O BEIJA FLOR MENSAGEIRO

O beija-flor mensageiro da esperança

Sonia olhava através da janela, a chuva finíssima que caia lentamente. O ar estava úmido, e as nuvens cinzentas, anunciavam algumas horas a mais de chuva. Saudosa de sua terra natal, ela fechou os olhos e viajou através da imaginação.

Vivia naquele lugar há pouco tempo. Ainda não se habituara à atmosfera, por mais que se esforçasse, sentia falta do sol tórrido dos trópicos, do vento a beira-mar, do marulhar das ondas, do cheiro de peixe fresco, e tantos outros pequenos detalhes. Parecia que estava fincada naquele lugar, naquela paisagem. Fora feliz ali, com sua família desde a infância, depois o casamento, os filhos. Eram muitas recordações que se sentia muito angustiada ao tentar esquecer.

Seus instrutores naquele plano já lhe haviam explicado que no início era difícil esquecer. Para alguns recém-chegados, aquela colônia era passageira, para outros poderia tornar-se uma eternidade. Ela ouvia pacientemente as instruções, sem revoltas, sem medo. Tinha o desejo ardente em sua alma, de encontrar novos horizontes para sua trajetória espiritual. Há muito sabia que a dor fazia parte do crescimento, e procurava separar em suas atitudes presentes, a rosa dos espinhos. Não os arrancava, mas conhecendo certos princípios, optava por não ferir-se ao tocar os frágeis galhos da flor.

A vida passava lentamente sem muitas mudanças. A chuva parecia interminável. Sonia levantava-se todas as manhãs na esperança de ver o sol brilhar e aquecer tudo ao redor, mas para seu desânimo encontrava sempre a mesma paisagem, lá fora de sua janela. Andava muito medrosa, e não tinha coragem para sair, enfrentar a chuva. Molhar-se? Duas ou três vezes tentou atravessar o pequeno pátio que a levaria dali para um imenso jardim cheio de exóticas flores, mas a chuva fininha lhe amarrava a decisão.

Certa manhã ficou apreciando a chuva que caia fininha e já não sentia tantas saudades de sua terra e sua gente, começou a voltar-se para o momento presente. Como um milagre o sol começou a surgir timidamente, com ele apareceu um belíssimo beija-flor, tão delicado e perfeito em seu voo, voava de flor em flor, com tal suavidade que parecia segredar a cada flor algo maravilhoso e divino. Sonia sentiu na atmosfera um suave perfume e compreendeu que seus mentores superiores estavam se aproximando, enviaram o beija-flor como mensageiros de novos tempos cheios de esperança e êxito em sua evolução.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 06/01/2012
Código do texto: T3425104
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