Vinte e sete Zubos. (Capítulo 3)

A TÃO SONHADA EXPLICAÇÃO

Mas que diabos esse cordão é? Esse garoto... Preciso ajudá-lo, e rápido.

- Ei, cara, o que houve?

- Minha perna...

- Eu sei que é sua perna. Está sangrando, mas o que houve?

- Um bicho me atacou, não sei que diabos era mas...

- Ah, era um javali bazi - falava eu o interrompendo -, não se preocupe, vou procurar alguma folha pra prender esse sangue.

- Javali bazi?

- Javali bazi é uma espécie de javali daqui da ilha de Dóris. Ele é bem agressivo se você tem medo dele, mas não se preocupe, vou lhe ensinar como o deixar longe de você. Cada animal selvagem da ilha tem seu modo de ser enfrentado. O javali bazi é um dos que você tem que se preocupar menos - falava eu com um riso sarcástico.

- Ah... Meu nome é David.

- Prazer, sou Brapo.

- Brapo. Esse nome é legal.

- Obrigado - falava rindo -. Aqui está, uma folha de estrambo. Ponha e segure sobre sua perna, vai sarar logo. A propósito, você é novo na ilha, certo?

- Pra sorte daquele javali, sou sim.

- Logo vi.

O tempo se passava e Brapo não havia percebido que o céu já estava escurecendo.

- Nossa, o tempo passa rápido. Já está ficando escuro.

- Realmente - falava ele tirando a folha da perna -. Nossa! Já está bem melhor que antes! Que folha é essa?

- Folha de estrambo, depois você vai saber melhor sobre ela, e sobre muitas outras coisas. Mas só depois, porque agora já está na hora de ir. Tenho que voltar pra casa. Nos vemos depois, talvez. Sabe ir pra casa sozinho sem ser atacado por outro javali bazi ou qualquer outro animal?

- Você tem um ótimo senso de humor - resmungava -. Sim, não se preocupe, moro logo naquela casinha ali na frente.

- Sim, sim, estou vendo. Pois então, até mais, David. Nos vemos por aí.

- Espero que sim, Brapo. Tchau.

Brapo andava com um sorriso no rosto, mas só até lembrar do que tinha acontecido.

- Mas que droga. Por que isso parece tão normal?

Enquanto ele resmungava, o velho barbudo apareceu novamente.

- Ah, você está aí. Não vou ter que lhe forçar pra que me conte tudo sobre a pedra, certo?

- Brapo - falava com um sorriso tranquilo -, te encontrei. Sim, claro, irei lhe explicar melhor sobre esse cordão.