O preço do ódio
O homem pode tomar veneno desejando que faça mal a outra pessoa, entretanto a ingenuidade o impede de ver a verdadeira face do ódio...
Data desconhecida, Frederick Nicols
Era uma vez um domador de chamas que concedia calor a todo ser vivente, ele vivia em uma floresta sagrada de tempos ancestrais e governava com grande apreço todas as formas de vida.
Um dia um forasteiro entrou na floresta e começou a fazer amizade com os animais, para o infortúnio do domador de labaredas deu a perceber que os animais aproveitavam mais a companhia do estrangeiro que a sua e assim o ser permitiu que sua confiança e amizade aos poucos fossem se definhando e o ódio tomou conta. Desejou que o intruso fosse afastado da floresta, entretanto os animais foram contra a ideia de expulsar o estrangeiro e se distanciaram ainda mais do mestre da língua de fogo.
Ardente em ódio por seus semelhantes que o renegaram o domador de flama não aguentou a dor que pairava seu amargurado coração e partiu selando o destino daquele paraíso que pouco a pouco acabou morrendo e onde habitava vida aos poucos foi substituída por um frio sepulcral e, um por um, os animais da floresta foram morrendo tornando o lugar um recipiente para o mais sombrio miasma.
Anos depois o domador da brasa primordial voltou à sua casa, contudo encontrou míseros escombros, o domador ajoelhou-se por tanto chorar ao perceber um amontoado de esqueletos de animais em volta de um esqueleto humano. Quando suas lágrimas tocaram a terra devastada pela morte um resquício de vida surgiu da terra molhada: um pequeno broto. E aos poucos outros pequeninos foram aparecendo em toda floresta.