Enquanto Evelin dormia-parte vinte e quatro

Enquanto Evelin dormia-parte vinte e quatro

Evelin está muito doente.Não consegue se alimentar e passa quase todo o tempo na cama. Profundas olheira se sobressaem em seu rostinho encovado.Seus sonhos tem sido poucos e breves.Vovó Mirtra não queria,mas eu a convenci a chamar um médico. O doutor não conseguiu achar uma causa clínica para o mal que está minando a minha amada,só uma ligeira anemia.Na noite passada Evelin acordou gritando, fiquei desesperado pois sei que ela não estava sonhando.Todo o seu corpo tremia e suores frios encharcava-lhe a camisola.Era preciso trocar-lhe as vestes,então eu me ausentei para que a avó cuidasse da neta.Quando retornei ao quarto a moça já havia voltado a adormecer.A avó disse que havia lhe dado um chá calmante e se retirou.Fiquei confuso,não havia nenhuma xícara no recinto e tenho certeza que vovó Mirtra não levava nada nas mãos quando saiu.Não tive muito tempo para questionamentos,pois Evelin começou a me chamar enquanto dormia e eu mergulhei aflito em mais um de seus sonhos. Estávamos em um zoológico e ela havia me chamado para mostrar dois filhotinhos de ursos,que brincavam no cercado. Muitas pessoas presenciavam a diversão dos filhotes e muitos tiravam fotografias.Evelin em nada lembrava a moça doente da realidade,estava corada e muito feliz. De repente um dos ursinhos olhou diretamente para mim e se afastou para dentro do abrigo,sendo logo seguido pelo outro.O desapontamento foi geral,muitos tentaram atrair os ursinhos para fora mas não lograram êxito.Os animais não voltaram a aparecer. Uma menininha loura apontou para mim e disse alto que eu era culpado dos ursinhos se recolherem,que eu os havia assustado.Todos olharam para mim aborrecidos,mas oque me doeu de verdade foi ver nos olhos de Evelin uma profunda decepção. (Fim da vigésima quarta parte)