Herdeira do Caos - Capitulo 02 - Chegada

-Ei rapariga, acorde! – Ítalo sacudia a garota inconsciente no chão, tentando desperta-la. – Vamos, é perigoso dormir na sarjeta, e a boa hora da boemia nem chegaste! Acorde, vamos!

Os esforços deram resultado, e a menina começou a despertar. Seus olhos eram castanho claro e estavam vermelhos, cercados por olheiras pesadas. Tirando isso, ela não tinha nenhuma mancha de sangue ou sujeira obvia, e nem hematomas nos braços ou pescoço. Ela acordou zonza, claramente perdida e fraca, sem nem perceber que estava nos braços de um estranho.

-Bom dia flor do dia, finalmente acordaste pequena boemia. Começaste cedo assim a noitada para já estar na sarjeta? – insistiu na piada, agora que sua ouvinte estava acordada, independente de duvidar muito que fosse esse o motivo dela estar ali – Quem és tu, para dormir em tal lugar com tamanha confiança e placidez?

A menina olhou para os lados, finalmente registrando o beco onde estava, e depois para seu interlocutor. Tentou levantar-se, sentiu-se fraca e tonta, não conseguindo, ficou ainda nos braços de Ítalo, então decidiu responder:.

-Me chamo Lilian – sua voz saiu fraca e rouca, sua garganta estava seca e sua cabeça doía. O rapaz tinha dito algo sobre ela ter bebido, e ela começava a achar que devia ter bebido mesmo, mas a ultima coisa que lembrava era do tiroteio no banco. – onde estou? Quem é você? Aqui é São Lourenço?

-Desculpe minha falta de educação, chamo-me Ítalo Lira, musicista, segurança e guarda-costas, ao seu dispor – disse isso fazendo com um meneio com a cabeça – você esta no distrito das docas, creio eu. Não sei ao certo, chequei aqui andando a esmo e não sei direito onde estamos. Posso-lhe apenas dar a certeza que ainda é n’A Ilha.

-Ilha? Que Ilha? Eu tenho quase certeza que estava em Brasília antes de desmaiar.

-Brasília? Isso é bem longe minha cara rapariga. Estamos na Ilha do Metal, antiga ilhas Malvinas, ou Falklands, como queira chamar. Hoje é dezesseis de Março do ano da graça de nosso senhor de mil novecentos e noventa e dois, creio que seja próximo das oito da noite, mas estou sem relógio pra lhe confirmar. Poderia tentar se lembrar de como chegou aqui? Eu lhe encontrei caída no chão, inconsciente, após uns barulhos de relâmpagos, mas como pode ver, o céu esta bem aberto e não creio que prime por chover essa noite.

E Lilian contou sua historia.

Fernando Salgado
Enviado por Fernando Salgado em 15/06/2017
Reeditado em 15/06/2017
Código do texto: T6028494
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