Canções de Guerra - Capítulo 8

Capítulo 8 – André

As tropas de Lorde Emmanuel se preparavam, sob a gélida e triste luz do crepúsculo que acompanhava a manhã naquele dia. Todos estavam tristes pela tragédia que havia ocorrido. Eles não sabiam mas D. Henrique ainda não estava morto, mas preso em território inimigo aguardando a morte.

Henrique logo acorda ouvindo passos que ecoavam pelos corredores em sua direção. Não dava para ver ao certo onde estava, mas parecia ser as ruínas de uma das muitas casas incendiadas pelos bárbaros. Correntes o prendiam a uma viga de madeira que havia sobrevivido ao incêndio, um pano cobria sua boca para não poder gritar por socorro, ou de dor. Havia sido torturado, por isso muitas feridas se espalhavam por seu corpo, algumas já estavam até infeccionando. O que um dia foi um majestoso Duque agora não passava de um mendigo sujo e decrépito.

O vulto negro se aproximara e a sua frente estava mais uma vez a bela mulher de antes. Ela tirou a mordaça da boca do prisioneiro e reiniciou o interrogatório. Dessa vez o interrogatório parecia mais uma conversa entre velhos conhecidos. A mulher já não tão desconhecida para Henrique que olhava para aqueles olhos negros como os de uma velha conhecida dele, resolve contar-lhe um pouco da sua história na tentativa de fazer com que o duque confiasse um pouco mais nela.

Ela conta que não nasceu Diane, mas foi raptada por eles quando ainda era jovem. Falou também seu nome que era Marie, e como foi sua jornada de escrava até conquistar a confiança de Dagmar, atual líder dos bárbaros.

Ao final da conversa Marie faz um simples pedido:

- Você confia em mim? – Pergunta ela com um sorriso amigável já não esperado de uma pessoa criada por selvagens.

Henrique não sabia o que fazer, seu coração dizia para aceitar, que aquilo era o certo a ser feito. Mas sua mente não deixava, como ele poderia trair seu povo, seu exército e seus amigos? Pensava ele que não sabia mais o que fazer mediante aquela situação.

Mas quando ele abria a boca para dar uma resposta clara para ela, 3 bárbaros que vinham se aproximando por trás a pegam, eles falavam coisas sobre traição, não dera para ouvir muito bem pois todos gritavam ao mesmo tempo. Neste momento Marie tentava se soltar porque sabia que seria presa e morta, ela se debatia numa luta desigual de três para um, enquanto ela se debatia desesperadoramente um objeto metálico cai de seu bolso. Era brilhante e Henrique o reconhecia muito bem, feito de ouro e incrustado de pedras preciosas, lembrava sua flor predileta, uma orquídea, era um broche, um que já tinha visto muitas vezes.

Henrique sabia o que aquilo significava. Uma lágrima caiu de seu rosto... Seus olhos se fecharam lentamente...

Leonardo Nali e André Luiz Mendes
Enviado por Leonardo Nali em 20/02/2017
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