A SEREIA DIZ OI CAVALEIRO

A SEREIA DIZ OI CAVALHEIRO!

-OI CAVALHEIRO. DIZ UMA VOZ FINA, AGUDA E ROUCA SENSUAL FEMININA.

O Guarda do Farol da Baía de Capri desconfia da presença daquela beldade em seu local de trabalho, porém como é instinto do homem ser gentil com uma dama garbosa ele não lhe faz nenhuma pergunta e apenas discorre rapidamente:

-Você é linda. Ele fala com um sorriso ainda tímido e meio sem graça, talvez ressabiado com a situação que se encontrara e, contudo não foi menos tímido quando ela falou:

-Você é um homem fino diferente da maioria que conheci neste mundo. E com um ar de carente ela dá um suspiro galante e continua logo após caminhar alguns metros de frente ao guarda. –Essa vida só me trouxe má sortes, porém hoje você parece ser meu anjo da guarda.

O guarda que pouco entendia do caso apenas balançava a cabeça como hipnotizado e não menos tácitos ao que lhe viria a ocorrer algum tempo depois.

Ela tinha melaninas loiras e com cheiro de flor, algo hermético demais para um pobre mortal como ele.

Aliás, algo de estranho começará a ocorrer com ele quando a fitou carnalmente com àquele desejo sexual masculino original demais para um ser humano como ele da espécie “Homem” e daí ele começou a ofuscar-se com um brilho intenso que vinha dos olhos da desconhecida era como se todos os holofotes do mundo estivessem voltados para ele, ela entoou dominando a situação uma canção até muito sinfônica e ele começou a estremecer e seu corpo empalideceu num segundo como se uma surpresa o tomasse sem limítrofes atos.

Não liberto daquele estranho fenômeno seus olhos verdes incharam e como se fosse portador de alguma cirrose ou hepatite ele estavam amarelos e logo tudo ficou claro e ela desapareceu.

Ele como alheio ao fato anterior não se lembrara de nada e assim ganhou uma imensa dor de cabeça daquelas maiores do que uma ressaca.

Passaram-se os dias ele foi transferido para outra posição na empresa e foi trabalhar no cais do porto chegando lá foi receptivo como nunca fora antes andava com mais elegância, era um homem mais delicado, resolveu até fazer um curso de moda na cidade essa mudança lhe trouxe certo preconceito dos amigos, mas ele não notará esse comportamento alheio e seguia feliz como uma libélula encantada.

Seu espírito feminino era uma coisa que agora charmosa era um tópico na sociedade moderna que se suscitava na pequena Capri.

Ele então começou a toda noite querer sair algo que não o fizera muito na posição anterior, não que ele tivesse mudado de personalidade ou de corpo, mas tinha algo nele que havia dado um giro mortal de 360 graus entende leitor?

Então daí em diante coisas estranhas começaram a ocorrer na cidade homens desaparecidos toda noite e sem pistas de onde iam ou vinham seqüestros eram descartados já que este tipo de crime estava em baixa na época, latrocínios poderiam ser, mas roubos e armas era escassamente quadros daquela cidade.

Em dois meses o contingente masculino ficou um terço do feminino e realmente eles em quatro meses foram extintos até os delegados sumiram e as autoridades essas fugiram com medo do fenômeno e o guarda foi o único que restou em meio a babilônia feminina que agora comentavam o assunto outras choravam pelos seus entes do sexo oposto e tudo era reboliço, olhavam para o guarda de um jeito estranho outras por carência afetiva ou por falta de macho o desejavam vorazmente algo que o repelia das ruas já que pouco admirava aquelas por algo que o sentia por dentro.

Até que um dia ele já mais consciente começou a se debater em seu quarto tomado por um terrível pensamento obsessivo e começou a ouvir uma voz doce e meiga ao fundo que apesar dessa característica era um vulcão descontrolado ouvi a sentença:

-Ai como foi bom te possuir cavalheiro, hoje sou a ninfa do universo.

Ele atemorizado acorda e vai a cozinha procura algo para o tirar daquele estado depreciativo e então enche um copo d’água na torneira e toma e vê um vulto atravessando ao seu lado pela parede ele se apavora e deixa o copo cair no chão e ouve outra sentença temível até o extremo para ele:

-Você foi minha cobaia maior agora vai morrer como todos os outros morreram.

Ele olha para a parede como petrificado e pergunta gritando:

-Quem é você bastarda?

E o prisma fantasma feminino aparece como uma sombra e graceja como o diabo:

-Eu sou seu pior inimigo!

-Como assim meu Deus?

-Não ainda chamá-lo seu destino está traçado.

-Quem és tu alma de outro mundo?

-Sou uma morte pior que a própria morte.

E essa voz adstringente e seca condena-o com mais uma sibilante assertiva:

-Você faz parte do meu Deja Vu maldito.

-Como? O que é isso? Gagueja o homem prestes a ser mais uma cinza no céu.

-Você agora é meu tempo controlado não passas de uma ampulheta marionete em minhas mãos.

-Quem és você? Tenta insistentemente o mesmo questionamento a fim de encontrar um passo para aquele mistério e desgraça que vivia.

O anjo demoníaco então volta com uma voz doce e diz:

-Sou uma sereia dual que é dona de ti precisava de mais um humano para ser hipnotizado e acabar com a força masculina para dominar o sexo frágil e posteriormente o mundo.

Ele chora e olha em volta e no outro dia mais um desaparecimento misterioso e o mundo começava seu armagedon oculto!

Edemilson Reis
Enviado por Edemilson Reis em 24/02/2007
Código do texto: T392016