A Dama da Morte

Todos nós sabemos que um dia iremos morrer...

Existe uma lenda em Atils de que quando nossos dias estão para acabar vemos uma mulher, em um belo traje branco, uma mulher tão pálida que parece diáfana. Seus cabelos parecem de uma senhora de idade: brancos como a neve das florestas. Seus olhos mostram o conhecimento de milhões de anos e ao mesmo tempo a inocência de um bebê recém-nascido.

Ao contrário do que todos pensam, essa mulher não tem a feição diabólica de demônios, mas sim a calma dos anjos. Seu andar é celestial, flutuando pelo chão como se tivesse asas, e tudo a sua volta parece refletir a sua tranqüilidade. Sua aura brilha como se fossem mil sóis, mas mesmo assim não é um brilho ofuscante, mas sim, paralisante. Nem o mais forte dos bárbaros resistiria ao olhar dessa bela mulher na sua frente.

São poucos os que vêem essa bela dama e sobrevivem, menos ainda os que permanecem lúcidos após tal visita em suas casas.

Muitos vêem uma bela dama, mas alguns chegam a ver uma pequena criança ajoelhada no canto chorando, e um desejo de ajuda-la enorme vem junto com o primeiro olhar da criança. Outros vêem uma senhora que caminha devagar em nossa direção até segurar em nossos braços e nos levar para um lugar sem volta, para um caminho de uma só direção.

Sempre quando nos deparamos nos olhos dessas três figuras, não importando qual delas, sempre vemos a mesma coisa: o que fomos, o que fizemos, e como agimos, e não conseguimos parar de olhar até ver tudo, até o último suspiro de nossas vidas.

A dama em branco, a conexão da vida e a morte, a guia para o caminho das almas sem corpo, a guardadora da vida de cada um de nós...