Sacerdotes

Em 30 A.C. Cleópatra andava ansiosamente á espera de notícias de Marco Antônio, até descobrir que ele havia sido derrotado, surge em seu quarto dourado, seus sete sacerdotes secretos, trazendo com eles um cesto nas mãos, onde estava uma serpente venenosa no interior daquele recipiente. A nobre mulher abre a tampa e deixa a cobra picar o seu pescoço frágil, mas antes de falecer diante de seus servos, entrega um pergaminho sagrado, dizendo que ressuscitará no dia em que um ser humano ler aquela mensagem dos mortos e reinará o Egito para sempre.
Os sacerdotes foram descobertos por Júlio César e resolve mumificá-los vivos, sendo devorados por vermes rastejantes, até sentirem seus corpos apodrecidos nas tumbas fúnebres e se esqueceram do pergaminho sagrado, enterrado sobre a areia escaldante do deserto do Saara por mais de três mil anos.
A bibliotecária chamada Meg, organizava os livros nas prateleiras da biblioteca municipal e avista uma obra escrita sobre a vida de Cleópatra e sua incrível riqueza, por um momento sonhou em ser como ela, linda, rica e cheia de pretendentes, pois estava sem namorado há quase dois anos, inesperadamente aparece seu chefe, o velho Moor com sua bengala de madeira rústica, aproveitando a ingenuidade da jovem, disse para trabalhar até mais tarde, por que tinha um compromisso muito importante a tratar com as prostitutas do bairro; Obedeceu sem reclamar, ou seria demitida no mesmo instante pelo velho tarado, resolveu sentar-se e ler um pouco sobre a vida de Cleópatra e sua graciosa beleza invejável, na segunda página do livro, sua leitura é interrompida por um abraço de seu melhor amigo, o sorridente Charles que o convida para ir visitar as pirâmides do Egito e trazer uma lembrança ao rabujento do Senhor Moor, aceitou o convite com a esperança de amolecer o coração do seu chefe e ganhar um cargo superior na biblioteca. Amanheceu e Meg arruma suas maletas e se encontra com Charles em frente ao navio, prestes a embarcar para o continente Africano, mas aparece o velho Moor com ferramentas de escavação, exigindo que deixasse ele ir junto e sem alternativa Charles avisa que o caminho não será fácil e pela sua idade avançada não iria resistir ao calor do sol, resultando em um golpe de bengala em sua cabeça oca, embarcaram logo em seguida e o mar estava agitado, onde as ondas estavam fortes e atingiam o casco do navio gigantesco, fazendo o enorme barco se mover aleatoriamente. Charles observa sua amiga adormecida sobre o lençol branco transparente e senti seu coração bater mais forte ao sentir o intenso amor por aquela jovem bibliotecária de olhos claros, chegando a pensar que sacrificaria a própria vida em nome de sua amada e ao seu lado estava o velho Moor roncando literalmente, sem se dar conta da tempestade que estava ocorrendo lá fora. Amanheceu e todos desembarcam meio enjoados no estômago, devido ao temporal chuvoso.
Caminhavam sobre o deserto quente do Saara com a esperança de encontrar um vilarejo e se hospedar por alguns dias, no entanto a terrível sede queimava a garganta de todos, até Meg cair na areia do deserto inconciente, sentia-se muito fraca e debilitada, fazendo seu amigo dar um pouco da água de sua garrafa que ainda restava, aborrecendo o velho que imediatamente retira sua pá e começa a cavar a areia escaldante e milagrosamente encontra um objeto estranho, se tratava de um pergaminho com o papel gastado pelo tempo, resolvendo esconder o valioso objeto em sua bolsa, pois sentia que aquilo valeria uma fortuna em um luxuoso museu. O suor que escorria sobre o seu rosto era intenso, observava serpentes rastejantes enterrando-se naquelas chamas infernais, e por esse motivo estavam exaustos, e Charles avista uma praia linda repleta de coqueiros e águas azuis, correu em busca desse paraíso tropical e olha apenas rochas ásperas, pois era somente uma miragem que o deserto adorava enganar as pessoas mais distraídas com sua visão, observavam o céu com tristeza e culpavam Deus pela sua desgraça, nunca puderam imaginar que essa vigem seria tão sofrida como esse terrível destino que apavora os seus corações humanos, andavam por mais algum tempo, até Meg observar a imagem de uma esfinge egípcia muito antiga, cuja estrutura estava velha e meio despedaçada, aprofundava o olhar naquela estátua e sentia uma energia muito forte vindo daquela figura africana, como se a qualquer momento fosse criar vida e atacasse inesperadamente, resolveu se retirar do local com seus amigos, porém com a sensação de ouvir gritos de súplica das profundezas da esfinge, similares as vozes escravas dos antigos sacerdotes. Conseguem se hospedar em uma aldeia de negros, onde aparece um homem chamado Zulu, trabalhava como guia-turístico e oferece uma carona em seu carro, até as pirâmides do Egito; Entraram na pirâmide escura e sombria, iluminando o caminho com tochas de fogo e o senhor Moor avista jóias lacradas na parede e retira as pedras preciosas com sua picareta, sem que ninguém visse o roubo, Zulu recomenda que não tocassem nas urnas, pois seu povo acreditava que o local era amaldiçoado pelo Faraó e poderia lançar uma terrível praga contra a pessoa, mas o velho não se importa com as crenças deles e abre uma urna e ao ver o cadáver mumificado, um pó misterioso cega a sua visão e acaba ficando apavorado sem saber o que fazer. O senhor de idade encherga novamente e observa que estava cercado por sete múmias clandestinas, no interior das tumbas egípcias, assustando-se com morcegos sinistros que sobrevoam os estreitos corredores daquele sagrado templo, e percebe que estava sozinho, pois seus amigos já estavam bem afastados do local escuro.
Andavam distraídos com as informações de Zulu, até sentir falta de seu chefe e começar a se emocionar intensamente e seu amigo a consola, dizendo que iam encontrá-lo o mais depressa possível, pois tinham um guia-turístico com eles.
Moor lembrou-se do pergaminho e ao retirar o estranho objeto de sua bolsa, abre e lê a mensagem escrita por Cleópatra:
-A alma de um rei é somente uma prova de sua imortalidade...
Ao dizer essas fortes palavras misteriosas, uma força sobrenatural faz com que os sete esqueletos ressuscitem no mesmo instante, e cercam o velho, que sente suas pernas frágeis, tremendo feito vara verde e um dos sacerdotes sagrados se aproxima do homem medroso, estendendo sua mão apodrecida pelos vermes, onde oferecia jóias muito valiosas, encantando o ambicioso que admira os anéis e tenta pegar, mas é impedido por um deles que avisa riqueza e proteção da rainha se trouxesse uma alma feminina ao estábulo do sacrifício, ou seria cruelmente castigado pela ira de Cleópatra, inesperadamente os sete sacerdotes transforman-se em areia do deserto e desaparecem de sua presença, pois Zulu e os outros aparecem e o alívio foi imediato para Meg, que apesar das diferenças, sempre se preocupou com seu chefe por ser um homem de idade avançada. No meio da expedição, Moor pede para conhecer o estábulo do sacrifício, aborrecendo Zulu que o empurra na parede seca da pirâmide, afirmando que o lugar é amaldiçoado e nem deveria pronunciar o nome do local secreto, senão seria obrigado a terminar a viagem por ali mesmo. Caminhavam por mais algum tempo, até Zulu entrar em uma areia movediça e afundava cada vez mais e Charles joga uma resistente corda de alpinista, tentando puxar seu amigo de volta á terra, mas desiste ao ver braços de múmias sobre a areia, puxando-o para as profundezas do subsolo obscuro e tormentado, sua alma desaparece entre as lendas eternas do Egito.
O velho indica um caminho supostamente seguro e Meg o segue sem receios, esquecendo-se de Charles que encontra o pergaminho jogado atrás de uma rocha e ao abrir o objeto, surge ao seu redor as sete múmias armadas com espadas afiadas, ameaçando a sua vida indigente, porém aquele homem apaixonado por aventuras, sai correnco segurando o pergaminho e ao olhar para trás, avista os sacerdotes saltando nas paredes escuras e frias, falando frases indecifráveis do antigo tempo egípcio, proporcionando em uma incrível perseguição, mantendo a força dentro de si. Meg e seu chefe entram em um estranho lugar, repleto de correntes e manchas de sangue humano, escorrido nas pedras ásperas, fazendo a jovem bibliotecária se aproximar de uma pessoa de costas e ao tocar seu ombro, a figura de Zulu com os olhos arrancados de sua face e a língua cortada por um golpe de espada, assusta-se e percorre sozinha nos corredores escuros, sentindo que os seus pés pisavam em serpentes venenosas daquele terreno. O guia turístico caminhava sem rumo, não enchergava nada e ao tocar um rosto apodrecido pelo tempo, descobre pelo tato, que se tratava de um sacerdote maléfico, que de repente sente-se envolvido por algo muito forte em seu corpo, e acaba morrendo ao sentir que restavam apenas ossos enfraquecidos de sua alma.
O céu escureceu no Egito e as nuvens negras cobriram o brilho do luar, fazendo com que as sombras invadissem o território africano, transformando as pessoas em criaturas sinistras, onde os corpos sofrem uma metamorfose terrível, tendo seus ossos humanos apodrecidos por um tempo de angústia e sofrimento, soltando gritos de desespero e suas almas queimando no vale das trevas, desgraçando o seu espírito com o profundo ódio de seu coração. Meg corria desesperadamente até esbarrar em seu amigo Charles, que se abraçam fortemente como se fosse um casal apaixonado e ele mostra o pergaminho sagrado, dizendo que precisavam encontrar uma maneira de sair daquele inferno, mas aparece o velho Moor acompanhado com os sete sacerdotes e disse:
-Entregue o pergaminho!
-Não!- disse Charles
O velho deu um sorriso cruel e Charles entrega o objeto nas mãos de sua amiga, ordenando que saísse do local o mais depressa possível, porém esse fato desagradou um dos monstros que ao se aproximar daquele jovem, ele retira seu revólver e começa a atirar em suas costelas decompostas, onde insetos aracnideos se alimentavam dos restos mortais, no entanto essa atitude foi em vão, pois o sacerdote o agarrou pelo pescoço e o enforcava, sentia-se sufocado e a respiração enfraquecida, a força daquela criatura egípcia era sobrenatural; A bibliotecária chega no mesmo lugar, com correntes e sangue escorrido nas pedras e senti um enorme arrepio em sua alma, ao ver uma imensa tumba funerária decorada por pedras preciosas e figuras de serpentes, lembrando-se que se tratava da urna de Cleópatra, a rainha do Egito. A presença inesperada do velho Moor com os sacerdotes, tendo Charles como prisioneiro, chama a atenção da jovem moça de olhos claros que oferece o pergaminho em troca da vida de seu melhor amigo. Os sacerdotes largam o rapaz ferido e se apoderam do objeto sagrado, onde o velho Moor se aproxima da tumba da rainha e disse:
-Agora vocês vão pagar caro...
O homem de idade avançada encaixa o pergaminho naquela urna egípcia, abrindo a tampa de pedra, surgindo Cleópatra, com metade do corpo humano e metade serpente, assustando a todos que estavam presentes naquele momento terrível, Meg estava paralisado ao ver aquela criatura amaldiçoada e seu amigo a puxa pelo braço em busca de uma saída, porém não havia nenhuma abertura extensa, fazendo Charles pegar seu revólver novamente e atirar na rainha, mas os esqueletos o impedem, sendo que um deles engole a arma de fogo, fabricado no ano de 1907. Cleópatra envolve o jovem com sua cauda oleosa e fria de serpente, dizendo que se tornasse um dos seus malditos sacerdotes, porém o velho rouba algumas pedras preciosas que estavam lacradas na tumba e ao se retirar apressado, percebe que vermes começavam a se alimentar de seus ossos, corroendo sua carne misteriosamente e solta um grito de dor e sofrimento, pois sentiu na alma as chagas do inferno.
A rainha estrangulava Charles com seu corpo poderoso e ordena aos sacerdotes que matassem Meg com golpes de espadas. Os sacerdotes caminham em sua direção e retiram suas espadas com o propósito de tirar a vida daquela moça de olhos claros, imediatamente a jovem avista a bolsa de ferramentas do velho Moor, e pega uma picareta e ameaça as criaturas, mas elas não se intimidam e conbtinuam se aproximando furiosamente sem saber o que fazer, ela observa seu melhor amigo morrendo sufocado, onde a terrível serpente apertava os seus ossos frágeis e repentinamente, seguindo sua intuição, ela usa a arma para atingir o pergaminho sagrado, resultando no desaparecimento dos sacerdotes e Cleópatra é lançada ao fogo eterno infernal, fazendo o templo começar a desmoronar, onde rochas enormes despencavam do teto e ela ajuda Charles enfraquecido a escapar daquele maldito local e por muito pouco não morrem soterrados, no entanto Charles agradece sua amiga em salvá-lo e resolve se declarar para ela, dizendo que ela não precisava de jóias, nem mil pretendentes, pois o seu amor significava muito mais do que isso, e se beijaram apaixonadamente.
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 01/03/2007
Reeditado em 27/09/2016
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