A Fera o Velho e o Guerreiro - Sobre o ódio a raiva e tudo que há de ruim

A fera dorme na sua caverna, quieta e serena, baforadas quentes saem pelas laterais de sua boca, seus dentes são mais afiados do que a melhor lâmina do reino.

Coitado daquele que entrar em seu lar, tenho dó daquele que acordar aquela fera e despertar a sua fúria, a morte vai chegar rápida e dolorosa, talvez o invasor seja triturado e esquartejado, mastigado pedaço por pedaço.

Talvez seja queimado vivo, cada pedaço da sua pela ira arder e derreter igual a um bonequinho de cera, chegará a um certo ponto onde ele desejara a morte mais do que tinha desejado estar vivo.

Ela também pode esmagar o invasor com suas patas enormes do tamanho de rochas e possivelmente pesando toneladas, pode dividir ele ao meio apenas com o movimentar das suas patas.

Se você estiver no lar da fera, nunca olhe diretamente em seus olhos, ela pode ver sua alma e sua intenção, nunca desrespeite o seu local de descanso, se possível vá embora e a deixe dormir, porque assim como ela pode chegar a destruir você, a fera também pode despejar sua ira em outros por causa do seu erro.

Depois de escutar atentamente aquele senhor pálido e frágil, Koromir e seu grupo decidiu recuar, menos um deles o ousado Hostor, guerreiro ousado e destemido, adentrou ao lar da fera.

Gritos de sofrimentos e de dor agoniantes, Koromir não queria deixar seu companheiro morrer, assim, o velho colocou o cajado na frente do peito de Koromir e disse - "Amigo, não vá, ele está morto, ele não escutou, se querem viver e não causar danos a outros, vão embora, eu acalmo a fera" - Koromir indignado pergunta - "Meu parceiro está lá dentro, como posso ficar quieto? Como um velho decrepito como você pode acalmar tal besta voraz? "

O Velho sorri sarcasticamente e diz - "Essa fera sou eu e eu sou fera, a tempos atrás pedi para uma bruxa da floresta que me retirasse todo ódio, raiva, angustia, tristeza, ira que havia em meu coração e ela fez isso" - Koromir respira fundo e com mais calma - " Porque ainda estás aqui ? Porque não foi embora viver pacificamente ? E a deixou ai -"

" - Não é tão fácil assim jovem, bruxas são traiçoeiras e fui amaldiçoado, eu sou o único que posso domar a fera, estou ligado a ela, ela vivera para sempre e eu viverei para sempre e tomarei conta dela, não me importo com isso, por isso aviso a vocês, não adianta tentar matar ela ou me matar, sempre voltaremos quando o sol raiar, essa é nossa maldição, o meu lado bom, controlando o meu lado mau". - Velho demonstrando cansaço, senta-se em um tronco de árvore e diz - "Mas se quiserem salvar seu amigo, fiquei a vontade"

Koromir não escuta mais os gritos de Hostor, ele olha diretamente para escura caverna e vê dois olhos pratas cintilantes, uma especie de chama branca e negra que vem dos olhos da fera, ele sente algo, ponto de sentir sua alma estremecer - "Recuaremos amigos, Hostor se foi e não quero perder mais ninguém -" Enquanto os companheiros deles recuam ele olha para o velho e diz suas ultimas palavras - "Tenho pena de ti velho, como posso achar essa bruxa, ti livrarei de sua maldição"

O Velhinho sorri - "Na densa floresta negra ao norte das colinas do desespero, lá ela reside com seus cultistas e monstros, aprecio sua boa intenção guerreiro, o nome dela é Iris, mas faz tanto tempo que talvez já seja outros, mas realmente te agradeceria muito, e também, por favor tome cuidado, não quero ver jovens perdendo suas vidas por velhos idiotas como eu."

Koromir chega perto do velho e o entrega seu brasão, que um leão e um tigre um junto ao outro, enquanto o sol clareava seu caminho - "Velho, eu virei aqui buscar essa brasão assim que destruir a bruxa, cuide dele para mim, e não deixem ninguém entrar nessa caverna amaldiçoada -"

Indo embora Koromir vira-se rapidamente, e vê a fera na ponta da caverna, o velho levanta-se e chega perto dela, a acaricia e entra junto com ela na caverna para coloca-lá para dormir novamente.

A fúria do homem pode ser controlada mas apenas por ele mesmo, não sem recorrer a outros métodos, Koromir aprendeu essa lição naquele dia.

Eldrig O errante
Enviado por Eldrig O errante em 20/07/2018
Reeditado em 20/07/2018
Código do texto: T6395590
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