Noite de Amor

Uma noite perfeita. Novos sonhos que se concretizavam. Era uma nova vida! Naquela noite, eu me formei. Tudo lindo e bem programado. Eu não poderia estar mais radiante com aquela empreitada, a não ser por um mísero (?) detalhe: minha vida amorosa. Há muito não me apaixonava, há muito não encontrava alguém como o meu amor dos quinze anos e entre nós dois as coisas não passavam mais de polida amizade.

A lua, que sempre me acompanhou nos mais fantásticos sonhos, não poderia deixar de estar presente, como também ele: o meu amor primaveril.

Os canudos foram entregues e todos nós, amigos já há mais de cinco anos, sorríamos embasbacados com aquela nova etapa que ali escancarava suas portas, permitindo-nos espiar além dos nossos próprios narizes o mundo que a nós esperava.

Enquanto eu dançava minha última música como estudante universitária passei pelos braços de vários, a partir dali, antigos companheiros de classe (estávamos fazendo uma espécie de rodízio interno) e, nos últimos minutos de música, eu com os olhos cerrados, revivendo minhas fases da vida, revivendo meu primeiro beijo cheio de amor, senti na pele umas mãos já conhecidas, um abraço tanto quanto esquecido. Abri os olhos... Não era sonho. Ele estava ali, na minha frente. Olhando-me com os olhos cheios de água, com a boca cheia de palavras... Ele me olhava e me tocava de leve os cabelos quando disse “Casa comigo?”, começando a reclinar o rosto acho que para encarar-me de frente. Os nossos lábios, cada vez mais próximos, cada vez mais íntimos, não precisavam mais seguir regras, nem caminhos ditados. Eles já conheciam a velha dança...

DATA TEXTO: 27/04/2005