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À hora havia chegado
das profundezas as sombras corriam os verdes campos, que agora estava manchado pelo fatídico vermelho.

A sombra e o sangue tomava conta de todo a imensidão campestre o sol não mais iluminava, algo havia mudado, algo estava diferente, cavaleiros e espadas, bandeiras e tambores, os urros das feras intimidavam a alma humana, era bestial, pedaços de corpos sem vida arremessados ao longínquo, a aliança humana havia perdido seus melhores guerreiros, enquanto a horda selvagem seguia triunfante em direção da orb.

O som dos tambores tomavam as vidas que ali ainda restava, a fera de chifre vermelho desceu de sua montaria alada, tirou alguns fetiches de sua bolsa, e um cântico foi entoado, o chão começou a tremer, e a noite mais profunda havia tomado o lugar do sol .

Uma estampilha saiu da esfera, uma luz descera em direção do solo, as asas impediam de ver o seu rosto, o cabelo longo e ruivo demonstrava um balaço suave, as curvas de tal corpo parecia esculpida por deuses, um silêncio amedrontador tomou conta do campo de batalha, todos os olhos se direcionaram para a luz, monstros, humanos, oniris, todos ali se calarão-se-ao observarem os movimentos delicados do ser que acabava de sair da orb.

Uma voz suave começava a sair dos lábios da bela que acabava de romper a esfera, uma leve nota aguda foi se alastrando pelo campo vagarosamente.

O campo agora se tornava cinza, um sino era ouvido ao longe, gritos intensos começavam a sair de todos os seres que ali estavam à dor e angustia era visível no rosto alheio, como uma cólera súbita todos ali presentes aos poucos começaram a se desfazer, seus corpos se tornavam poeira e a bela de asas continuava a cantar, vários feixes de luzes de tons variados se direcionaram a bela, que aos poucos mais forte estava ao drenar a energia vital dos seres ali presente, ao fim das luzes que foram absorvidas, o campo estava deserto e vazio.

A passagem havia sido feita.