Vivências(Terceira Parte)

A luz dourada de uma tarde de fins Setembro iluminava a elegante sala de reuniões dos escritórios do notário José Rocha.Sandra, avó, pai e seu tio estavam sentados à mesa da sala e esperavam em silêncio que o notário fosse ter com eles para ler o testamento deixado pelo avô paterno.Os herdeiros esperavam com curiosidade a leitura do testamento, cuja existência ignoravam.A leitura foi feita em silêncio provocando uma grande surpresa ao pai de Sandra assim como ao tio, pois não, esperavam que ela fosse também herdeira.

Sandra despede-se do notário agradecendo, cumprimenta os tios, avó e sai apressadamente para apanhar ar, está sufocada com a notícia. Mentalmente agradece ao avô. Filha de pais divorciados, Sandra ficou a viver com a mãe que está sempre na sua vida. O avô foi sempre o ombro amigo. Ele adorava a neta! Era a única neta que tinha.

Passaram três semanas, Sandra está de malas feitas para ir viajar. O sonho dela é ver o mundo. Já dentro do avião, recorda a sua última viagem. Continua presente nos seus pensamentos, tudo o que aconteceu há cinco anos. Roberto está no seu coração, apesar de ter tido outros relacionamentos. Cansada dos enganos que uma relação traz consigo, neste momento quer viajar e ser livre.

Nas ruas movimentadas da cidade dos Papas, Sandra, com o seu justo vestido de seda azul-marinho, deslumbrava-se e deslumbrava a cidade. Era um rio de cor e sensualidade que passa por aquelas ruas secas pelo calor. Para Sandra, Roma era um sonho antigo, guardado desde os anos de colégio, em que estudava a história dos Papas e do Cristianismo. Tinha o dia à sua frente, e tanta coisa para visitar ainda! Ficou a sentir a cidade, as ruas, a ver as pessoas a passar, tudo com um olhar fascinado.Quando chegou ao hotel, foi directamente para o quarto, estava muito cansada. A noite pôs-se depressa, enchendo tudo de tons alaranjados.Sandra desce para jantar. De repente, um calafrio percorreu-a: era Roberto! Não pode ser! Mas, se não era, parecia-se tanto! Olhou para ele, e os olhos de ambos cruzaram-se.

-Roberto?!?

-Sandra?!?

-Não posso crer! És mesmo tu! O que estás a fazer em Roma? Roberto indicou-lhe a sala de jantar. Durante o jantar Roberto contou-lhe tudo sobre a sua vida. Estava livre para ama-la caso ela sentisse o mesmo que ele. Um silêncio quente ficou entre ambos. Roberto aproximou-se dela. Toca-lhe nos ombros. Ela acedeu à carícia daquelas mãosquentes e fortes, que a conduziram ao quarto dele. Deitou-a na cama, suavemente, e beijou todos os cantos do seu corpo. E, abraçando-a, deixou que os corpos se misturassem, que os seus sexos se juntassem numa dança louca, num ritmo frenético, entre os ruídos da cidade e as suas respirações e sonhos colados.

“ O amor é sempre mais forte do que o destino”

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 03/09/2007
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