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Lapso de Memória

Assim que o sol foi baixando, despiu-se da solidão e imaginou-se vestida de pétalas e
tomando assento nas asas do entardecer...

Sabia que o trajeto era um tanto distante,
por isso, apressou-se bem antes do escurecer.
Dispensou qualquer companhia, o lugar não lhe
era estranho...
As vias de mão única e mão dupla, há  algum tempo já conhecia.

À medida que se aproximava do local a ser (re) visitado, fazia questão de parar e observar se
muita coisa havia se modificado;
se as flores nos jardins ainda
eram as mesmas...

Percebeu que as crianças que outrora brincavam,
naturalmente cresceram bastante.
Viu a palmeira em cuja sombra trocou confidências e juras de amor eterno, todas às vezes que lá estiveram...
 
A roseira onde um espinho “malvado” espetara-lhe o dedo mínimo da mão direita, estava  mais florida do que antes.
Beijas flores se refestelavam e bailavam
sem parar...
“Ah, vou colher as rosas e fazer um ramalhete lindo!
Afinal, esse reencontro merece muito mais que todas as flores do mundo!”

Distraída, observava os visitantes naquele jardim que ornamentava a praça central da cidade e no qual guarda doces lembranças de
um passado que "está" prestes a reviver e mais:
Está convicta de que...  não  passou!

De repente suspira profundamente.
Verifica a hora no lindo relógio de pulso
Que recebera dele, como presente de aniversário, e sai caminhando lentamente e olhando atrás como se aguardasse
Alguém que deveria acompanhar-lhe...

À sua volta, crianças  corriam, adultos conversavam...
Jovens trocavam mensagens ao celular.
Alguns casais idosos caminhavam de mãos dadas...
Seu pensamento viajou por alguns instantes.
Viu-se idosa junto com seu grande amor, os dois de cabelos branquinhos e muitas rugas, 
(trazidas pelo tempo)
trocando sorrisos, beijos e piscadelas, ainda
enamorados como  antes...

Ao afastar-se dali e dobrar o último quarteirão, esbarrou em um ciclista na contramão, que lhe derrubou, deixando-a  sem sentidos.
Na emergência do Hospital mais próximo, despertou na madrugada do dia seguinte.

Ao receber alta, constatou que não tinha para quem avisar nem por quem esperar,
em virtude de morar sozinha na capital.
Um estalo na mente lhe fez lembrar, com muita tristeza  e uma dor profunda,
que seu grande amor partira desde o último encontro na festa de seu aniversário...

Havia jurado nunca mais amar outro homem.
E desde aquele dia terrível, passou a  pedir insistentemente aos céus para
Abreviar seus dias de vida.
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Ísis Dumont

Beijos e sempre meu amor e afeto!!
Amooooo Vocês!!!!!!
Com milhões de saudades!!!!! rs
BOM DIA!!!!

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Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 02/08/2014
Reeditado em 04/08/2014
Código do texto: T4906570
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