Ondina e o Sol
 
          Ondina nadava nas profundezas das águas e lá era sua morada. Era o mundo que ela conhecia e apesar do seu desejo, ela tinha medo de aventurar-se no mundo do ar. O mundo aquático era belo mas ela sentia falta de algo. Não sabia explicar, mas quando observava a luz do Sol na água sentia um chamado para as alturas. Ela queria ver de onde emanava aquela luz com chama de liberdade que encantava seus olhos. Percebeu que quanto mais próxima da superfície mais aquecida ficava e sem pensar perdeu o medo e nadou rumo ao seu desejo.
      Extasiada com a visão do Sol, Ondina permanceu em contemplação e nem percebeu o passar do tempo. Ela sentiu frio e medo com a escuridão da noite. Sentiu-se abandonada pelo Sol e chorou. Mergulhou de volta para o seu mundo mas ele não era mais o mesmo. Ela viu e sentiu o Sol e nada seria como antes. Ela esperava todos os dias por ele e chorava na sua despedida.
      Um dia observou atentamente os seres ao seu redor e percebeu que não era apenas ela que esperava pelo Sol.  Ele era importante no ciclo da vida de muitos. A partir daquele momento ela entendeu que ele não era dela e de ninguém. A liberdade que o Sol irradiava era fascinante. Ondina olhou para o Sol e agradeceu por ele brilhar. O Sol transbordava amor e ela agora compreendia a grandeza da sua existência.