Dafne e Os Guardiões Espaciais - Cap 5: Brincando e Treinando

A biblioteca de Alghra era grande e repleta de estantes carregadas de livros. Muitas pessoas circulavam por seus corredores em busca de todo tipo de obra, já que seu acervo era considerado muito bom. Apesar da variedade de livros, Dafne não encontrou nada que falasse de magia ou da Ordem dos Guardiões. Frustrada com o resultado da busca, resolveu passear nos arredores do bairro acompanhada de Kaila, sua principal amiga da escola.

- Desculpa se naquele dia não pude aparecer – falou Kaila, cabisbaixa – Sei que era seu aniversário. Meus pais me colocaram de castigo pois ficaram sabendo que eu matei aula e saí com o Max. Mas não foi nada demais, apenas tomamos sorvete, acredite.

- Humm, sei – Dafne sorriu e deu um empurrãozinho na amiga – Mas não se preocupe, está tudo bem. Aniversários geralmente são dias difíceis, e o clima lá em casa estava péssimo naquele dia, foi melhor você não ter aparecido.

- Bom, eu sei que já passou, mas espero poder me compensar – Kaila revirou sua mochila e retirou uma caixa embrulhada para presente – Feliz aniversário, eu mesma fiz.

Dafne abriu o presente e deu um caloroso abraço na amiga. Tinha adorado o lindo gorro de lã feito sob medida.

- Pelo jeito alguém resolveu te presentear – disse Kaila, olhando para os braceletes nos pulsos de Dafne – São lindos. Devem ter custado uma boa quantia, não é? Foram seus pais que deram?

Dafne não estava mais disposta a dar bobeira andando por aí com os braceletes à mostra, principalmente depois de ter visto o que eles fazem. Por isso mesmo saiu com um casaco de mangas longas, o que não foi suficiente para impedir o olhar atento da amiga.

- Ah, não, não foram meus pais. Ganhei de outra pessoa.

- Então você deve ser especial para ela, pois me parece ser de grande valor.

- É, talvez…- Dafne parou, pensativa – Me promete que se eu te mostrar uma coisa, você não fala pra ninguém?

Kaila concordou em guardar segredo e as duas caminharam para um local mais afastado, encontrando um beco sem ninguém por perto. Dafne sempre compartilhou os maiores segredos com a amiga, e não queria deixar de contar sobre os braceletes e demonstrar seus poderes. Só não sabia se conseguiria manifestá-los outra vez.

Tentando entender o que acabara de ver, Kaila ficou de boca aberta por um bom tempo quando finalmente viu Dafne criar uma mão de energia dourada e agarrar em pleno ar a mochila que ela jogou para o alto segundos antes. Essa era a décima vez que a amiga tentava, mas o resultado valeu a pena de ver.

- Uau, como fez isso? - perguntou Kaila.

- Pois é, eu ainda não sei, essa é a segunda vez que uso essa coisa – respondeu Dafne – Eu apenas pensei com toda a força que queria pegar a mochila e os braceletes atenderam.

Diferente da primeira vez em que usou os braceletes, quando os piratas atacaram a nave do seu pai, Dafne percebeu que conseguiu controlar seus poderes, mesmo que tenha sido à base de muito esforço mental. O suor na testa, o cansaço e a dor de cabeça eram a prova disso.

- É, pelo jeito ainda precisa entender melhor como isso funciona, você está acabada – falou Kaila.

- Acho que preciso treinar mais – disse Dafne, limpando o suor do rosto.

- Então vamos aproveitar a tarde livre para isso. E depois que estiver pronta podemos formar uma dupla de heroínas e sair por aí combatendo o mal – Kaila começou a dar socos no ar, simulando uma luta – Ah, não vejo a hora de dar uma lição nos garotos idiotas da escola, não acha?

- Não, não posso fazer isso. Ainda estou tentando descobrir sobre esses braceletes, o que eles são de verdade, porque Maiera deu eles para mim. Até lá, esse deve ser nosso segredo.

- Quem é essa Maiera?

- Também gostaria de saber melhor, mas nãos sei ao certo quem seja.

- Nossa, anda cheia de segredinhos ultimamente – percebendo o desânimo da amiga, Kaila deu um empurrãozinho em seu ombro – Mas tudo bem, depois que descobrir alguma coisa você me fala. E também deixemos a lição dos garotos para uma outra hora. E então, vamos começar o treino?

- Tá certo – respondeu Dafne, abrindo um sorriso no rosto.

A tarde avançou e as amigas ficaram inventando formas de aprimorar o uso dos artefatos. Apesar do cansaço e da dor de cabeça constante, Dafne percebeu uma melhoria na forma de utilizar os braceletes. Estava pegando o jeito com aquele negócio, pensou.

Mas aquela brincadeira não ficou despercebida. Algo captou as emanações energéticas dos braceletes e rastreou sua localização.

MiloSantos
Enviado por MiloSantos em 30/07/2020
Código do texto: T7021471
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