Às vezes Nina esperava o amado chegar e ele atrasava.
Havia uma distorção entre o sonho concebido e realizado.
O gosto do bombom nem sempre é o mesmo do que se imagina ao observá-lo na caixa.
Nina aprendeu então a desenhar sonhos com tanta precisão que às vezes, preferia deixá-los no mundo dos sonhos, para não deteriorá-los em realidade insossa...


CRAVOS
Ergui as mãos encravadas de calos
E desenhei teu rosto entalhando risos.
Vivi meus dias ouvindo meus sonhos
Ergui teu vulto em pedestal conciso...
 
Antevi tuas mãos em riscos precisos,
Ouvi tua voz pausada e ritmada...
Vivi as escuras meus sonhos furtivos...
Cravos, rosas e espinhos me ofertavam!
 
Quisera ter teu cheiro em mim agora!
Impregnando os sonhos que tracei...
Saciando minha sede atemporal!
 
Endeusado ficarás onde deixei
Fui covarde, fugi do amor que aflora...
Permanece meu mito imortal!



INEZTEVES
Enviado por INEZTEVES em 06/08/2012
Código do texto: T3817431
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