Era uma cor desbotada... sem graça, um tanto fraca e com um tom meio lavada. Ficava perdida e acabrunhada em meio a outras cores. Não encontrava um lugar seu, tentava achar algo onde sua tonalidade, assim vista como insipida, pudesse ser admirada.

Sentia-se triste e desprestigiada quando encontrava com o azul, este reinava tão soberano, sendo motivo de poemas diversos, onde poetas exaltavam o céu e o mar, em seu tom azul...era magistral, poderia ser azul profundo ou claro, a cor desbotada, sentia-se perto dele um mero pingo de tinta borrado.

O amarelo trazia alegria e inspirava beleza. O sol era dourado, um amarelo mais forte e alaranjado. Esta era a cor da riqueza, o Rei Sol imponente em raios amarelos sobre a terra, tramsitia vida e fertilidade, e ela a cor desbotada, sentia-se um risco, um cisco, perto do festivo amarelo, quase nada.

Diante do verde, que desolação, este estava altivo e abrangente na bandeira, causando sempre admiração e sendo tema de debates sobre sustentaliblidade e sendo tido como o da humanidade, a salvação.

Quando o vermelho se aproximava, um furor acometia a cor desbotada, esta ficava toda sem jeito, tentava se esquivar, do fulgor desmedido que causava em todos os cantos o rubro, a magenta e tons do vermelho. Este era o senhor da sedução e tido como oa cor do amor, pois o coração é vermelho, então, a cor esnobe se vangloriava frente a todos, com muita altivez.

A cor desbotada se esgueirava pelos cantos e no obscurantismo, tentava em vão, não ser comparada as demais, não via, nada que usasse sua cor, de forma grande e admirável. Juntamente com a cor preta, se escondia e apenas observava o balé das cores vivas, frias, quentes e soberanas.

Um artista com sua inspiração a todo vapor e atrevido resolveu remexer a paletas de cores, viu a cor em sua tímida posição, fez misturas diversas, criou imagens na tela branca, onde as cores deslizavam através das pinceladas, com toques sutis e precisos, criou a vida. Deu forma a uma paisagem surreal, vertendo água azul do céu, oceanos de um amarelo flamejante, reflexos do sol acima ; matas em tons verdes e meio acobreados.Uma tela com cores misturadas, e no lindo arco iris, a cor lilás foi incorporada.

A cor até então desbotada, agora fazia parte da paisagem na mente fértil de um artista atrevido, era ela, a cor da aura mística e sonhadora.

Finzalizando a  obra o artista, satisfatoriamente, suspirou; todas as cores foram usadas, e a nobreza da alma, a cor desbotada,  lindamente , ficou registrada.






Nota: Texto feito e retirado após alguns empecilhos encontrados no trâmite da publicação, que agora volta a tela para apreciação.

Grata a todos pelas visitas!
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 16/09/2019
Reeditado em 23/09/2019
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