Imagem feita no corel por Valdemiro Mendonça


“CAPITULO 21”


      

     O grupo que estava com Anna enveredou por uma ravina ensimesmada por paredes altíssima e com uma largura de trezentos metros, pela configuração do terreno certamente em tempos remotos deveria ter corrido um rio por ali, iam devagar atentos ao terreno e a configuração e cores que apesar do solo esturricado estava sempre mostrando cores de tom diferente, ora roxo, ora amarelo e vermelho e até azul bem claro, Jeane parou a moto curiosa perto de uma pequena caverna esbarrancada recentemente, talvez pela solidificação do campo de força a doze metros de profundidade. Ficaram maravilhados com a quantidade de diamantes que havia ali, pedras lindas e grandes algumas com o tamanho de uma bola de futebol, o brilho mesmo sem a incidência de raios solares chegavam a ferir os olhos, algumas pedras de rubis tão vermelhos e brilhantes que Milton perguntou se não fariam mal às vistas. Jeane grande conhecedora de joias, já que tinha baús cheios delas, disse: - não, Milton querido, são apenas rubis e pegou algumas para guardar, ali não tinham valor, mas se voltasse a terra, poderia levar para dar de presente aos amigos. Todos pegaram algumas e Keith pegou uma, a maior que tinha ali e levou para dar de presente ao seu amigo José Pereira Goiano estes dois parece que estavam de caso, mas ele era TM e estava de serviço ficando com água na boca de não poder acompanhar a fogosa garota dezoito por vinte e quatro, que estava deixando o caboclinho doido de tesão.

     Registrou o local como o catálogo do quadro das motos ensinava e continuaram o passeio. Em outro local, duas motos solitárias voavam por lugares cheios de pequenos montes, mais parecidos com imensos formigueiros, na verdade grandes gêiseres sem água e que no passado deveria ter formado um quadro de grande beleza jorrando água quente e talvez formando lindo arco íris. De repente a Rosilene “muito grávida” e não adianta reclamar minha neta... “Uma vez grávida sempre grávida” falou chorosa para o Vantuílo, Eu estou com vontade de fazer xixi! Pronto foi só falar, e agora, fazer onde? O maridão se saiu com esta; faz no matinho, pronto, mexe com mulher grávida, ouviu um berro no seu ouvido que deixou o pobre rapaz meio surdo: aqui não tem matinhooooooo. Zeni partiu para a defesa da amiga, pô Van, não faça raiva na Rô, tadinha, homens são todos insensíveis, mulher grávida está sempre com os nervos à flor da pele, Dosan já quis defender o amigo... - Acho que ele não falou por mal, a cara que Zeni olhou pra ele fez o pobre se encolher e pensar... Eu e esta minha boca grande.

     O impasse não durou muito, pratico e acostumado com todo tipo de situação, Dosan chamou a base pelo rádio e ouviu a voz do comandante rachando o bico de rir e Rô apelou com ele também, está rindo de que seu Mirote, nunca viu mulher ter vontade de fazer xixi? Ele engoliu em seco e respondeu: - calma minha filha, não fique nervosa, é que nos esquecemos de avisar a todos, e neste instante ligou o comunicador de todas as motos e transmitiu: - Na moto tem uma pequena alavanca sobe o assento, estacionem a moto rente ao solo, fiquem do lado direito da moto e acionem a alavanca, um sanitário químico vai se formar, poderão usar para a necessidade um e dois, existem jatos de água antisséptico que retiram todos os detritos da... Pois é, da... Então, das... Genitálias: achei! É isto aí, desculpem por não ter alertado antes, mas achamos que estava impresso nas instruções das motos. Vantuílo desceu a moto até o nível do solo e após apearem-se ele acionou a alavanca e um cubículo de um metro e meio de diâmetro e altura de dois metros se formou. A menina abriu a aporta e fechou com violência, depois de algum tempo saiu rindo e abraçando o maridão, pediu desculpas e ganhou como perdão um abraço e um beijo, Zeni assistia tudo enlevada talvez pensando se já era hora de ela e seu querido parceiro Dosan arranjarem um marcianozinho Ficou cismando enquanto esperava Dosan sair do sanitário, para também usar. Vantuílo também usou e partiram depois, fazendo piadas e rindo do acontecido.

     Rebeca foi toda saracoteante na hora da saída para o lado do Aldo Freitas e perguntando posso ir junto com você galã, “Ô menina pra frente sô!” O pior... Ou seria melhor? Bom verdade é que parece que o garoto gostou da garota com o sorrisinho sapeca na carinha trepada em cima daquele corpinho de deusa praiana, pois, topou na hora e ainda tascou um beijo na guria, era pra ser só um selinho, mas quem disse que ela fica no meio termo? Enfiou meio palmo de língua na boca do garoto como se dissesse: - se prepare que comigo a onça vai beber água e a jiripoca vai piar. Acham que ele se assustou? Que nada, juntou as anquinhas da guria e se os parceiros Bernardo Souza e Sonia Barbosa não começam a ensaiar um coro de: “o gente motel é mais na frente,” eles tinham resolvido a parada ali mesmo... Ma s que menininha sapeca sô! Saíram e acompanharam o grupo da Mary Josy até eles pararem para examinar as cavernas, daí seguiram despreocupados e brincalhões curtindo a paisagem ressecada, mas cheia de atrativos do misterioso planeta.

     Sarah montou na sua moto e ficou indecisa sem saber a qual grupo se juntar, até se assustou a ver parar uma moto ao seu lado e um garoto de olhos azuis, e cabelos louros ondulados, de pele clara, mas com cor de frango assado vestido com uma camiseta justa deixando um pouquinho de pelos louros e enrolados aparecer no peito, ela estava vestida com um conjunto calças justas e blusa cor de vinho e calçada com botas vaqueiras, o rapaz com voz meio rouca lhe perguntou se poderia acompanhá-la durante o passeio, ela concordou e como estavam afastados das demais pessoas, acionaram as motos e foram conversando quando perceberam não viram mais ninguém. Não se importaram, a conversa girava em torno de banalidades e não se sentiram tolos com o fato, pelo contrário tudo era tão natural, parecia até que se conheciam a muito tempo, por incrível que pareça, com dezessete anos acabaram falando do tempo quando ainda não tinham alcançado a menoridade... Xiiii enrolou! É, voltados a ter dezessete anos, pronto, acho que deu. Ao longe avistaram uma pedra de cor verde e atraídos pelo inusitado da cor resolveram examinar de perto aquela visão maravilhosa.

     Maria Tereza resolveu que iria passear só, mas não contava com um garoto chamado Jorge, que a andara espionando e quando pensou que estava sozinha naquele deserto vermelho sentiu aquela intuição feminina falar mais alto e olhou pelo retrovisor da moto, viu o garoto a cem metros atrás dela e sorriu pensando, será que estou sendo paquerada por este fedelho? Só então se lembrou que tinham fisicamente a mesma idade, e não importava muito se ele tinha carinha de bebê chorão, andara observando ele tocar seu bandolim no conjunto parada torta do Arauto e até sentiu o olhar dele também procurando os olhos dela, gostou mas ficou por isto mesmo, neste instante Jorge se aproximou e disse como se o encontro fosse mera casualidade: - olá que surpresa, ela riu à bandeira despregada e disse por sua vez: deixe de ser cínico garoto, está me seguindo desde quando saí da base, ele riu e perguntou: se importa de viajarmos juntos?  Ela demorou um pouquinho a responder  para fazer aquele suspense feminino de praxe e depois disse com bom humor: - claro que não, estamos só, você e eu ... Riu e só pensou, será que tem motel nestas bibocas? Aí deu uma gargalhada bem messalinica e disse acelerando a moto, se me pegar eu dou... Só não disse o que daria, mas era um jogo e ela ainda sabia como jogar.

      Percorreram neste joguinho até que duas motos vindo do leste piscou farol para eles, perceberam e diminuíram até as duas motos se juntarem a eles, era o amigo de Jorge e sua amiga Victória, cumprimentaram-se com efusão e a alegria era verdadeira, Saigon e Victória não deram explicação de onde vinham, mas pela carinha afogueada de Victória, andaram batizando algum recanto de Marte com certeza encomendando um marcianozinho para o próximo inverno.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 04/04/2013
Reeditado em 08/04/2013
Código do texto: T4223641
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