As crônicas da Luz e das Trevas – As Guerras Celestiais - Capitulo 9

- O que minha mãe quer me dizer? E esse Pedro fala coisas da qual não consigo entender. – Falou Carlinhos para Zé que também estava muito intrigado com tudo que está acontecendo.

- Carlinhos você consegue sentir isso? – Perguntou Zé.

- Não, do que você está falando?

- Sinto como se estivéssemos sendo observados o tempo todo, e sei que algo grande algo além da imaginação.

- Você deve ta ficando louco assim como esse Pedro. – Resmungou Carlinhos.

- E louco não foi você que teve uma visão com a sua mãe e depois o louco sou eu.

- Tenho que admitir que aquilo foi real, tem acontecidos coisas estranhas mesmo, por exemplo eu não tenho sentido frio, nem a noite que é gelada aqui nessa região das missões. E quando estou perto de você sinto um calor sufocante. Será que estou doente?

- Eu também sinto o mesmo. Só não consigo entender como você não sente frio se está sempre gelado, chega a ser mórbido de tão frio.

Enquanto conversavam sobre as suas dúvidas, Zé percebeu que estava muito próximo de casa, de onde estavam já dava para a Cruz de Lorena e o nome da cidade abaixo dela “São Luiz Gonzaga”. E quando foram dar as boas novas aos seus companheiros, petrificaram e assustados correram em direção a eles.

Deitados no chão, os 3 velhos, Pedro e o coroinha dormindo profundamente, a principio acharam que eles estavam cansados, mas chacoalharam eles gritaram nos ouvidos deles e nada aconteceu, foi quando tudo acontece rápido demais para que eles pudessem entender, o chão se abriu e antes que pudessem ter tempo se agarrar a algo eles já estavam caindo, uma queda que parecia não ter fim. Carlinhos mesmo surpreso não sentia medo e ainda conseguia ver alguns detalhes, detalhes este que ele achou muito estranho, afinal estavam caindo e ele poderia jurar que vira cidades abaixo da terra até mesmo uma floresta para onde estariam indo, procurou se virar até encontrar Zé, quando o viu Carlinhos começou a rir, pois Zé estava gritando desde o inicio da queda. Subitamente tudo ficou escuro e a queda terminou com baque forte deixando todos desacordados.

Quando acordou Carlinhos viu que estava em lugar estranho e escuro, com cheiro de morte no ar, ouviu gemidos ao longe olhando para o céu não conseguia ver nada nem ao menos o buraco por onde entraram, procurou na volta para ver se encontrava o resto do grupo quando algo agarrou a sua perna, Carlinhos deu um salta para trás e ficou esperando para ver o que o tinha agarrado, quando Zé se levanta.

- Poderia ter me ajudado pelo menos né? Onde estamos? – Perguntou Zé.

- Olhe em volta, não faço ideia.

- Estamos no inferno ou melhor na entrada dele no lugar onde os religiosos chamam de purgatório. – Disse Pedro ao se juntar a Carlinhos e Zé.

- Como assim? Então estamos mortos? – quis saber Zé.

- Não, não sei muito bem o que aconteceu, mas chegamos aqui vivos. Agora vamos sair daqui antes que alguém nos veja. – disse Pedro.

- Pedro como assim aqui não tem ninguém, quem poderia nos ver? – Perguntou Carlinhos.

- Carlinhos abra os olhos e olhe bem a volta, não tente focar um único ponto tente olhar através dele, só assim seus olhos abrirão e você poderá enxergar o que está bem a sua frente.

Carlinhos não confiava muito em Pedro achava que ele fosse um pouco maluco, mas algo dentro de si dizia que Pedro estava certo, então ele parou e olhou o horizonte, nos primeiros 2 minutos nada aconteceu, então Carlinhos começou a distinguir algumas formas, pisco algumas vezes para ter certeza que não eram ilusões de ótica e olhou de novo, seu coração quase saltou pela boca, ele via agora legiões de almas sofridas carregando grandes rochas nas costas.

- O que são essas pessoas e por que elas estão carregando rochas tão pesadas? – Perguntou Carlinhos. Zé sem entender tentou fazer o mesmo que Carlinhos fizera e quase desmaiou quando conseguiu ver o que eles viam agora.

- Vamos embora daqui. – Pediu Zé quase chorando.

- Creio que será um pouco mais complicado que isso. – Respondeu Pedro.

- Por que você acha isso? – Perguntou Carlinhos.

- Algum de vocês sabe como saímos daqui, e outra coisa, alguém sabe onde estão os anciões?

Carlinhos e Zé se olharam e deram de ombros, nenhum deles sabia onde ficava a saída muito menos onde estavam os anciões, mas ambos procuraram se esconder e bolar um plano para sair daquele lugar. Quando encontraram uma pequena abertura em uma rocha, com tamanho suficiente para os três se sentarem e pensarem em algo, enquanto conversavam sobre as possibilidades de conseguirem escapar do purgatório, Pedro convida os amigos a saírem daquele local, Carlinhos e Zé rejeitam a ideia afinal estavam seguros ali, mas Pedro tentou avisar que algo se aproximava, foi quando Carlinhos sentiu uma forte pressão como se o ar pesasse toneladas e seus pulmões estar sendo esmago por ele, a pressão era tão forte que os três caíram de joelhos e ofegantes.

- Que força é essa...sinto que meu corpo será esmagado – disse Carlinhos.

- Não consigo levantar... estou preso, meu corpo está muito pesado – Zé já estava a ponto de se entregar e deitar ali mesmo.

- Zé não deita se deitar poderá realmente ser esmagado. – Gritou Pedro o único que conseguirá falar normalmente, mas estava começando a sentir a força que pesava sobre ele.

- Achei três insetos vivos no purgatório, não sei como entraram mas tenham certeza que morreram aqui. – Disse uma voz grave, que eles sabiam vir do alto das rochas onde se esconderam.

Carlinhos e Zé olharam para Pedro, ele estava diferente, ele não sabiam explicar o que era mas seu corpo os músculos pareciam estar crescendo, e uma luz em volta começou a querer se expandir, quando Pedro olhou para a cara de espanto dos três, ele sorriu e Carlinhos pensou estar sonhando mas Pedro voltará ao normal. Quando Carlinhos prestou atenção a sua volta percebeu que a criatura estava a apenas alguns centímetros de distância, Carlinhos não fazia ideia de quem era mas a sensação de que já se conheciam foi crescendo e uma mistura de medo e ódio fizeram com que Carlinhos ficasse em pé com muito esforço.

- Então você se lembra de mim! – Riu a criatura.

<continua>

Adilson Roldão
Enviado por Adilson Roldão em 13/05/2013
Código do texto: T4288407
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.