As crônicas da Luz e das Trevas – As guerras celestiais - Capitulo 4

Nazaré 34 a.C.

- E você quer que eu o leve para conhecer a cidade? – Perguntou Maria.

- Na verdade gostaria de lhe pedir um pouco mais que isso, gostaria que me falasse sobre as pessoas da cidade, gostaria de saber sobre os costumes locais sobre como as pessoas se divertem e o principal se estão felizes com a vida. – Pediu Gabriel.

- Por acaso você não é romano é? Este não é mais um daqueles ridículos censos para cobrança de impostos é?

- Não se preocupe Maria, não venho de terra alguma que conheça ou já tenha ouvido falar.

- Aposto que sim você não tem cara de romano mesmo, tenho que deixar as roupas em casa, nos vemos daqui uma hora em frente ao poço próximo ao vinhedo.

Gabriel sentou se na praça para esperar e ficou observando como as pessoas se comportavam, ficou fascinado com as crianças que brincavam despreocupadas com bonecos de madeira que eles mesmos construíam, viu um senhor que aparentava ter entre 70 ou 80 anos que também olhava admirado aquelas crianças e sorria fascinado com a inocência que refletia naqueles rostinhos, Gabriel sentiu-se triste ao ler os pensamentos daquele pobre velho, ele estava tentando se recordar de quando fora assim uma simples criança inocente mas não consegue lembrar-se, mesmo triste por sua memória não ser melhor o sorriso não saia dos lábios daquele senhor, e Gabriel começou a ver que ainda havia esperança para aquela gente e Gabriel também sabia que teria de agir por conta própria enquanto estivesse na terra e contar com o apoio dos seus irmão, o único que sabia que não poderia contar era com Lúcifer. Durante a reunião no 1º céu, no momento em que Lúcifer entrou no salão Gabriel tentou ler seus pensamentos para saber o motivo de seu atraso, mas o que encontrou foi um escudo que não deixava com que Gabriel conseguisse transpor a barreira que protegia os pensamentos de Lúcifer e isso o deixara muito intrigado o que estaria escondendo seu irmão dos demais. Com este pensamento Gabriel levantou- se e foi até a fonte onde iria se encontrar com Maria.

Chegando a fonte Gabriel teve de esperar alguns minutos afinal mesmo sendo um arcanjo sabia que não era cortês deixar uma mulher esperando, Maria chegou havia trocado de roupa e vestia agora uma túnica azul claro e sandálias de couro que era mais apropriado para caminhadas vendo que Gabriel já a esperava sorriu e se aproximou.

- Então por onde quer começar forasteiro? – Provocou Maria.

- Você que deveria me dizer. – Sorriu Gabriel.

- Vamos começar pelo bosque de oliveiras é o lugar mais lindo aqui.

Enquanto caminhavam Maria contou um pouco sobre a sua cidade natal, Nazaré que economicamente falando era apagada se comparada a outras cidades da Galileia a cidade vivia basicamente do artesanato e da extração de pedras calcárias e que passavam por ali muitos comerciantes assim os habitantes ganhavam o suficiente para pagar os impostos e comer.

Gabriel ouviu fascinado todas as histórias que Maria lhe contava Gabriel conhecia algumas das histórias ela lhe contara, mas ela tinha uma paixão na voz ao contar tais histórias e um orgulho de sua cidade que deixava Gabriel com inveja afinal não sabia como era ter sentimentos, os arcanjos assim como anjos não foram dotados de sentimentos viviam apenas da razão. Mas Maria compartilhava através de seus pensamentos todos os sentimentos que Gabriel conseguia suportar. Chegando ao Bosque de oliveiras, Gabriel sentara com Maria em uma clareira próximo a um córrego onde peixes subiam a pequena correnteza para se reproduzir, ficaram sentados por mais ou menos uma hora sem falar nada apenas observando os peixes e Gabriel assimilando tudo que ouvira de Maria, quando voltaram a falar Maria fez um convite a Gabriel.

- Vamos parar para almoçar e depois quero visitar minha prima e já aproveito para levar você a conhecer o outro lado da cidade, aceita?

- Claro que sim Maria, afinal hoje é meu ultimo dia nesta cidade amanhã voltarei para casa.

Após o almoço se encontraram no mesmo poço, caminharam em direção a casa de Isabel, Maria contou a Gabriel que Isabel sua prima era casada com Zacarias e que ela não poderia ter filhos e isso os fazia com que eles se sentissem mal e tristes, algumas vezes Maria viu sua prima parar próximo a algumas crianças e chorar pensando que nunca ia poder sentir o que era ser mãe. Chegando a casa de Isabel Gabriel pode sentir o que Maria tentara lhe explicar, Gabriel viu nos pensamentos e no coração de Isabel a tristeza por não poder dar um descendente a Zacarias. Mas Isabel assim como Maria apesar da tristeza tinha um coração puro, Zacarias já era um pouco diferente o coração era mais conturbado e cheio de duvidas, mas Gabriel sabia exatamente o que fazer. Após saírem da casa de Isabel, Gabriel levou Maria de volta até o poço se despediu e a deixou prometendo que em breve voltaria para ve-la.

Chegando no albergue chamou um anjo Emannuel seu primeiro general, para enviar um recado a Miguel, o general saiu rapidamente enquanto Gabriel começava a agir.

Naquela noite antes de partir Gabriel se dirigiu até o templo onde Zacarias costumava acender incenso e fazer suas orações então Gabriel apareceu na diante de Zacarias na sua forma angelical para que Zacarias não o reconhecesse e Zacarias ficou com medo da visão então Gabriel disse:

- Não tenha medo, Zacarias Isabel, sua mulher, dará a você um filho, e você lhe dará o nome de João. Ele será motivo de prazer e de alegria para você, e muitos se alegrarão por causa do nascimento dele, pois será grande aos olhos do Senhor. Ele nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo desde antes do seu nascimento. Fará retornar muitos dentre o povo de Israel ao Senhor, o seu Deus. E irá adiante do Senhor, no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais a seus filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, para deixar um povo preparado para o Senhor.

- Como posso ter certeza disso? Sou velho, e minha mulher é de idade avançada.

- Sou Gabriel, o que está sempre na presença de Deus. Fui enviado para transmitir a você estas boas-novas. Agora você ficará mudo. Não poderá falar até o dia em que isso acontecer, porque não acreditou em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno.

A partir daquele instante Zacarias não pode mais falar.

Gabriel se retirou do templo e voltou a sua forma humana para que pudesse caminhar pelas ruas sem ser notado, chegando novamente a taverna onde passaria a noite Gabriel recebeu a visita de Emannuel que chegou cansado suando e falando rapidamente.

- Senhor aconteceu algo terrível no primeiro céu. O senhor precisa retornar imediatamente.

- Se acalme Emannuel e me conte o que aconteceu que o deixou tão assustado.

<Continua>

Adilson Roldão
Enviado por Adilson Roldão em 24/02/2013
Código do texto: T4157639
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.