As Crônicas de Helluríam

Capítulo 6
 
   Enquanto Victor tentava caminhar pela margem do lago, outro portal surgira, um senhor em vestes vermelhas apareceu e os olhou com desdém.
– Não via este castelo a muito tempo. – Observou.
– Quem é você? – Indagou Lisel.
– François, August François. É um prazer conhece-la vossa majestade.
– O prazer é meu, François.
– Qual o intuito da presença de Valentin aqui? Esse desejo por um equilíbrio pode colocar todos os reinos em perigo.
– Ora, desde quando a paz, pode ser perigosa?
– A paz nunca é a escolha mais sensata.
– Perdão, mas de onde veio o senhor?
– Você nunca ouviu falar de Grinwill Font? – O olhar negativo de Lisel já respondera à pergunta. – Somos os Alquimistas, ou éramos, poucos de nós sobraram depois da grande guerra.
– Darien me contou histórias sobre Grin, o sacrifício de seus antepassados não foi em vão. – Victor se aproximou de François.
– Fico feliz em vê-lo de pé. É uma honra. – O senhor se curvou.
– A honra é minha.
– Valentin não merece a confiança que você está lhe dando. – François pensou brevemente para que Victor o entendesse.
– É por isto, que está aqui? – Indagou Victor por pensamento.
   A câmara do castelo se tornou o centro de uma grande reunião. Aurora e Valentin observavam as prateleiras imensas cheias de pergaminhos. François caminhou até o centro, contemplando a lança, a foice e o relógio do tempo. Lisel e Victor estavam logo atrás dele.
– Não acha que esse lugar deveria estar mais protegido? – Perguntou François.
– Bem, creio que já lançamos todos os encantamentos e feitiços que temos em volta deste lugar. – Respondeu Lisel.
– O que tem de tão especial nela? – Indagou Victor ao notar que François mantinha os olhos na lança.
– É a arma mais poderosa, e você a deixa jogada aqui?
– Bem, na verdade, ela não está aqui. Mas, caso seja necessário usá-la. – Victor estralou os dedos e a lança surgiu em sua mão. – Ela estará pronta para nos ajudar.
– Vejo que você se tornou um grande guerreiro.  Seu pai ficaria orgulhoso. – Aquelas palavras acertaram o corpo de Victor como uma lâmina afiada, deslizando cruelmente por suas lembranças, ele ainda tinha pesadelos com aquela noite.
– O que aconteceu com a sua escuridão, Victor? – François se aproximou e o olhava incessantemente.
– A venci, lhe superei.
– Não, ela ainda está em você, ela está em todos nós. A única coisa que nos separa das trevas, é o tamanho de nossa luz, você foi tentado duas vezes, pois estava fraco e influenciável.
   A maneira como François expunha as fraquezas dele o incomodava, Victor deu dois passos até em direção a Lisel.
– Perdoe-me majestade, nem sempre consigo conter minhas observações.
   Lisel caminhou até o lado de Victor, queria mostrar a François que ele tinha um braço direito disposto a tudo.
   Valentin pegou um dos pergaminhos da prateleira onde mensurava Helluríam.
– Então, é aqui que todos vocês foram parar. – Sua voz demonstrava toda raiva reprimida.
– Acalme-se. – Victor estendeu o braço direito e o pergaminho voltou para a prateleira. – Ainda temos alguns detalhes a discutir, sobre o acordo de paz. – Completou.
 
 
 
 

 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 24/10/2017
Reeditado em 24/10/2017
Código do texto: T6152275
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