Então, sonhou com Vivaldi.

Corria pelos corredores da igreja como se algo lhe perseguisse. Os cabelos esvoaçavam frente ao rosto. A cena poderia ter como trilha 'Winter' de Vivaldi. Mas a única trilha ali tocada era a de desespero.

Um desespero gelado lhe fazia gargalhar e ao mesmo tempo voar. O corredor não acabava. As portas permaneciam fechadas. A escuridão tomava conta de tudo.

Corredores e mais corredores - agora o violino de Vivaldi acelera. - Ela para assustada no centro de dois corredores.

"Para lá ou para cá?"

- AURORA! - um grito veio de um lado.

- SOCORRO! - veio de outro.

Mas e agora, para onde? "Para onde Aurora", ela se perguntava.

Aos poucos os olhos lagrimavam, eclodindo um grito. Agachou-se perdida. Levou as mãos a cabeça. A lágrima escorreu dos olhos.

- Sou eu... - a voz masculina afirmou fortemente.

- Não pode ser... - Aurora murmurou ao ver aquele homem ruivo lhe estendendo uma das mãos.

Abriu um dos olhos. Um faxo de raio de sol invadiu-lhe e matou-lhe de decepção. Bocejou.

- Por Deus! Que sonho bom... - e desligou o sonzinho que em máxima altura tocava Vivaldi e suas sinfonias.

Catarina M
Enviado por Catarina M em 09/10/2007
Código do texto: T687753
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