Opala Cristalina

"Ô...Ô...Ô... vento tolo...Deixa meus cabelos em paz."

A madrugada corre solta qual um rio, sem avisos. Ela andava no calado da noite.

Se chama um nome lá qualquer que lhe deram, não que ligasse, pois aceita. Nome é só um rótulo e ademais se quiser pode até usar outro ou o mesmo. Pensa sorrindo: -Opala Cristalina, me chamo.-

Sentiu uma voz atrás dela a acariciar-lhe os cabelos:

"Caricias de algumas fugas furtivas na noite...é o vento..."

Se estava só e nem ouvia passos. O que poderia ser? Como sentira aquela caricia nos cabelos? Se só tinha o vento de companheiro. Certamente andava sonhando acordada. Quem iria lhe falar de carícias? Só se fosse o vento que arrastava seu cabelo quando soprava. Sorriu.

De novo andarilhou seus passos toc...toc...toc... na rua abandonanda. De novo o vento:

"-Maroto, não me tente. Levantando meus cabelos!"

Em resposta mais uma vez aquela voz a chamar:

"Opala...Opala Cristalina..."

Opala olhou em volta e então viu e ouviu um homem, belo, brilhante embora transparente. A mão de Opala o atravessou, admirada. Como tange-lo do caminho se sua mão atravessava aquele corpo transparente?

Ele então lhe dirigiu novas palavras:

"Opala, teus cabelos me enlaçaram quando saiste na rua."

Opala então deu uma gargalhada, quem já vira o vento viver de paixões.

angela nadjaberg ceschim oiticica
Enviado por angela nadjaberg ceschim oiticica em 14/03/2007
Reeditado em 12/05/2008
Código do texto: T413034
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