Dos mistérios....

Caminhando com pressa, olhos marejados de lágrimas, o coração apertado no peito, fugia de si mesma e de seus sonhos bobos, patética com suas ilusões de menina, confiando demais, esperando demais... Sentou entre pedras na parte mais fechada da mata do parque,sabia que dali veria se alguém se aproximasse, e não seria vista, como um animal ferido pretendia atacar como ultima defesa, como ultimo ato antes de desfalecer entre cortes profundos. Sua alma sangrava, seu corpo perdia as forças, sentia como se tivesse sido morta e seu corpo se negasse a liberta-la...

-Não sofra.

Quase caiu barranco abaixo, aquela voz saia de dentro da pequena caverna de pedras, e um rosto místico, cuja pele esverdeada e os olhos de um azul profundo remetiam a um reptil, mas que tinham algo de elemental.

-A sua vida tem luz, e é isso que importa...

Ficou atônita. Olhava sem acreditar no que via, era impossível tal criatura ser real.

-Um elemental. Exatamente.

O ser a contemplava com admiração, como se visse algo belo, raro.

-Já te vi aqui várias vezes, sempre com o coração apertado, afogada em angustias e decepções. Sua luz fica ofuscada, é triste pensar que é a dor que te traz a mim. Sempre tento consolar sua dor, tem uma beleza tão profunda, uma doçura que me encanta...

Apenas o olhava, sentia que ele a mataria ou a arrastaria para a caverna, pois era um ser estranho. A voz parecia o som de muitas águas,como se uma cachoeira com muitas pedras passasse muito perto. Apesar de ser pouco maior que ela, dava a sensação de uma magnitude, com um poder ancestral, emanava de si uma luminosidade mágica, que encantava, como um encanto que vai levando os pensamentos, roubando a razão.

-Minha doce Sophie, já é tempo de aprender algo sobre a terra...

Segurou em sua mão e levou para a caverna, sem defesa, se deixou levar a uma gruta profunda, em que cada passo se ampliava misticamente, fascinada viu diante de si um mundo de pedras, terra, raizes, e pequenas casas, que ocupavam todo o lugar.

-Sua casa.

Não compreendeu o que ele dizia, ate se ver diante de uma parece cristalina, como um espelho, e vendo seu rosto em um tom dourado, como se sua tez moreno tivesse tomado algum outra matéria. Deslumbrada olhava para ele interrogativamente.

-Está em casa novamente, mas saiba que terá que voltar. Ès minha filha, pequena, tem uma missão de amor para com os humanos, não se deixe perder novamente na dor, use sua luz para vencer o que há de negativo nestes seres egoístas, eles precisam de evoluir rápido, o tempo se esgota.

Já questionando sua sanidade, pensou que aquela alucinação era digna de um tarja preta forte. Não acreditava em seus olhos, até que ele a tocou,e uma memoria ancestral invadiu sua mente, de era vivendo sob a terra, mantendo o equilíbrio e sendo sim, filha de Adrissiel, que sorria cheio de carinho.

-Oh!-desmaiou com o choque daquela nova realidade.

Acordou fora da caverna, o parque quase escuro, e em suas mãos um colar de um material indefinível, com um cristal límpido, no qual ao olhar por ele podia ver sua real forma. Levou consigo em sua missão, sem angustia mais em seu coração,apenas sabendo o que vinha fazer ali....

T Sophie
Enviado por T Sophie em 27/05/2014
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