Águas passadas

Era um lugar lindo,mas um pouco sinistro,ao redor havia várias fazendas.Mas era o lugar que Maria mais gostava de ir,pois era onde ela pegava frutas silvestres nas matas da região.esse lugar,tinha um nome esquisito; chamava-se panthú,mas ela até hoje não sabe o porque do nome.Era um lugar muito afastado de tudo,tinha uma lama branca nas águas paradas nas matas,e também tinha um kilombo bem próximo,talvez daí a origem do nome.Maria morava na beira da linha do trem,numa casinha,onde a única coisa que tinha de vez em quando,era o danado do trem,que quando passava balançava a casa.
Ela sempre ia com sua mãe pegar água numa cacimba, que existia longe dali,e deixava num caixote de maçã a sua filha de poucos meses de idade,dormindo num cobertorzinho que servia de forro para o caixote.Pensava ela, que a sua filhinha estava protegida,com seus irmãos adolescentes,que dela tomava conta,enquanto ela iria pegar água.
Ao se aproximar da casa,sentiu cheiro de fumaça,e logo se deparou com fogo que pegava no cobertor da neném,ficou apavorada e correu em sua direção,e para seu espanto ,viu que seus filhos haviam escondidos cigarros acesos embaixo do cobertor para que a sua mãe não os vissem fumando. ela ficou desesperada,pois o fogo ,tinha queimado as mãozinhas e o pezinho esquerdo da filhinha. Os anos se passaram,ela cresceu...mas ficou com defeito nos dedinhos e uma pequena cicatriz no dorso do pé,por causa das queimaduras,e toda vez que ela olha para seu pé,lembra dos seus irmãos,que por causa de uma irresponsabilidade,poderiam ter tirado a sua vida.
Nélia Lisboa
Enviado por Nélia Lisboa em 14/08/2018
Reeditado em 10/09/2018
Código do texto: T6419076
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