A riqueza separa as pessoas.

Havia um homem muito rico que tinha casado se com uma mulher pobre, seus pais eram donos de uma multinacional.

Seus pais nunca aceitaram seu namoro e menos ainda o casamento. Mas mesmo sem o apoio de sua família, Felipe Augusto Silva se casou com Maria de Fátima Santos.

Mesmo seus pais não aceitando o casamento, lhe deram tudo de que eles precisavam, casa mobiliada, carro do ano.

Felipe recém formado em administração, começou a comandar a empresa ao lado de seus pais.

Desde de criança teve de tudo, computador, celular, televisão, som, videogame, roupas de marca, estudou sempre em colégio particular, comia do bom e melhor, fazia natação e jogava tênis, nunca passou fome, nem frio, teve de tudo nunca lhe faltou nada. Por ser filho único, sempre ganhou tudo de seus pais. Foi crescendo um menino metido, cheio do querer e vivia sempre na alta sociedade, nos mais belos clubes, casas de show, restaurantes chiques.

Ficava com as garotas de sua classe social, nunca tendo um namoro serio.

Mas um dia em uma padaria, conheceu Maria, que era a atendente, uma linda mulher, simpática, humilde e inteligente, foi amor a primeira vista, foi uma rápida conquista. Começou a freqüentar a padaria todo dia e um dia convidou a passear no parque e ela aceitou. Naquele mesmo dia começaram a namorar, saindo sempre para passear. Um mês e pouco e já se noivaram, quatro meses e pouco e se casaram. Nasceram um para o outro.

Todos diziam que Maria era interesseira, que era por causa do dinheiro, pois Felipe não era bonito e ainda era muito metido.

Ela era nova tinha acabado de completar 17 anos de idade, também era inexperiente, Felipe foi seu primeiro amor e amava-o de verdade.

Já Felipe era experiente, com 24 anos nunca tinha namorado serio, mas já tinha ficado com varias garotas.

Como com dinheiro tudo pode, casaram se rápido, estavam super felizes. Maria terminou o segundo grau, depois formou se em psicologia, seu sonho de criança, que achou que nunca ia realizar, mas realizou.

Ajudou seus pais e seus dois irmãos mais novos, que passavam por grandes dificuldades financeiras, mas que graças a Maria, estavam tendo uma vida mais digna.

Com apenas 23 anos abriu seu consultório, com ajuda financeira de seu marido, tudo em sua vida estava dando certo, um esposo que a amava e nunca deixava faltar nada.

Dois anos depois veio a filhinha para coroar, eles estavam muito felizes com a vinda da Patrícia, a vida deles estavam perfeita.

Assim foram felizes vivendo, ate que um dia aconteceu uma tragédia, os pais de Felipe morreram em um acidente de carro, quando voltavam de uma viagem.

Patrícia estava para completar três anos de idade, quando isso aconteceu.

Felipe ficou muito triste com a morte de seus pais, ele não sabia o que era sofrer, ate esse trágico momento. Pois sempre teve tudo na vida de mão beijada, o que Felipe é e tem, é tudo graças a seus pais que lhe fizeram tudo, nunca lhe faltou nada em sua vida.

Nesse momento estava passando por maus bocados, não sabia como se controlar, pois ele nunca foi uma pessoa religiosa, sempre acreditava que o dinheiro era o poder, mas não podia comprar a vida de seus pais. Maria tentou acalma-lo, dizendo umas palavras de consolo, mas ele não aceitou, ficou nervoso e gritou com ela, nesse momento o amor começou a diminuir.

Passado essa tempestade sua vida tomou novo rumo, a herança ficou toda com ele que era filho único. Ocupou-se mais ainda em seu serviço, pois agora era o dono da multinacional.

Enquanto isso, Maria trabalhava menos e se dedicava mais a sua filha e a sua família, pois ela já não tinha mais a aquele esposo sempre presente.

Pois Felipe se preocupava com as contas a pagar a receber, negócios e mais negócios. E a vida ia passando e o amor acabando. Felipe e Maria pouco se viam, ele andava tão ocupado com seus negócios que tinha pouco tempo a ela e sua filha.

Ele era um bom administrador, cada vez mais a sua empresa ia crescendo. A cada dia que passava estava mais rico, aumenta mais a sua fortuna, com isso se afastava mais das pessoas que amava.

Os anos foram passando e Felipe mais e mais trabalhando, para estar sempre na frente de seus concorrentes.

Cada vez mais se tornando ganancioso, sovina; o dinheiro, o poder, o status era tudo para ele.

Entre Felipe e Maria o amor tinha acabado, pela parte dele que começou a amar a sua fortuna.

Começou a ficar inimigo da sua esposa, dizia que ela não entendia nada de negocio, que não sabia administrar o seu consultório, que se podia ter mais lucro em cima se soubesse trabalhar. Maria que sempre passou muitas dificuldades na vida sabia administrar sim, seu tempo, trabalho, família, igreja.

Felipe não se separava dela porque não queria passar uma parte de sua fortuna a ela. E assim ia juntos vivendo, ou melhor, separados vivendo, pois a riqueza os separou.

Maria mesmo assim era feliz, tinha grande razão para viver a sua filha e a sua família. Passaram se alguns anos eles iam vivendo como se fossem estranhos.

Felipe estava ficando podre de rico, mal tinha tempo para descansar, pois o trabalho estava ocupando todo seu tempo, era reunião aqui, era assinar contrato ali, uma vida super agitada.

Já Maria se separou da riqueza, começou a se dedicar a serviços comunitários, juntos aos pobres e estava sendo muito feliz com isso.

Aos 35 anos Felipe morreu, teve um enfarte, devido a sua vida agitada que vivia, Maria ficou muito triste, pois foi o único homem que amou, Patrícia chorava muito com a perda de seu pai, que nunca teve tempo para brincar, passear.

Estranho paradoxo, ele que não quis o divórcio, mas mesmo assim a sua fortuna ficou com ela, sua inimiga, como ele dizia.

Felipe um dia amou Maria, mas o dinheiro lhe afastou da sua felicidade, o que será dele agora!

Depois disso Maria recebeu a herança e vendeu tudo que lhe pertencia, com exceção da casa e do carro e trousse os seus pais e seus irmãos para morarem juntos com ela e Patrícia. Ela continuou com seu consultório de psicologia e com seus trabalhos voluntários, vivendo feliz e rezando muito para Felipe seu verdadeiro amor.

“A riqueza separa as pessoas, o amor as une”.

Abril de 2007

Maico Oliveira
Enviado por Maico Oliveira em 02/05/2007
Código do texto: T471830
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