A torre de vigia

- Você é um completo idiota Gerton. – Falou enfurecido o capitão das torres de vigia. – Está é a terceira vez está semana que um daqueles malditos entram em nossa cidade e rouba alguma coisa, como você não vê isso?

Paralisado Gerton olhava fixo para frente, seu rosto redondo transpirava, como se alguém tivesse lhe atirando um balde de água na face. As roupas pesadas da guarda colaboravam para o calor que sentia, além disso elas estavam tão apertas, devido ao seu ganho de peso, que por alguns momentos ele parecia não está sentindo as pernas, era como se uma corda o estivesse apertando todo o tempo, porém ele não poderia reclamar, a menos de um mês recebera vestimentas novas, devido as últimas também estarem apertas, ele não poderia novamente pedir pela troca. Já era vergonhoso ser o guarda da torre mais gordo do reino, ele não queria aumentar ainda mais este “prestigio”.

Com um olhar furioso o capitão das torres se mantinha sentando em sua mesa de carvalho maciço, ela não era muito luxuosa, tendo apenas alguns pequenos detalhes entalhados. Sobre ela pergaminhos e alguns livros se encontravam espalhados, assim como uma grande estante atrás dele, no qual, além de papeis havia frascos sujos e garrafas contendo provavelmente vinho. Tudo se amontoado uns sobre os outros, revelando que o dono daquela sala não se importava com organização.

Com uma respiração profundo o capitão se debruça sobre a mesa e remexendo alguns papeis demonstrar está procurando por algo. Gerton em pé somente observava a cena, ele sabia o que o capitão estava procurando, um relatório do que havia sido roubado. Não demora muito e o capitão por fim acha o documento e fala:

- Aqui está, veja isso Gerton. – O capitão então se levanta e com a voz alta fala. – Os malditos levaram até o momento quinze espadas, dez escudos, cordas, roupas e uma vestimenta completa dos guardas das torres. Tudo isso feito por um único maldito rebelde em três roubos bem-sucedidos na parte sul da cidade. Como pode me explicar?

Por dentro Gerton tinha até alguns argumentos, mas todos se mostravam ineficazes diante de tudo que havia ocorrido. Os assaltos foram feitos à noite, justamente em seu turno, em nenhuma delas ele viu ou ouviu algo, era como se o ladrão fosse invisível, porém, vários moradores da cidade viram o maldito, incluindo alguns guardas da cidade que chegaram a persegui-lo, mas que infelizmente não conseguiram captura-lo. Não havia justificativas, ele é o vigia da torre, os olhos a zelar pela cidade e proteger seus moradores, como todos poderiam voltar a confiar nele agora? Até por isso ele esperava que o capitão lhe desse alguma punição naquele momento ou mesmo o expulsa-se da guarda, mas o que ouviu em seguida o deixou espantando:

- Olha Gerton, você é um bom homem, apesar de preguiçoso e desajeitado. – O capitão o olhava com pena, apesar de ainda está furioso por dentro. – Vou lhe dar uma última chance, você irá fazer a vigia está noite, ficará de olhos atento a tudo e a todos, não quero que deixe passar nem se quer um misero inseto, será que estou sendo bem claro?

- Sim senhor, mas claro impossível senhor. – Responde Gerton com a voz um pouco engasgada.

- Os rebeldes estão nos dando muita dor de cabeça, creio que logo eles irão tentar algo maior. – Fala o capitão com um tom e preocupado. – Porém você terá a missão de vigiar, não quero ver este ladrão entrando na cidade, você irá fazer de tudo para que isso não ocorra, do contrário não irá mais precisar destas roupas que lhe apertam como uma salsicha inchada.

A mensagem do capitão era clara, o ladrão não poderia passar novamente, em hipótese alguma. Gerton aliviado por ainda ter seu posto, se despede do capitão e vai para sua torre, o caminho não era muito comprido e a cidade naquela altura da noite já estava com pouco movimento, somente alguns vendedores ainda permaneciam nas ruas arrumando suas tendas ou arrastando suas carroças cheias de mercadorias para os depósitos da cidade. Por um dos muitos becos, mulheres davam risadas baixas, porém, sem se revelar, mantendo-se ocultas em meio àquela perdição de prazer, ao qual os becos sempre ofereciam aos homens carentes de um carinho mais especial.

- Venha se divertir um pouco meu grande guarda. – Falou uma voz macia vindo da escuridão dos becos. – Quero experimentar um pouco desta sua carne, adoro homens grandes assim.

Com um sorriso Gerton acelerou o passo, pensando em passar pela manhã no beco, porém no momento sua missão era vigiar a torre e quem sabe pegar aquele maldito ladrão.

A torre ficava ao lado sul da cidade, um grande muro estava sendo construindo bem ao lado, provavelmente só iria ficar pronto dali a uns seis ou sete meses, isso se a chuva e o mau tempo não retardassem a obra. A construção era uma necessidade antiga, ainda mais depois que um grupo de rebeldes, começaram a causar problemas. O rei vendo que as guardas não estavam dando a devida proteção, ordenou a construção dos muros nas cidades que ainda não o tinham, por sorte nenhum grande ataque havia ocorrido ali ainda, mas roubos estavam se tornando comum, incluindo os de armamentos.

A subida até o alto da torre não era muito desgastante, mas para Gerton aquilo era uma punição diária, a cada novo lance de escadas ele parava para respirar um pouco e em seguida retomar seu martírio. Após um longo tempo finalmente ele chega, sua respiração era profunda e seu rosto estava tão vermelho que parecia ter corrido por toda a cidade.

- Veja só quem está aqui. Pensei que o capitão fosse te manda embora. – Falou um homem alto, vestindo as mesmas roupas de Gerton. – Você está péssimo, está escada um dia vai te matar, ou quem sabe aquela carne de porco que tanto gosta. – O guarda cai na risada em quanto se dirige para a escada, recolhendo em seguida sua espada e seu escudo.

- Cale está maldita boca e se mande daqui. – Falou Gerton com a voz fraca e respirando profundamente.

- Que seja, mas espero pegue aquele homem hoje. – Falou o guarda que sem dizer mais nada se vira e desce as escadas da torre rindo.

Gerton leva um tempo para se recuperar, de fato aquela escada um dia iria mata-lo ou quem sabe a carne de porco, o fato era que ele não precisaria ficar ali ouvindo aquele idiota falando de seu infortúnio, além disso hoje o ladrão não iria passar por ele.

A noite avança e Gerton se mantinha atendo a tudo, a última ronda dos guarda da cidade havia passado a pouco e agora ele só viria alguém quando o sol raiasse a leste. Ao longe o vento balançava as copas das árvores e nuvens escuras escondiam o brilho da lua, provavelmente a chuva iria vim mais uma vez, talvez ao raiar do dia, o que seria bom, pois a chuva poderia atrapalhar sua visão a noite.

Assim como nas outras vezes, nada estava acontecendo, o silêncio predominava na cidade de onde apenas algumas lamparinas ainda se mantinham acesas. Um ou outro guarda era visto andando pelas ruas, mas agora já fazia um tempo que ele não via ninguém. Um sono terrível começa cair sobre ele, o vento leve batendo em seu rosto era como um acariciar de uma mão, o convidando para um sono recheado de paz, mas a conversa que havia tido com o capitão da cidade surge em sua mente e o sono imediatamente vai embora.

- Deixe de ser preguiço Gerton, é por isso que você se mete nestas confusões. – Falou para si mesmo em voz alta, em quanto dava uns tapas no rosto, tentando afastar o sono.

Sua missão era vigiar a parte sul da cidade e não deixar aquele maldito ladrão passar. Nada iria impedir ele de fazer aquilo, por isso, ele se arruma novamente na cadeira em que estava e volta olhar para todos os lados.

Por de trás de uma árvore surge de repente a sombra de um homem, a imagem chega a paralisar Gerton que não esperava ver ninguém aquela noite. Em sua mente ele se questiona se aquele seria o tal ladrão? Com o coração acelerado ele se levanta da cadeira para observar melhor.

Caminhando tranquilamente o homem em fim sai da penumbra, Gerton não queria cometer nenhum erro, ele precisaria ter certeza que o estranho se tratava do ladrão, por isso, resolveu aguardar mais um pouco, até que finalmente o homem chegou próximo a sua torre.

- Parado. – Falou Gerton com a voz um pouco engasgada devido a tensão do momento, a final está era a primeira vez que se via abordando um possível inimigo. – Diga quem és, do contrário, eu ........eu vou......., bem que é você.

Olhando para cima o homem revela seu rosto com a pouco luz que as tochas encravadas nas paredes podiam oferecer. Uma barba negra e volumosa preenchia boa parte do rosto; os olhos cor de ébano refletiam uma astucia que poucos homens demonstravam, assim como o sorriso malicioso. Os dentes amarelados, revelavam se tratar de alguém da baixa sociedade, podendo ser até mesmo um dos muitos abandonados que vivem sobre as terras do rei, porém, aquela figura não era deste tipo de gente, pois as roupas da guarda da torre revelavam sua real identidade.

- Como vai amigo, pelo que vejo irá chover. – Falou o homem de forma descontraída.

Em silêncio Gerton fica avaliando o homem, ele nunca tinha visto aquele rosto antes, ainda mais sendo um guarda da torre. Talvez até poderia ser um dos novos do lado norte, mas mesmo assim ele pelo menos iria se recordar de alguém como ele.

Desconfiado ele questiona o homem:

- Qual o seu nome?

- Handor. – Responde prontamente o homem, ao qual continua a falar. – Estava dando apenas uma volta, sabe como são as mulheres, elas escolhem cada lugar para saciar suas vontades.

De fato, alguns guardas eram vistos com uma ou outra “dama”, em lugares afastados da cidade. Apesar ter tido este desejo algumas vezes, nenhuma garota havia topado fugir para a mata com ele, aliás, ultimamente somente as mulheres do beco parece ter interesse nele, isso quando muito.

- Imagino amigo, estas mulheres são loucas. – Fala Gerton com a voz um pouco mais tranquila.

- Nem me diga, então posso ir? – Questiona o homem com um sorrido.

Naquele momento Gerton pensou em libera-lo, mas algo lhe chamou a atenção, onde está a mulher? Era estranho ele ter vindo sozinho, não havia outro caminho para a mulher vir para a cidade, era de se esperar que ela viesse junto. Confuso ele então questiona o homem, que se mostrando agitado responde que a coisa havia sido um pouco selvagem e que ela se encontrava desacordada na floresta.

- Precisei deixa-la, estava para começar meu turno, não poderia vim carregando ela.

O que ele havia feito era terrível, deixar uma mulher desmaiada na floresta, ainda mais com tantos rebeldes a solta, isso não era digno de um guarda, ainda mais ele sendo da vigia da torre, porém, algo alerta Gerton logo em seguida. O homem havia dito que havia abandonado a mulher pois seu turno iria começar, mas o turno da manhã só começaria quando o sol estivesse alto, o que ainda iria demorar um bom tempo.

Em sua mente Gerton recorda que uma das coisas que o ladrão roubou foi um uniforme da guarda da vigia, então aquele homem poderia ser o ladrão. Com o coração acelerado ele não podia acreditar que havia conseguido deduzir sozinho, que aquele homem era o ladrão, esta era a chance que ele tinha para mostrar ao capitão e a todos o quanto ele era bom, talvez se conseguisse capturar o homem, ele até pudesse ser promovido.

Olhando novamente para o homem percebe que ele está completamente desarmado e mesmo que tivesse alguma adaga escondida, ele tinha uma espada e escudo, ou seja, poderia o render facilmente, uma vez que o inimigo não demonstrava ser tão forte assim.

Com um sorriso ele se volta para o homem e por fim fala:

- Não foi digno o que você fez com a mulher, mas eu entendo, porém precisamos resgata-la.

- Como disse amigo, preciso ir para minha vigia. – Fala o homem sorrindo e um pouco tenso.

Gerton precisava de um plano para poder segurar o homem lá embaixo, em quanto ele descia para poder captura-lo, eis então que uma ideia surge e se voltando novamente para o homem fala:

- Vamos fazer assim, fique nesta torre em quanto resgato a moça, eu irei avisar o capitão que fiz a troca com você, fazemos isso direto, você sabe.

O homem solta um grande sorriso e por fim fala:

- Pode ser, abra a porta então.

O plano estava feito, agora só restava ele se armar, descer e capturar o bandido. O coração estava acelerado, está era a primeira vez que iria fazer isso, antes eram só treinos e mais treinos, porém, ele precisava fazer, sua reputação como guarda da torre estava em jogo. O trabalho não era um dos melhores, mas pelo menos ele não precisaria ficar andando muito ou participando de missões como os demais guardas, por isso, manter o posto era sua obrigação. Ele estava até imaginando o capitão o parabenizando, ainda mais depois daquela conversa que eles tiveram a pouco tempo.

“- Muito bem Gerton, são homens como você que está cidade precisa. ” – Imaginou Gerton o modo como o capitão iria falar.

Rapidamente ele desce as escadas, seu coração fica disparado, as chaves da porta dançavam em sua mão, em quanto ele tentava encontrar a que iria abrir a porta.

- Onde está esta maldita. – Fala baixo Gerton em quanto olhava as chaves.

- Fique tranquilo amigo, não irei a lugar algum. – Fala o homem do outro lado com um sorriso na voz.

- Ah, mas você irá seu bandidinho de merda. – Fala mentalmente no momento em que ele finalmente encontra a chave.

Com firmeza ele coloca a chave na fechadura abrindo a porta com força, logo em seguida aponta sua espada para o homem que espantado recua alguns passos com as mãos para o alto, falando logo em seguida:

- Que merda é essa amigo, o que pensa está fazendo?

- Não me venha com amigo. – Fala Gerton tremendo um pouco. – Você não é da guarda coisa alguma, você é aquele bandido que anda roubando as coisas na cidade, admita.

O homem parecia mais tranquilo agora e ainda mantendo as mãos erguidas fala com tranquilidade:

- Você me pegou, creio não ser inteligente o bastante para poder enganar um homem tão astuto como você.

Aquilo surpreendeu Gerton, que esperava uma resistência maior do inimigo, mas talvez sua presença e perspicácia tenha de fato rendido o ladrão, sem que ele pudesse reagir de outra forma. Uma felicidade toma conta de seu interior, ele havia de fato cumprido sua missão, conseguiu capturar o rebelde e agora seu posto estava a salvo. Todos teriam que engolir o fato que o vigilante gordo e desajeitado havia consegui capturar sozinho um rebelde ao qual todos procuravam.

Respirando fundo e retomando a atenção Gerton fala:

- Você irá comigo até meu capitão.

O homem então solta um pequeno riso, então com a cabeça baixa fala:

- É só me indicar o caminho.

A reação do homem era muito estranha, mas Gerton pensa que talvez seja pelo desespero de ter sido pego, a final ele poderia ser morto. Muitos presos tiveram reações parecidas, nas celas da cidade muitos perderam a sanidade a anos, aquele homem provavelmente já deve estar no mesmo caminho.

O trajeto até a torre da guarda do capitão não era muito distante, eles cruzaram por todo o centro da cidade, que vazio via somente aqueles dois homens caminharem em silêncio. Após virarem para a esquerda, eles chegam a torre da guarda. O local era todo feito de pedra, com janelas grande e uma porta feita de carvalho. A frente um guarda fazia a segurança, ele olhava curioso para ambos, mas ao perceber o que estava ocorrendo, saca sua espada e fala de forma autoritária:

- Parados, o que está acontecendo?

- Chame o capitão, eu capturei o ladrão rebelde. – Falou Gerton cheio de orgulho e encostando a ponta da lamina nas costas do inimigo.

O guarda parecia espantado, era difícil acreditar que Gerton fosse capaz de capturar alguém, mas ali estava ele de espada em punho com um homem vestindo as roupas da guarda da torre e com um semblante tranquilo.

Sem perder mais tempo, o guarda entra porto a dentro, deixando Gerton para trás, que com um sorriso aguardava ansioso pelo capitão.

- Sabe, você parece ser um bom homem, pena que é burro como uma toupeira. – Fala homem se virando. – Não acredito que você não tenha percebido.

Confuso Gerton olha assustado para o homem, o que será que ele queria dizer? Gerton refaz em sua mente os fatos até ali e não consegue encontrar nenhum equivoco, ele havia cumprido com sua missão, não havia deixado ninguém passar pela torre, além disso havia conseguido capturar o ladrão, o que poderia ter feito de errado? Provavelmente o homem estava desesperado e tentava agora argumentar qualquer coisa, para poder tentar se livrar de sua prisão. Confiante de que nada deveria temer, Gerton fala para o homem:

- Cale a boca seu idiota, eu cumpri minha missão, ninguém passou pela minha vigia e capturei você. O capitão irá me recompensar pelos meus serviços, já você poderá até morrer pelos seus atos, então quem é o idiota agora?

Pela porta da torre Gerton vê o capitão sair rapidamente, seu semblante era sério, beirando quase uma raiva contida. A reação não era o que Gerton esperava, mas pelo visto o capitão deveria está furioso por confrontar o rebelde. Tomando a frente ele então fala:

- Senhor, aqui está o rebelde ladrão, eu o capturei junto a minha torre de vigia. Cumpri com minha missão, ninguém passou por mim senhor.

- Ninguém guarda da torre? – Responde o capitão enfurecido. – Aposto que este merda veio de bom grato com você até não?

A questão era confusa, mas Gerton respondeu com certa preocupação:

- Sim senhor, provavelmente por estar desarmado ele viu que não havia chances de lutar contra mim, por isso, se rendeu.

O homem então começa a dar risadas altas, chegando a tossir e quase se engasgar. Recuperado do ataque de risos ele então fala:

- Venceria você com minhas mãos amarradas seu leitão burro.

Gerton não estava entendo mais nada, ele havia trazido o bandido até ali, havia cumprido com missão, seu posto na torre de vigia está assegurado, então por que todas aquelas questões? O que estava acontecendo?

Se adiantando o capitão avança para cima do homem e lhe dá um forte soco no rosco, o fazendo cair no chão, em seguia ele se volta para Gerton e com a voz severa fala:

- Ele te enganou seu gordo idiota, quem está vigiando a torre sul agora?

Naquele momento gritos são ouvidos ao longe, flechas incendiaras preenchiam o céu logo acima, em quanto Gerton paralisado havia entendido tudo. Ele havia descumprido a missão principal, a missão de qualquer guarda da torre. Nunca abandonar seu posto.

Parado ele vê o capitão sair correndo gritando:

- Estamos sobre ataque, todos para o lado sul da cidade. A torre falhou, a torre falhou.

As glórias que Gerton havia imaginado, agora, não passava de fumaça, tudo estava perdido, ele havia fracassado. Focou tanto em uma missão que por fim se esqueceu da primordial e mais básica. Agora somente um futuro escuro o aguardava, e tudo isso por ser gordo, preguiçoso e um completo idiota.

Tiago Guedes Moraes
Enviado por Tiago Guedes Moraes em 17/02/2017
Reeditado em 15/03/2017
Código do texto: T5915879
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