Uma Lagrima - Cronicas Bespinianas
O cavaleiro estava confiante, embora cansado, via aproximar-se o destino que tanto ansiava. Viu ao longe a figura da bela donzela que muitas vezes lhe revigorou o espirito e a vontade de retornar, ele a reconhecera de pronto, apesar da distancia que ainda os separava, sua silhueta lhe era inconfundível. Já era tarde, a lua cheia estava alta e uma brisa noturna lhe acariciava a face como que dando boas vindas.
Seu cavalo caminhava com passos lentos, cansados e pesados pois a longa distancia que percorrera por florestas e montanhas levando seu amo em sua armadura brilhante, além de seu arsenal, haviam sido uma prova e tanto, mesmo assim, vencida.
O nobre cavaleiro, embora ansioso de chegar, não queria apressar o seu fatigado amigo e companheiro de batalhas, pois ambos mereciam descanso e saciar a sede e a fome que lhes consumia.
Ao longe os lobos uivavam e ao seu ver, como que festejavam sua chegada. Isto lhe acendia memorias e lhe enchia de nostalgia e alegria...conhecia aquelas terras e seus habitantes, finalmente estava em casa. Sabia que agora estava seguro e que os perigos haviam ficado para trás.
Enquanto se aproximava de seu descanso e de sua senhora, lembrou-se de seus amigos e irmãos de armas, alguns em destino semelhante ao seu, outros jaziam tombados no campo de muitas batalhas. Fechou os olhos e derramou uma lagrima de profundo sentimento e respeito em memoria destes últimos, pois muitas vezes lhe salvaram a vida e por muitas aventuras passaram.