As Crônicas de Vahl Hallen
  
 
Capítulo 5
 
   O medo entranhou-se por todos naquela terra mágica, Vahl Hallen nunca houvera passado por uma situação destas. O motivo pelo qual fora construído parecia não mais fazer sentido, quando a cada minuto as trevas poderiam invadir o castelo e derrubar seu Rei.
   Scott, Olivier e Lisel foram julgados por seus atos, mas antes, o que lhes levaria a muitas punições, agora poupou-se a apenas palavras de desafeto, os líderes da corte não sabiam mais o que fazer. Estefan estava completamente louco e coube a Theodor III, o grande Rei de Vahl Hallen decidir o que haveria de ser feito.
-Creio que não há outra solução, teremos de agir e encontrar uma maneira de detê-lo. – Parecia que a esperança não se juntara a sua fala.
   Todos ali presentes não disseram nada, em suas cabeças os mais temerosos sonhos, os rumores aumentavam a cada hora. Theodor convocou uma reunião no grande salão oculto e o trio de amigos havia sido convocado.
   Olivier parecia ser o mais tenso, horas antes presenciara a de Van e seu pai, nunca tivera visto um necromante adulto e logo os vê sendo mortos. Victor havia se tornado um perigo indiscutível e o plano de convertê-lo de volta ao bem parecia cada vez mais distante.
-Vocês três, estavam lá. O que Victor levou dos Necromantes? – Um dos magos perguntou.
-Era parecido com uns óculos. – Respondeu Scott.
-O par de olhos espíritos, agora ele poderá conversar com qualquer espírito. – Argumentou outro.
-Ele também levou o livro de feitiços das bruxas. – Argumentou Lisel. – Isso pode significar muitas coisas. – Concluiu.
-Pelo que vimos ele está se fortalecendo com as armas que encontra, o que torna necessário que protejamos a câmara de armas do castelo. – Concluiu Theodor III.
   Victor havia chegado a uma hora, estava a espreita, esperando que a noite consumisse o horizonte, assim poderia entrar com mais facilidade no castelo e ainda não chamar tanta atenção. Seus pensamentos revelavam planos perversos, o primeiro deles seria capturar a varinha mais poderosa de todas, aquela mesma que Theodor usara para criar toda aquela terra.
   Scott e Olivier foram encarregados de vigiarem a porta da câmara, a qualquer sinal de invasão deveria proferir um feitiço que alertaria todos os magos ali presentes. É claro, que Lisel não os deixou sozinhos, ela havia encontrado um meio de encontrá-los sem ser vista pelos outros guardas.
   Victor já entrara no castelo, descera dois andares e caminhava para a câmara com facilidade, ele era mestre em um feitiço que atordoava seu oponente e o fazia dormir por horas, não havia explicação para que não os matasse, assim como fizera antes, com as bruxas e os necromantes.
-Quem está vindo lá? – Apontou Olivier a frente ao ver que as tochas que iluminavam o corredor começaram a apagar-se.
-Calun-ér-lain. – Proferiu Victor, tornando os dois amigos incapazes de falar, assim não poderiam conjurar o feitiço para alertar a todos.
-Queria poder entender a fé que vocês depositam nesses velhos tolos, eles só os impossibilitam de ver a capacidade que temos neste mundo. Se os magos não tivessem sido tão covardes nos últimos séculos, não estaríamos nesta situação, sendo vistos como tolos com meros poderes mágicos, onde está a grandeza da primeira era? Tudo isso enojaria Theodor! – Argumentara ele enquanto se aproximava.
-Você acredita mesmo estar fazendo o certo? – Lisel finalmente revelou-se por de trás da parede ao leste. – Afinal, sua busca por grandeza está cada vez mais demonstrando-se por vingança, o que as Bruxas fizeram a você? O que havia contra os Necromantes? – Concluiu.
   Aquelas palavras pareciam ter circulado por toda a mente de dele e o fizeram parar por alguns segundos, como se a sanidade tentasse recuperar o controle, ele se pôs de joelhos com as mãos estendidas a frente, seus olhos estavam lacrimejando até que enfim voltaram a tornar-se sombrios.
-Você ainda não é capaz de entender tudo isto Lisel. – Quando disse seu nome o corpo dela arrepiou-se, como se ele soubesse tudo.
-Como sabe meu nome?
-Aquele par de olhos não me permite apenas conversar com espíritos, mas também desvendar todos os segredos da alma e da mente de qualquer ser.

 

 
 
 
 
 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 15/11/2016
Reeditado em 08/12/2016
Código do texto: T5823911
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