelo gato, mas este não estava. Olhou por toda a casa e em volta dela, mas nenhum sinal dele; o chamou várias vezes, mas sem sucesso. Ao voltar para dentro da casa encontrou Jonas pegando o restante de suas coisas para partir.

- Já é hora? - Perguntou Luna sentindo-se um tanto quanto triste. Sabia que Jonas tinha de ir, mas não queria que ele fosse. Gostava de sua companhia e gostava de tê-lo por perto. A muito tempo não se sentia tão bem ao lado de alguém. Se pudesse prolongar o tempo o faria e não colocaria limite, mas tudo o que podia fazer agora era aceitar e deixar que se fosse. Quem sabe ele não voltaria e a faria feliz novamente.

- Sim, preciso mesmo ir, tenho assuntos a tratar e negócios a resolver. - Jonas dizia essas palavras sentindo seu coração pesado. Sentia por ter de partir, mas mesmo se não tivesse coisas com que tratar iria embora, pois sabia que já era hora.

Terminou de arrumar suas coisas e sentou-se em um banquinho ao lado do sofá que luna ocupava e ficou a observá-la. Não se cansava de olhá-la. De observar aquela pele clara e sem defeitos, os olhos da cor de mel e os lábios finos e delicados. Aliás era por aqueles lábios que se sentia perdido e por isso abaixou a cabeça para não mais encará-los.

- Não quero que vá - disse Luna e no instante que Jonas levantou o olhar para ela, o beijou. Já pretendia fazê-lo a algum tempo, mas não tinha coragem e não sabia se devia.

Jonas se espantou e não sabia o que fazer. Ficou parado, olhando-a, tentando entender o porque. Mas não conseguia, não esperava algo assim dela.

- Olha a cara dele - disse Luna rindo.

Jonas não esperou mais, simplesmente a puxou e continuou a beijá-la.

Luna foi com Jonas à vila acompanhá-lo até o último momento. Ao chegar percebeu que a garota que ela mais odiava observava-os chegando pela janela de sua casa. Ficou enraivecida, mas um sentimento de vingança se apoderou de si; poderia desejar o quanto fosse, mas nunca o teria. Sabia que era ridículo, nunca gostara dos jogos feitos pelas outras mulheres e também não entendia muito bem o porque de tanta rivalidade. Mas agora tudo parecia fazer mais sentido e estava feliz por estar ganhando daquela garota ao menos uma única vez. Mesmo não tendo deixado isso acontecer, tivera a oportunidade de ter Jonas, que era o que a outra desejava. E também teve ele fazendo todas as suas vontades sem se queixar e feliz. Não sabia exatamente, mas começava a achar que desejava que ele ficasse para continuar a ser mimada.

Jonas largou o braço de Luna, tirando-a de seus devaneios, para pagar o cocheiro e pegar seu animal. Quando voltou Luna tinha o olhar úmido e triste. De dentro de uma bolsa pegou um livro e entregou a Luna.

- Pegue. Eu o li durante a viagem e acho que a garota da estória se parece muito com você. - Disse.

Os dois se despediram simplesmente se abraçando e se olhando.Jonas subiu em seu cavalo e seguiu sem olhar para trás. Luna o observou sumir no horizonte. Sentiam-se como se tivessem deixando alguém que a muito tempo lhes era caro.

Quando foi embora, Jonas tinha a certeza de ter conquistado Luna e nesse momento sentiu-se satisfeito com cada minuto passado ao lado dela. Foi embora, mas prometendo voltar em breve.

Antes de voltar para casa Luna sentou-se em um banco de madeira e folheou o livro a procura de alguma dedicatória, mas somente encontrou qualquer coisa escrita por Jonas sob a orelha da contra capa. Já se sentia triste, achando que nada havia alí.

Leu, sentiu seu coração palpitar de felicidade e voltou pelo caminho da floresta, sorrindo como uma adolescente apaixonada.

"Ame de verdade e sem medo, ao menos uma vez.

Quando toda dor passar vc terá o que lembrar e se orgulhar.

O amor pode ser passageiro,mas suas lembranças são tão eternas quanto desejar.

Mesmo que só se 'lembre do que nunca aconteceu' "

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O livro a que me referi é "Marina" de "Carlos Ruiz Zafón".

Uma ótima leitura.