Da Criação

- Antes do princípio nada havia, exceto Deus. Tal qual uma mãe gera um filho, Ele, Nele fez-se, com uma explosão, tudo. E então havia o espaço e toda a matéria que geraria o universo. Agora, havia todas as forças e entre elas, a luz. O Criador então chamou-a Lux. Ele, então, criou seus filhos e, ao segundo deles, Lúcifer, deu a tarefa de proteger Lux.

"Lúcifer encantou-se com ela, e a cada dia moldava-a e criava, uma a uma, todas as estrelas do céu, e a seu irmão mais velho criou uma arma de pura luz, para que ele sempre os protegessem. A família celestial fixou-se na terra e, quando o milagre da vida surgiu, assistiram seu desenvolvimento. Deus, que só aos anjos havia dado inteligência, prendeu todos os sentimentos que considerava impuros no céu e os chamou de Pecados. Lúcifer observava os organismos modificando-se, mas não via um propósito na vida. Todos os seres agiam por instinto. Completavam seu ciclo e morriam. Para ele, a maravilha que era a vida merecia ser contemplada por seu todo.

Quando os grandes répteis ainda andavam pela terra e os mamíferos eram apenas seres minúsculos se escondendo de dinossauros, Lúcifer, em um ato de amor ou puro divertimento, roubou dos céus os pecados e os levou a Terra. Vendo isso, Deus mandou que seu filho mais velho os recupera-se e trouxe-se seu irmão de volta ao Reino Celestial. Zeus capturou os sete pecados com seu raios, guardou-os nas penas de suas asas e os levou de volta para o Céu. Lúcifer, furioso, invadiu o paraíso para recuperar os pecados, porém, Zeus lutou contra ele, e durante eras, o céu foi escuro e as tempestades se tornavam cada vez mais intensas na terra. A vida começará a sofrer e aos poucos minguar.

Quando a guerra finalmente desceu ao solo, Lúcifer, como senhor da luz, criou das sombras seus soldados e os chamou demônios. Sua irmã Athena, vendo a devastação causada por todo o mundo, implorou para que a guerra cessasse, mas seus irmãos estavam surdos aos seus apelos. Ela então pediu para que Hefesto a ajuda-se. Assim, ele abriu suas forjas sob a terra para que todos os grandes répteis entrassem e vivessem no subterrâneo, onde precisavam ficar constantemente abaixados, e por isso perderam altura e ganharam comprimento. Mas fracos que estavam por todos milhares de anos de guerra e, sem comida, começaram a definhar. Hefesto permitiu que Athena usasse sua magia para encantar a lava, que era abundante no núcleo da terra para que eles pudessem bebe-la, e assim o calor do fogo os revigoraria.

Os demônios de Lúcifer haviam devastado a terra e toda a preciosa vida que ele outrora presou agora corria perigo. Enquanto isso, os répteis, por beberem a lava magica de Athena, se tornaram inteligentes e aprenderam a falar, passaram a chama-la "mãe", e juraram retomar a terra que deles foi roubada.

Um dia, Draco subiu a superfície e gritou por Zeus. Formaram uma aliança para derrotarem Lúcifer e seus demônios. Zeus ordenou que Hefesto transformou-se as escamas de Draco em estruturas tão grandes quanto escudos e tão resistentes quanto seu martelo. Sua garras viraram armas letais e Draco aprendeu a expelir toda aquela lava mágica que havia ingerido. Em nome da coragem do réptil, Zeus o presenteou com asas e, juntos, combateram as forças de Lúcifer. E assim, fogo mágico de Draco destruiu todos os demônio que vagavam sob a superfície, mas alguns se refugiaram no mar e escaparam.

Em sua última batalha Zeus não conseguira usar a arma que seu irmão havia lhe dado de presente contra ele, e por isso entregou o Raio à sua amada, Odina. Lúcifer e Zeus lutaram por dias, mas no final, o irmão mais novo destruiu as asas do mais velho e todos os Pecados foram liberados no mundo. Nesse momento, com Zeus ensanguentado a seus pés, um lampejo de lucidez brilhou em seus olhos. A sua volta apenas havia devastação. Lúcifer então caiu de joelhos e gritou. Seu grito ecoou pelo tempo. A terra tremeu, continentes racharam e os mares borbulharam. As nuvens foram desfeitas e por uma vez em éons os céus foram novamente límpidos. Arrependido, levou seu irmão de volta ao Pai e pediu perdão. Como penitência ele deveria consertar seus erros. Pediu, para isso, que Deus lhe deixa-se criar a vida por uma última vez.

Em terra ele restaurou o que havia sido perdido mas não conseguiu trancar os pecados. Com o resto de vida que ainda lhe restava para criar, juntou os Pecados e com sua luz, os fundiu à força Vida. Sua criação, porém, não apresentou resultados e todos haviam pensado que ele conseguira destruir os Pecados. Assim, com vergonha de voltar aos Céus, se reclusou onde antes viveram os répteis. De dentro da Terra moldava sua criação e a liberava aos poucos, extraindo da lava toda a magia que sua irmã havia posto nela. E assim foram criação, aos poucos, os precursores de todas as espécies inteligentes. Ao final, conseguiu reunir pouco da essência que sobrou dos Pecados, deu-os forma e vida e os liberou na terra, para que eles orientassem sua criação. Os Pecados, os quais chamou Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça e Orgulho, por estarem enfraquecidos, não puderam fazer mais que influenciar tais espécies e, por isso, surgiram aquelas, por exemplo, os Orcs, que foram orientadas pela Ira, ou os Elfos, pela luxúria."