Um lugar fascinante

O pequeno garoto de mãos dadas com aquele estranho homem, cujas silhuetas agigantadas pelos tons de cinza que a tarde projetava nas paredes do recinto, causavam um tom de curiosidade e estranhamento.

- Quem seriam os dois contrastando em tamanho?

Enquanto o velho homem aparentava um semblante cansado e normal a qualquer mortal, o pequenino trêmulo, assustado e tremendamente fascinado, examinava toda fresta das janelas entreabertas com seus vidros artísticamente lembrando o "Art Nouveau".

Tudo isso, acrescentava à criança uma curiosidade intensa e mágica.

Suas pequeninas mãos acariciavam a cada móvel, cadeira e páginas amarelecidas pelo tempo, daqueles enormes livros.

Em sua cabecinha vinha-lhe a história dos papiros e sua milenar ciência.

Ele conseguia ali, naquele espaço, sentir aquelas figuras

do antigo Egito, com suas roupas coloridas e exóticas e seus olhares tais quais peixes em lagos de profunda sabedoria.

Ele esperara tanto tempo por aquele passeio. Era a sua primeira visita à uma Biblioteca.

Por isso sua voz se perdera. Ele permanecia calado, para poder ouvir melhor o som dos antepassados, que ora lhes eram transmitidos e embeveciam sua imaginação com o cheiro dos pergaminhos que transpiravam as antigas civilizações.

A tarde era calma, plena e de intensa alegria. Tanto, que ele deixara seu amigo inseparável em casa: O celular.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 14/06/2016
Reeditado em 14/06/2016
Código do texto: T5667207
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