TARDE, ILUSÃO DE UMA BRISA

Querias me por perto!?

Sim, mas vejo-te muito distante…

Sério!?

Verdade…

Então, fecha os olhos, e sinta a leve brisa que sobe pelos teus pés. E vais ver que estou bem perto…

sim....tens razão..... bem próximo mesmo

Agora fiques quieta e sinta o meu sopro no teu pescoço, o sussurrar nos teus ouvidos, enquanto os teus pêlos se arrepiam. Não abras os olhos e sinta a mordida que dei na tua orelha, e no instante soltaste um leve suspiro, um frio gosto passa sobre a pele, o corpo está arrepiar-se.

A tua mente dúbia, te encostas na cadeira, cruzando as pernas, pareces estar aflita,

aflita!!???

Algo aquece a tua alma, o calor sobe e sem dares por contas, põem-te a morder os lábios, a sensação é tão boa que o inocente sorriso desperta o brilho do olhar, a mão desce tocando cada milimetro do corpo, é um sentir ilusório, tu não vês a minha, mas sentes apenas o contacto da minha brisa que te afaga. Sente o hálito de um beijo no pescoço, parece ser poesia, mas é tudo tão real quanto fictício, os dedos tateiam-te, o calor faz-te suar, e no instante abres o botão da tua blusa, deixando espaço para meu ar afagar os teus seios, sem enleios, as mãos percorrem as ogivas pontiagudas, hirtas, e o silêncio põe-se a soluçar, gemidos do longínquo da alma, resmungam os teus lábios sedosos, treme o teu corpo viçoso, o medo ganha ar de ansiedade, a invasão é tanta que o corpo quer a liberdade, e a tua mente questiona-se por si mesma

" Devo estar a sonhar, será que devo me segurar, pois quero voar, justamente agora, nessa mágica ilusão e que está brisa toma o meu corpo, me possua, dispa-me agora, sinto-me nua de vontades, estou no êxtase ao calor da tarde "

Olhos famintos devoram os teus, grita a saudade da tua alma, numa expressão de convulsões do corpo, a brisa desce ao encontro do preto que cobre o teu tesouro, uma região rendada por um tecido de seda, “ o que será que ai se esconde…? “

Murmurando o silêncio disse gemendo “ Descubra o tesouro “ .

A brisa subia entre as pernas de mansinho, para satisfazer, o suspiro da alma e entre as entranhas encantadas, gotas de orvalhos caem, entre ás tépalas de lábios rosados, carnudos e húmidos, um cheiro viciante envolve o ambiente, uma dualidade de sabores paira no ar, a mágica fragrância das mil e uma noite, a seiva da fonte, vejo-a a escorrer a seu bel-prazer, apenas só um língua pode definir tão sabor, quão doce paladar tem essa seiva, que inspira qualquer um sem inspiração, faz viajar mesmo sem ter asas, é o exilir da eternidade, é o néctar bom de se sugar, é a flor boa para se cheirar de um jardim molhado e húmido de duas tépalas avermelhadas e um botão de rosa encantado, parece um sonho perder os lábios dentro dos lábios, é a tal redundância que se deve cometer, pois a regra é só uma, embriagar-se por prazer. Descobrir os canais que fazem levitar e gemer o corpo, atender as vontades e os desejos. Pois quando essa flor desabrocha, as suas lágrimas escorrem entre entranhas e lábios avermelhados, que produzem o licor da jovialidade , a bebida que embriaga a alma e mata o silêncio da saudade…

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 25/02/2015
Código do texto: T5149691
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