Expresso da meia noite

Marcaste um encontro,

Com um Q de Mistério.

A meia noite em ponto,

Na porta do Cemitério.

Veio toda de branco,

E nas mãos um buquê.

De lírios brancos,

Que empunhava com certo blasé.

Seus cabelos negros como a noite,

Tocavam a sua na cintura,

Suas raízes estavam maltratadas,

E pediam uma tintura.

Suas unhas eram compridas,

Além do normal.

Estavam disformes,

Contrastando com a palidez residual.

Pediu-me para lhe acompanhar,

Bem próximo na quadra A.

Tinha um segredo,

E precisava me contar.

Era moça, até entregar-se.

Fui antes desposada,

E deixada no altar.

Solidão doía e da vida decidi resignar.

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 16/09/2012
Código do texto: T3885291
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