Isprito Dê Aventurera

Nun sei se ieu já contei proceis, qui ieu tenho um isprito de aventurera ...

Dê modo qui se num contei, ieu vô contá uma das minha ventura.

Isturdia, ieu resovi dá uma vortinha.

Saí cadiquim da minha pacatinha cidade do interiore das Minas Gerais.

Num pensei em i munto longe não .

Uma vortinha aqui no Brasile memo.

Butei uma muchilinha na cacunda, e saí andano sem rumo.

Derepente, me deu um istalo na cabeça, e ieu me lembrei do meu amigo Bridon. Um amigo qui mora in Santa Catarina.

Num pensei duas véiz e bati pra lá.

Quondo ieu cheguei na rodoviara da cidade, ieu me lembrei qui ieu num tinha o indereço dele.

Fiquei sentada na rodoviara um tempão.

Ieu tinha qui pensá no que qui ieu ia fazê.

Cumecei a ficá munto precupada, mai derepente ieu vi um guarda.

Cori pro lado dele, e priguntei se ele cunhicia o meu amigo Bridon.

Ele ficô me oiano munto discunfiado.

Quondo ieu precebi o ispanto dele, ieu falei :_"Sô gurda, ieu num sô vagabunda,ieu num sô dilinquente, sô uma muié carente, e num posso drumi na praça " !

Por favore ! Me ajuda a incontrá o meu amigo Bridon !

Ele me falô qui ieu dei sorte, pro modi na cidade grande, num incontra ninguém sem indereço.

Mai me falô qui cunhicia um Bridon qui era poeta e escritore.

Falei prele:_ é esse memo ! Ele iscreve poesia no recanto das letra!

Pra minha sorte, ele sabia adondé qui meu amigo morava.

Chamô um caro, e mandô me levá inté na casa do meu amigo.

Quondo ieu cheguei defronte da casa do meu amigo, ieu quis mori dê susto...

Era uma baita casona bunita, qui ieu nunca tinha visto inguale.

O moço do caro falô pra modi ieu apertá uma campainha na parede, qui era pra modi eis abri a porta.

Apertei a campainha, e iscutei uma voiz me priguntá quem tava chamano.

Cumecei a falá cá parede.

Respondi qui ieu era a Maria das Minas Gerais.

Inté a porta se abri, ieu priguntei pra mim merma:_ Adondé qui ieu vim mará minha égua? Valha-mê Santa Catarina !

Oiei no buraquim da porta, ê só vi garage dê avião.

Quem vei abri a porta, foi um ôtro môço.

Ele me cunvidô pra modi intrá, e ieu cumpanhei ele.

Levei um baita dum susto qoundo vi o meu amigo.

E ieu pensei :_Meu Deus ! Um home internado ! Cumé qui ieu vô cunsigui cunversá cum ele ?

Dê repente me aparece a muié dele.

Uma madame...

Mai eis era tão bão e tão alegre, qui ieu cumecei a me sinti mió.

Na hora queis me cunvidaro pra modi armoça, ieu fiquei moreno de vregonha de me sentá naquela mesa tão chique.

Quondo ieu vi a cumida, ieu quais mori dê susto !

A cumida deis, era um monte dê bicho incima da mesa.

Pexe, caranguejo, lula, e mais um montão dê bicho.

Cumi um pedacim dê pexe, mai o resto ieu num cumi não...

Cumecei a sinti uma sardade danada do meu toresmim cum angú e fejão.

Meu franguim caipira... Qui sardade !

Cabei dê armoça, bati um papim queis e falei:_Inté meus amigo!

Agora, ieu vô isperá ocêis pra modi cumê uma cumidinha bem casêra, lá nas Minas Gerais !

Tê isprito dê aventurera, custuma num dá munto certo não !

Maria Lamanna

Rio Preto-MG

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 29/07/2012
Reeditado em 30/08/2013
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